tag:blogger.com,1999:blog-387161452024-03-19T06:28:30.770+00:00Apurriar---------"Viajar, ou mesmo viver, sem tirar notas é uma irresponsabilidade..." Franz Kafka (1911)---------
Ouvir, ler e escrever. Falar, contar e descrever. O prazer de viver. Assim partilho minha visão do mundo.
[blogue escrito, propositadamente, sem abrigo e contra, declaradamente, o novo Acordo Ortográfico]Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.comBlogger2402125tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-31240829419673784182024-03-19T06:28:00.001+00:002024-03-19T06:28:00.141+00:00que eu fosse<div style="text-align: justify;">"E agora, chegado quase ao fim da vida, o futuro que eu fosse já está quase todo consumido no passado".</div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Helder Macedo, in Jornal de Letras nº 1394, Março 2024.</span></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-64568358009575330382024-03-18T15:51:00.000+00:002024-03-18T15:51:04.389+00:00dizem que vou lá estar...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTkxDwLsKYp3-eee6Qw2so1JmMHzxRjaqFhgUG8J_0ib-fW6RYduRA3iT7DWSaPxienCcqxgU0A_5HAvtFaK1oEW9Im1mI7m4k7qGE3PEvmWc_5Klp26AYWC75-wQHUk3aHrCP8177NdlOBs0poBmVIQGCMiT8dy9UqnWXMJ0mcDCRoOZqizA/s720/II%20Edic%CC%A7a%CC%83o%20Oficina%20de%20Antropologia%20ans%20Escolas%202024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="509" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTkxDwLsKYp3-eee6Qw2so1JmMHzxRjaqFhgUG8J_0ib-fW6RYduRA3iT7DWSaPxienCcqxgU0A_5HAvtFaK1oEW9Im1mI7m4k7qGE3PEvmWc_5Klp26AYWC75-wQHUk3aHrCP8177NdlOBs0poBmVIQGCMiT8dy9UqnWXMJ0mcDCRoOZqizA/s320/II%20Edic%CC%A7a%CC%83o%20Oficina%20de%20Antropologia%20ans%20Escolas%202024.jpg" width="226" /></a></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-56693348189730353072024-03-15T09:40:00.002+00:002024-03-15T09:40:29.196+00:00Cara de Espelho <iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/591ODE9wUvw?si=jovGwiOgg3W_IQK5" width="480"></iframe><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Amanhã, dia 16 de Março, na Casa da Música. Novo projecto nacional e é com enorme expectativa que vou assistir a este concerto.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-57319306739271626572024-03-15T09:25:00.002+00:002024-03-15T09:25:53.084+00:00faculdade inventar<div style="text-align: justify;">"Tal como os surrealistas tantas vezes defenderam: é necessário ser cego para imaginar, é necessário impedir o aparecimento de imagens exteriores, reais, para que o delírio, a alucinação e o imaginário surjam com força, não do exterior, mas da parte mais interior da cabeça, daquela parte humana que pode inventar."</div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Gonçalo M. Tavares, in Jornal de Letras nº 1394, Março 2024.</span></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-2236739739934294102024-03-13T10:53:00.001+00:002024-03-13T10:53:19.751+00:00grisalho<div style="text-align: justify;">Não restam dúvidas, faço já parte do crescente batalhão de grisalhos. Não que seja uma novidade, ou que hoje tenha acordado e ao ver-me reflectido no espelho isso tenha acontecido. Não, já há algum tempo que efectivei nesse contingente, mas esta mescla de tonalidades deixa-me perfeitamente pardo.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-46618928054884046342024-03-13T10:46:00.003+00:002024-03-13T10:46:46.906+00:00vamos LER<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaJ5UvP45I-5FPWVapJf49b-_88vEgfsoLg_vKIGUg-cEWO79XdujFCXD-MPHxjyuxLHqegmwtNk7y7yB21QscSuRbjVB1ZMgKBR4GCMCbHFBrMlzFOuiht1BwawgpOPXTst96fsoPRfnujPwW3DzKwz-5z-Nsl-yoHS6mUKMICkai_dPa5Pci/s2458/ler.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2458" data-original-width="1908" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaJ5UvP45I-5FPWVapJf49b-_88vEgfsoLg_vKIGUg-cEWO79XdujFCXD-MPHxjyuxLHqegmwtNk7y7yB21QscSuRbjVB1ZMgKBR4GCMCbHFBrMlzFOuiht1BwawgpOPXTst96fsoPRfnujPwW3DzKwz-5z-Nsl-yoHS6mUKMICkai_dPa5Pci/s320/ler.jpg" width="248" /></a></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-26150945268520370652024-03-08T00:30:00.002+00:002024-03-08T00:30:00.141+00:00mulher<div style="text-align: justify;">"A mulher que se diz no singular refere-se a um destino que é sempre no plural".</div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Maria de Lurdes Pintasilgo</span></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-1785307419716491012024-03-01T12:23:00.003+00:002024-03-01T12:23:39.860+00:00(des)campanha eleitoral<div style="text-align: justify;">Quando está a chegar ao fim a primeira semana da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 10 de Março, permaneço ausente e sem qualquer contacto com o seu quotidiano, os seus casos, os seus protagonistas. Aquilo que vou apanhando é a espuma dos dias e aquilo que me chega por vias travessas... já ouvi falar das cuecas nacionalistas do André Ventura, da cabeça verde do Luís Montenegro, da Avó, do pai e do Piriquito da Mariana Mortágua, do garanhão Gonçalo da Câmara Pereira e pouco mais. Manter-me-ei afastado, ausente e desconhecedor. É também uma questão de preservação da minha sanidade. Tenho sido contactado para participar nas iniciativas do Bloco, mas não o irei fazer por discordâncias severas nos processos de democracia interna e nas escolhas dos candidatos. Em todo o caso, a percepção que tenho da aceitação e empatia do BE junto das populações não é a melhor e desconfio que se avizinha mais uma derrota eleitoral. Veremos.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-54430840113628245872024-02-29T14:25:00.001+00:002024-03-05T10:56:51.491+00:00condenados à sobrevivência<div style="text-align: left;">Ontem, dia 28 de Fevereiro, pelas 18 horas, na livraria Gato Vadio, no Porto.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZjEJnj2hAHy7R5VS01mfJBdryo6xdQ-kzuaJ4UesNNIu88CAjz6gF_nHSU8fGX7CfMS0jpi7pzRPQ_d1MbOcnlFVhkvNEHNYsSepsu1qRErBzSipuxSQG11PfPmZ5bCzkweYLm8OMHWCmCBmkEcmD7rvjTCZB0BG9cLYvcfc9glc0FgY_RETP/s2000/WhatsApp%20Image%202024-02-28%20at%2020.38.20.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="2000" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZjEJnj2hAHy7R5VS01mfJBdryo6xdQ-kzuaJ4UesNNIu88CAjz6gF_nHSU8fGX7CfMS0jpi7pzRPQ_d1MbOcnlFVhkvNEHNYsSepsu1qRErBzSipuxSQG11PfPmZ5bCzkweYLm8OMHWCmCBmkEcmD7rvjTCZB0BG9cLYvcfc9glc0FgY_RETP/s320/WhatsApp%20Image%202024-02-28%20at%2020.38.20.jpeg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">(Mário Tomé, Alcídio Torres e Luís Vale)</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip1IAd708j0C1Yc9i8gBHU_AzCOLADqhFHmKbXc_E0c5PtG4pFm6vK8hUxxcR5Y40DBAc_-Xkzaoy6TxY343lkm3BAdB1a3-k4J_yt6gRCe63Vk_bKL2f5kZLidNDYIusOr3svMlqMDaiXLKGuQalOeR1OJKp04u4nnrrt2sIQR5YZJrUlcEK6/s1600/WhatsApp%20Image%202024-02-28%20at%2020.44.56%20(6).jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip1IAd708j0C1Yc9i8gBHU_AzCOLADqhFHmKbXc_E0c5PtG4pFm6vK8hUxxcR5Y40DBAc_-Xkzaoy6TxY343lkm3BAdB1a3-k4J_yt6gRCe63Vk_bKL2f5kZLidNDYIusOr3svMlqMDaiXLKGuQalOeR1OJKp04u4nnrrt2sIQR5YZJrUlcEK6/s320/WhatsApp%20Image%202024-02-28%20at%2020.44.56%20(6).jpeg" width="240" /></a></div><div style="text-align: center;">(a minha intervenção)</div><br /><span style="text-align: justify;">O livro que nos chega agora às mãos é, tal como o seu autor refere logo na introdução da obra, uma veemente denúncia do modo de produção capitalista e da sua avidez, sem olhar a meios, pelo lucro... nas palavras de Alcídio, “um libelo acusatório”.</span><br /><div style="text-align: justify;">Mas só à medida que vamos lendo este trabalho e conhecendo a amplitude, a abrangência e a densidade das consequências da precariedade do trabalho na vida dos trabalhadores é que percepcionamos e alcançamos a razão de o autor utilizar o qualificativo da veemência. Estamos, de facto, perante um trabalho aturado e apurado de desconstrução das narrativas hegemónicas da nossa contemporaneidade.</div><div style="text-align: justify;">Bem, mas antes de mais...</div><div style="text-align: justify;">Agradecendo o convite para aqui estar e me pronunciar sobre este livro, importa desde já fazer a minha declaração de interesses, isto para evitar qualquer mal entendido, ou qualquer incompreensão daquilo que vier a dizer. Este trabalho é, sem dúvida, de cariz social e aí sinto-me confortável; depois, naquilo que é a sua mais que declarada perspectiva marxista, também não me causa qualquer desconforto, mas sendo também um texto em que a economia e a finança são o fio condutor, não só da narrativa, como também das inúmeras etnografias – casos, dados, estatística, projecções, estimativas e afins – devo admitir a minha manifesta incompetência técnica e o meu ontogénico desinteresse por aquilo que, para mim, permanecerão ad eternum ocultas ciências e insondáveis saberes. Claro que a minha sensibilidade, a minha consciência e interesses cidadãos permitem-me perceber a sua relevância social e, assim, outorgar-me vir aqui pronunciar-me sobre tais matérias.</div><div style="text-align: justify;">Dito isto...</div><div style="text-align: justify;">Numa conferência dada em 22 de Fevereiro de 1969, no <i>Collége de France</i>, Michel Foucault reflectia sobre a questão: “O que é um autor?”, afirmando que este não está morto, constrói-se enquanto tal, enquanto <i>persona</i>, sujeito vivo que está constantemente presente através dos processos objectivos de subjectivação que o constituem e dos dispositivos que o captam e inscrevem nos mecanismos de poder. Alcídio Torres, enquanto autor, partilha de forma assertiva e sem contemplações ou hesitações, a sua visão do mundo, o seu lugar de fala e, tal como eu e, provavelmente, muitos dos aqui presentes, a sua ambição por uma outra existência para a condição humana, que obrigatoriamente se traduziria num mundo mais livre, mais justo e menos desigual. Enfim, num mundo em que se viveria e não se sobreviveria.</div><div style="text-align: justify;">Mas olhemos com mais atenção para “Condenados à sobrevivência”. É, nos dias de hoje, um documento importante, pertinente e até seminal, pois não só permitirá conhecer em detalhes muitos aspectos que até agora eram desconhecidos da maioria dos cidadãos, ou então estavam disseminados espacial e temporalmente por diferentes e variados suportes e publicações, o que dificultava a sua leitura e interpretação. Uma das mais-valias e grandes méritos desta obra é esse esforço de reunião de informações, dados, factos e diferentes perspectivas sobre o neoliberalismo, sua história e suas características. Constitui-se ainda como fecunda fonte de informações e conhecimentos para posteriores estudos ou investigações.</div><div style="text-align: justify;">Ao longo dos dez capítulos que compreendem esta obra, encontramos um mundo em acelerada transformação e percebemos as metamorfoses que o capital fez ao longo da sua história e, nesta última roupagem do neoliberalismo, vai realizando, sempre com o fito de não perder um centímetro do seu espaço e, se possível, até alargá-lo, que é como quem diz, não só não perder um cêntimo do seu lucro, como sempre que possível maximizar esse seu proveito.</div><div style="text-align: justify;">Para uma leitura e compreensão mais eficazes, o autor socorre-se de uma panóplia daquilo que, por (de)formação académica, denomino de etnografias. Aqui, impressiona o conhecimento, a memória e os recursos de pesquisa a que Alcídio Torres se socorre, pois ao referir-se aos diferentes temas ou assuntos, ao longo de todo o texto, ilustra com factos e acontecimentos de geografias variadas e diacronicamente diversos, o que lhe permite, não só ter uma visão geral/macro, como incorporar cada etnografia nessa dimensão mais holística, como ainda apresentar os contraditórios que considera úteis e necessários para sustentar a sua perspectiva ou opinião.</div><div style="text-align: justify;">Relembrando, uma vez mais, a minha iliteracia económica e financeira, em vez de debater dialeticamente, anuindo ou contrariando o autor, considero mais seguro e até mais interessante para quem me possa estar a ouvir (ler), referir-me a algumas dimensões da nossa existência a que a leitura deste livro me remeteu.</div><div style="text-align: justify;">a) O neoliberalismo – altar sagrado do capitalismo contemporâneo, acessível apenas aos Super-Homens, aqueles que, nas palavras de Nietzshe, “realizam conscientemente a religião capitalista”, ou ao “bando soberano” da parábola Kafkiana. Um modelo sagrado de exercício de poder, que no seu radicalismo se propõe criar um “absolutamente improfanável” (Agamben, 2006) para o comum “Homem-Massa”, conceito criado por Ortega Y Gasset na sua reflexão sobre a “Rebelião de Massas” e o poder do anonimato, referindo-se ao “Homem-Massa” como alguém que em civismo deixava muito a desejar. Pois bem, o verbo necessário é então “profanar”, desactivar esses dispositivos de poder e restituir ao uso comum todos os espaços, todos os lugares e todos os tempos;</div><div style="text-align: justify;">b) O Estado de Excepção – em que vivemos é agora, e desde há algum tempo, a regra permanente, que coacta ou elimina, de forma temporária, mas preferencialmente em definitivo, os direitos e a dignidade política aos cidadãos. É um tempo e espaço de anomia (suspensão ou fim da ordem social), ideal para a imposição das vontades e interesses dos mais fortes...;</div><div style="text-align: justify;">c) A <i>Persona</i> – através da qual o indivíduo adquire um papel e uma identidade social, ou seja, uma capacidade jurídica e a dignidade política do homem livre (Agamben, 2010). Não esquecer que a luta pelo reconhecimento é uma luta por uma <i>Persona</i>, pois só existo se a “Grande Máquina me reconhece” no desempenho dos meus papeis sociais (Goffman, 1973);</div><div style="text-align: justify;">d) A Biopolítica – implicação crescente da vida natural (biológica) do homem nos mecanismos e nos cálculos do poder (Foucault). Num mundo global, profundamente desigual, onde o Norte Global, paternalista, hipócrita, oportunista e usurpador, teima em perpetuar as dinâmicas e as narrativas de controlo e poder sobre o Sul Global, nunca como nas últimas décadas assistimos a tantas calamidades e catástrofes naturais e humanitárias, que, para além de toda a miséria, dor e morte, provocaram a deslocação de massas, milhões de seres humanos numa fuga e busca por uma condição de vida minimamente digna. Essa massa de indivíduos – refugiados, deslocados, apátridas, prisioneiros, migrantes religiosos e económicos – habitam uma terra de ninguém, sem lei nem roque, e sem qualquer cobertura do direito internacional. Nunca como na nossa contemporaneidade, os indivíduos foram tão despidos da sua condição humana e, reduzidos à sua vida nua, habitam uma zona indeterminada, um limbo existêncial;</div><div style="text-align: justify;">e) Objectivação Participante – conceito de Pierre Bourdieu (2011), no seu trabalho sobre o Poder Simbólico, que se refere à implicação sobre um objecto de estudo muito particular, neste caso, a condição da precariedade do proletariado mundial, universo no qual se encontram alguns dos mais poderosos determinantes sociais da história das sociedades modernas e dos indivíduos que as constituem. Fala-se, entre outros, do sistema simbólico de poder, que é intrinsecamente hierarquizante, criando categorias de percepção de distinção social;</div><div style="text-align: justify;">f) Determinismo Social - poderemos também ficar com uma ideia de que afinal estamos sujeitos, enquanto espécie, enquanto seres humanos e, depois, enquanto cidadãos e trabalhadores, a uma espécie de determinismo social, como que condenados a um destino sobre o qual não temos qualquer poder de influência ou decisão. Estamos presos espacial e temporalmente a um determinado contexto social e cultural, do qual não nos conseguimos livrar. O próprio Marx, numa das citações aqui presentes, se refere a algo deste género, quando afirma: “Os homens não são livres para escolher as suas forças produtivas, pois estas são adquiridas , produtos de uma actividade anterior.” E ainda: “O facto de cada geração posterior se deparar com forças produtivas adquiridas pela geração precedente [...] cria na história dos homens uma conexão, cria uma história da humanidade”.</div><div style="text-align: justify;">Ainda uma última nota para os três documentos que são partilhados em anexos. Heterogéneos no formato, no propósito e até na idade, todos eles contribuem informando e complementando a essência do texto e, julgo eu, do pensamento do autor. No anexo um, a entrevista de Julian Assange, em 2014, pelo jornalista Eric Schmidt, é um excelente testemunho acerca da hegemonia tecnologia e digital e do seu poder simbólico e efectivo sobre a informação, a formação e até a condução e doutrinação das massas anónimas, nas diferentes dimensões da sua existência social. É também um alerta para os reais perigos e ameaças destes poderes desmaterializados e despersonificados sobre as liberdades de pensamento, de expressão, de denuncia e de contraditório. Mas é também uma landmark de esperança para um futuro mais transparente, mas consciente e mais livre, no qual se ambiciona que a evolução tecnológica permaneça como resultado ou consequência dos valores humanos então existentes e mais ou menos consensualizados, e não o seu contrário, ou seja, que o futuro da humanidade seja determinado pela evolução tecnológica.</div><div style="text-align: justify;">O anexo dois é um relatório resultado de um estudo do governo chinês sobre as hegemonias ocidentais e, em particular, as dos EUA. Esse documento refere-se a cinco hegemonias: a política, a militar, a económica, a tecnológica e a cultural, o que resulta ainda num predomínio efectivo na geo-política à escala global dos EUA. Será este o diagnóstico que importará à China combater e, de alguma forma, tentar relativizar e equilibrar a influência e o estabelecimento de políticas que defendam os seus interesses no xadrez das relações e da diplomacia internacionais. </div><div style="text-align: justify;">No anexo três podemos encontrar um trabalho teórico de Andrés Piqueras, no qual sistematiza a sua perspectiva de análise sobre a actualidade do capitalismo neoliberal à escala global em vinte pontos estruturantes. Aqui podemos encontrar o poder hegemónico do paradigma capitalista, que ainda que possa estar em crise, mantém-se como o grande sistema ideológico e político na organização dos Estados e das sociedades humanas.</div><div style="text-align: justify;">Tão longe já de Abril e tão perto da sua quinquagésima celebração, importa não esquecer que a democracia não é, nem nunca será um destino, é e será sempre uma viagem, um processo em construção, um compromisso. E mentem aqueles que afirmam que os ideais de Abril estão já alcançados e cumpridos. Não, não estão.</div><div style="text-align: justify;">Caro Alcídio, termino regressando e parafraseando Michel Foucault (1997: 8):</div><div style="text-align: justify;">“Eu teria gostado que existisse por trás de mim (tendo tomado a palavra há muito tempo) uma voz que dissesse: - É preciso continuar, eu não posso continuar, é preciso continuar, é preciso pronunciar palavras enquanto as houver, é preciso dizê-las até que elas [nos] encontrem, até que elas [nos] digam.”</div><div style="text-align: justify;">Parabéns Alcídio e muito obrigado pelo teu trabalho e dedicação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS9UM0sFMy8PSlwwYuKgsvOllgf_U4DZoGLE59-DBnMh85GLdyXk14Qjo_-fZ2kKBRvMalsziITUTF-nr-16dfbw1ES8twLrcKKoPcRiM6km7-QcDhR54UkmhQ0iqnbCt4YTTg_47LoxpJwdgw9IED5PVac_nGJfbAg2XnSIA39toW_1MjX0et/s256/175x&ctx=0.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="256" data-original-width="175" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS9UM0sFMy8PSlwwYuKgsvOllgf_U4DZoGLE59-DBnMh85GLdyXk14Qjo_-fZ2kKBRvMalsziITUTF-nr-16dfbw1ES8twLrcKKoPcRiM6km7-QcDhR54UkmhQ0iqnbCt4YTTg_47LoxpJwdgw9IED5PVac_nGJfbAg2XnSIA39toW_1MjX0et/s1600/175x&ctx=0.jpeg" width="175" /></a></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-42794642556482665132024-02-28T14:21:00.000+00:002024-02-28T14:21:01.923+00:00o paraíso<div style="text-align: justify;">"O Paraíso seria termos sempre memória, para que nada se perdesse. Tudo deveria ser rigorosamente lembrado para que, através de o lembrarmos, ser eterno. Porque ninguém perdura se sua memória acabou. Só me mantenho vivo enquanto lembro. O que esqueço mata-me. Perde-se e perde-me. [...] O Paraíso, cada vez mais, começa na Biblioteca. Nos livros que amo e que, por generosidade, lembram tudo continuamente e esperam por mim. Até que eu seja apenas como eles. Mais ninguém,"</div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">Valter Hugo Mãe, in Jornal de Letras nº 1393, Fevereiro 2024.</span></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-47382325175357631592024-02-28T11:45:00.003+00:002024-02-28T11:45:37.006+00:00pobreza energética. um exemplo<div style="text-align: justify;">Um dia destes tive que me deslocar a um balcão de atendimento de uma grande empresa que, não por acaso, detém o monopólio da distribuição de energia em Portugal. Ao retirar a senha de atendimento, verifiquei que tinha à minha frente cerca de vinte pessoas e a espera seria considerável. Num espaço incrivelmente exíguo para tamanho movimento, aguardei encostado a uma nesga de parede livre e fui observando a <i>performance</i> das três meninas que iam atendendo os clientes, muitos deles, diga-se, pessoas idosas que traziam consigo muitas dúvidas, questões e reclamações. Num exercício de <i>voyeurismo</i> forçado, não pude deixar de ouvir e acompanhar muitas dessas conversas. </div><div style="text-align: justify;">Uma das situações era a de um idoso que, com a última factura na mão, se queixava do valor cobrado. Normalmente pagava vinte, vinte e poucos euros, mas esta última apresentava um valor a pagar superior a cinquenta euros. O senhor estava indignado e suspeitava que o contador deveria ter algum problema ou avaria. A menina, depois de verificar no sistema, lá lhe disse que não havia qualquer problema com o contador e que esse valor correspondia à energia consumida nesse período de facturação. Ele teimava que não podia ser. E ela, num volume que inundava toda a sala, lá começou a fazer-lhe perguntas para tentar justificar o tal valor...</div><div style="text-align: justify;"><i>- Então o senhor, se calhar deixa as luzes acesas...</i></div><div style="text-align: justify;"><i>- Não deixo nada. Só sou eu e a minha mulher e as luzes sempre foram as mesmas...</i></div><div style="text-align: justify;"><i>- Mas tem ligado o aquecedor?</i></div><div style="text-align: justify;"><i>- Claro, está frio e eu ligo um aquecedor pequenino que lá temos...</i></div><div style="text-align: justify;"><i>- Pois, então é isso. Tem que desligar o aquecedor e embrulhar-se num cobertor...</i></div><div style="text-align: justify;">Eu, assim como outros clientes que aguardavam vez, não queria acreditar no que estava a ouvir. Não consegui outra reacção que não sorrir, pois a vontade era partir para a ignorância e insultar aquela funcionária. Então, quando se sabe que muita gente em Portugal vive em pobreza energética e não consegue aquecer a casa em que habita, o conselho desta senhora é que um casal de octogenários prescindam da única fonte de calor que têm e se remedeiem com mantas e cobertores. Está certo.</div><div style="text-align: justify;">Ao se despedir do senhor e enquanto este agradecia e se levantava para sair, reforçou a ideia, dizendo: <i>- E já sabe, não se esqueça de desligar o aquecedor...</i></div><div style="text-align: justify;">Miserável. Triste, muito triste.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-88684723425078790002024-02-28T10:51:00.000+00:002024-02-28T10:51:19.792+00:00o jardim<div style="text-align: justify;">Durante maior parte da vida tenho vivido em apartamentos, ainda que com acesso a espaços de jardim ou similares, mas permanece em mim uma necessidade de ter um espaço ao ar livre, sombrio e com a privacidade que gosto e valorizo, mas principalmente, que seja só meu. Não sei se algum dia terei acesso a esse pedaço de chão, mas continuo a ambicioná-lo. No entretanto, vou usufruindo das sombras e sossego relativo que o jardim suburbano em que habito me proporciona. E gosto de lá estar e ficar.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-79813262951767269482024-02-28T10:24:00.004+00:002024-02-28T10:39:25.024+00:00máquina de escrever<div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsZMf_GZMAElY5pm16xPXVS4ja4YhZnRj8EE__-xUVt4_0mXEZMcn7pWTbsZZ7JwE8asbn_rHC2vKJ5mZUlqwssfv_7SSYJQ_vN33RSCM8KJGFnEL5zorDFBq_7oP4SMzwEuhFEqCetkj-64As6S7LKw2iGsgknN6o-c2efFhAtDwp2CSPVs1k/s2120/ma%CC%81quina_escrever_pai.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1893" data-original-width="2120" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsZMf_GZMAElY5pm16xPXVS4ja4YhZnRj8EE__-xUVt4_0mXEZMcn7pWTbsZZ7JwE8asbn_rHC2vKJ5mZUlqwssfv_7SSYJQ_vN33RSCM8KJGFnEL5zorDFBq_7oP4SMzwEuhFEqCetkj-64As6S7LKw2iGsgknN6o-c2efFhAtDwp2CSPVs1k/s320/ma%CC%81quina_escrever_pai.jpg" width="320" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;">Esta é a máquina de escrever do meu pai. Ainda hoje a utiliza quando quer escrever algo para guardar, ou para entregar aos filhos. Para além da memória que procura registar, penso que se preocupa em transmitir-nos aquilo que, de outra forma, não teríamos acesso ou conhecimento. É igualmente uma memória visual e sonora de infância e juventude, o meu pai na mesa da cozinha, na mesa da sala-de-jantar ou, mais recentemente, na garagem, debruçado sobre a máquina a martelar durante horas. Hei-de tirar-lhe uma fotografia nesse seu mester voluntário e alienante.</div><div style="text-align: justify;">Comprou-a no início dos anos 80 e nunca mais se separou dela. Numa época em que a informática ainda não estava democratizada e à qual o meu pai sempre resistiu, quando nem sonhávamos que um dia teríamos acesso a um aparelho doméstico que imprimiria a preto ou cores os documentos, os trabalhos escolares eram redigidos nesta máquina e o meu pai esteve sempre disponível para o fazer. A mim fascinava-me, ainda me fascina, o bater das teclas e, depois, dos braços das letras no cilindro onde a folha de papel circula, mas não gostava de escrever, pois as teclas eram pesadas e moíam-me as pontas dos dedos e, por isso, pedia ao meu pai para me passar os trabalhos...</div><div style="text-align: justify;">Aqui há uns anos, talvez uma década, ou um pouco mais, foi notícia o encerramento da última fábrica que produzia estas máquinas. Logo depois, e sem surpresa, deixou de haver no mercado fitas de tinta para estas máquinas e o meu pai andava aflito até que ficou um tempo sem a poder utilizar, mas não desistiu de procurar, até que, passado algum tempo, encontrou um fornecedor (não sei se incluído nestes pós-modernos movimentos revivalistas). Tratou logo de se abastecer para uns bons anos e, se não estou em erro, ainda se serve desse abastecimento.</div><div style="text-align: justify;">É uma anacronia, bem sei, mas são objectos lindíssimos e que me remetem para um universo que adoro e que desde miúdo me encanta. Nunca comprei, nem penso fazê-lo, pois apenas serviria de adorno, mas talvez um dia guarde esta.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-71825965442407956212024-02-20T22:29:00.003+00:002024-02-20T22:29:38.388+00:00pagar para escrever<div style="text-align: justify;">Passados mais de dez anos desde que escrevi este texto (2012), eis que recebo um "convite" para o publicar numa suposta altamente prestigiada publicação. Mas atenção, o texto é excelente e merecedor de publicação na excelsa edição, mas eu terei que pagar "a Publications fee of $500" para tal acontecer. A lata desta gente! </div><div><div style="text-align: justify;">Partilho parte do email que recebi hoje mesmo...</div><div><br /></div><div><span style="font-size: x-small;"><i>"<span face="Tahoma, sans-serif" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); white-space: pre-wrap;">Dear authors,</span></i></span></div><div><p dir="ltr" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Tahoma, sans-serif; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; padding: 0pt 0pt 12pt;"><span style="font-size: x-small;"><i><span face="Arial, sans-serif" style="color: black; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">The editorial team of the </span><span face="Arial, sans-serif" style="color: black; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-weight: 700; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">International Journal of Professional Business Review (JPBReview)</span><span face="Arial, sans-serif" style="color: black; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> read your article "TER, IGP e DOP: complementaridades territoriais?" presented in the congress "</span><span face="Arial, sans-serif">VIII Congresso Internacional de Turismo Rural e Desenvolvimento Sustentável (VIII CITURDES)</span><span face="Arial, sans-serif" style="color: black; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">". Considering the relevance of this congress in your knowledge area, and the quality of your work, we invite you to submit your article in our journal.</span></i></span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; caret-color: rgb(34, 34, 34); color: #222222; font-family: Tahoma, sans-serif; line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; padding: 0pt 0pt 12pt;"><span style="font-size: x-small;"><i><span face="Arial, sans-serif" style="color: black; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Once submitted, your article will be evaluated by external reviewers and, if approved, you’ll be required to pay a publication fee of $500 (American dollars). This fee includes registration of the article's individual DOI, text fomatting, database indexing and publication certificate. The review process of your submitted article takes approximately 10 working days.</span><span style="white-space: pre-wrap;">"</span></i></span></p></div></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-54288395677019825622024-02-20T09:41:00.002+00:002024-02-20T09:41:41.381+00:00o quadro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWMkE_IkNy4_ok5NOqz5OfYOAesZnHxs0igbS-F5s92D6v_Y2omN1K5MxgdzJnLbKyLILdUZJMU3r7ci86NhubA1ZxR3U0MQuvCPA_aL7rABYtHMlwFdzzHkJLeGTWy5Xev2XzpKv2gkRkSqX7cLhvIP233i9O29eZFC2E_QCntT8UPl6LfxXl/s2303/20240217_141834.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2303" data-original-width="1899" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWMkE_IkNy4_ok5NOqz5OfYOAesZnHxs0igbS-F5s92D6v_Y2omN1K5MxgdzJnLbKyLILdUZJMU3r7ci86NhubA1ZxR3U0MQuvCPA_aL7rABYtHMlwFdzzHkJLeGTWy5Xev2XzpKv2gkRkSqX7cLhvIP233i9O29eZFC2E_QCntT8UPl6LfxXl/s320/20240217_141834.jpg" width="264" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">[ Não tenho a certeza, nem me apetece verificar, mas tenho a sensação de que já aqui, um dia, escrevi sobre este quadro. Em todo o caso, quero escrever isto e, por isso, aqui vai... ]</span></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Penso ser uma pintura a óleo e está desde sempre numa parede da casa de meus pais. Sendo mais velho do que eu, conhece-me desde o berço. Gosto muito dele e não há dia em que não o olhe. Não sei bem porquê, talvez a meia-luz, o ambiente anacrónico, ou a combinação de elementos representados, mas tudo nele me transmite tranquilidade, sossego, paz e silêncio. Sendo património da família, um dia tenciono trazê-lo para minha casa, mas o que quero mesmo é continuar a olhar para ele naquela mesma parede.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-60745954894509532352024-02-19T10:38:00.002+00:002024-02-19T10:38:18.579+00:00da velha mas não esquecida luta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBCtpcXm1B5nSXuY0OjKGMvszaM45VBnQ-mmWetkGulJS_7_7BuGkLSFY-XHHXZ2_U6kWEhohQI_hsTNlpZDUFdUsORt4gHL5K1EQoeQk-G95pDW3xqgkuq9UjraL0NqEBId9-JyCjqxUZtspaE3g96mmosN-myiiiUqai0CtgghL7Ad3-SG-H/s1348/IMG-20240217-WA0003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1348" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBCtpcXm1B5nSXuY0OjKGMvszaM45VBnQ-mmWetkGulJS_7_7BuGkLSFY-XHHXZ2_U6kWEhohQI_hsTNlpZDUFdUsORt4gHL5K1EQoeQk-G95pDW3xqgkuq9UjraL0NqEBId9-JyCjqxUZtspaE3g96mmosN-myiiiUqai0CtgghL7Ad3-SG-H/s320/IMG-20240217-WA0003.jpg" width="256" /></a></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-54392552304911517142024-02-08T14:29:00.005+00:002024-02-08T14:29:53.587+00:00dizem que vou lá estar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNXvKNeEDt8NLlUeRRa8S7U_YlVJ5BT0XbdveefRjvL8gGQ3-orxefqVET7BDjkKXJjmWBhrLCFVyo5QPAFk_97KeJByMqvFvHBjT2CohjqYteYtyZAiVQJk-4tvcb8OWU7BcHz10UjDEWmmmsNk7GthUI6vtQ0IhCohViAPBgI_yuZwkVdXpb/s1080/WhatsApp%20Image%202024-02-08%20at%2013.28.06.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNXvKNeEDt8NLlUeRRa8S7U_YlVJ5BT0XbdveefRjvL8gGQ3-orxefqVET7BDjkKXJjmWBhrLCFVyo5QPAFk_97KeJByMqvFvHBjT2CohjqYteYtyZAiVQJk-4tvcb8OWU7BcHz10UjDEWmmmsNk7GthUI6vtQ0IhCohViAPBgI_yuZwkVdXpb/s320/WhatsApp%20Image%202024-02-08%20at%2013.28.06.jpeg" width="320" /></a></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-17759266239355991202024-01-24T19:58:00.000+00:002024-01-24T19:58:06.100+00:00dezassete, a contar<div style="text-align: justify;">Pois bem, aqui estou eu a assinalar mais uma volta ao Sol deste recanto. O Apurriar faz hoje dezassete anos e continua a ser um espaço ao qual regresso quase diariamente, apesar de nem sempre ser para acrescentar valor, que é como quem diz, nem sempre há vontade ou inspiração para escrever algo que considere ser para este espaço. Importa também reforçar o prazer, a vontade e a intenção em continuar a contar os anos que vão passando, através da escrita e aqui. Assim sendo, obrigado e até breve.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-68034786939462796422024-01-12T17:48:00.001+00:002024-01-15T10:58:11.027+00:00os bifes, os gatos e a avó Antoninha<div style="text-align: justify;">Durante a minha adolescência e, talvez, mais durante a minha juventude, adorava ir para Vila Boa e por lá ficar enquanto a escola não chamava por mim. Assim, passei inúmeras temporadas em casa dos meus avós paternos e sob a responsabilidade da minha avó, que, na sua fragilidade e com a sua tranquilidade e sabedoria, me aturava os devaneios e parvoíces de jovem, às vezes, inconsciente. Eu pouco parava em casa, a não ser para comer e dormir e ela, pacientemente, lá estava com todos os cuidados e mimos para comigo. Um dia, talvez final de uma tarde de Verão, estava eu no terraço da casa, com certeza, à conversa com alguém que se aproximou ou passou, quando a ouço praguejar alto na cozinha. De um salto vou ao seu encontro e só já ouvi: <i>- Malditos gatos, que me levaram o teu bife!</i></div><div style="text-align: justify;">Coitada da mulher. Tinha tirado um bife para me servir ao jantar, pô-lo a descongelar perto de uma janela aberta e soalheira, um gato vadio, esperto, num ápice lhe levou o suculento naco de carne. Ficou desconsolada, sem saber o que fazer. Tentei acalmá-la e disse-lhe para me estrelar um ovo que já ficava bem. Assim foi, mas ela andou uns dias a dizer mal da sua vida e, principalmente, do raio do bicho.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-3379346376184972752024-01-12T17:42:00.005+00:002024-01-12T17:42:51.399+00:00mais do que uma ideia, uma solução<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHu3pWi2q_W470l4_PVgzqDqcOX0pJYoyFRBdV-d1rTQeTQzNioo_-qJQzCaJ0Ni7PGPWtDgGTgoiMv_hR3_KYRKU107c-vLBI26-OUszaHGNesmKMmP_nQ0Oa9cR0vxOIUTNCWazUnbkCXVdh2Sh7NPDh_jf4tDb0fF43KW_jIieQN-VMaS20/s1757/ideia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1757" data-original-width="1549" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHu3pWi2q_W470l4_PVgzqDqcOX0pJYoyFRBdV-d1rTQeTQzNioo_-qJQzCaJ0Ni7PGPWtDgGTgoiMv_hR3_KYRKU107c-vLBI26-OUszaHGNesmKMmP_nQ0Oa9cR0vxOIUTNCWazUnbkCXVdh2Sh7NPDh_jf4tDb0fF43KW_jIieQN-VMaS20/s320/ideia.jpg" width="282" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ontem no jornal Público, Miguel Esteves Cardoso, um insuspeito revolucionário, apresenta esta ideia como solução para o Jornal de Notícias e demais jornais e rádios do mesmo grupo empresarial. Para início de conversa parece-me muito bem e de maluca a ideia não tem nada. Houvesse coragem e era algo desse género que aconteceria para salvar não só os postos de trabalho, como salvaguardar o último dos grandes títulos da cidade do Porto. Não esquecer o que aconteceu ao Primeiro de Janeiro e ao Comércio do Porto.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-52339481780800301582024-01-07T17:45:00.004+00:002024-01-07T17:46:45.166+00:00alheira é uma salsicha?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKvm-DccyKeZVOAhKbYQeJMg3KbKi0ByXazBIxEtBpVtTAq6GcpX9ZhAKrkKg80vgLUqi3Tv92vHTWb6jsfam4I4oC0sm3TlLuaWU4Qs0anADUg8QEWQG9ergt6BGmmSI1RVXrcotNyO4cx5YkFRRjmDhsrZIk4vPoQBwFvuCL5eWTcqs0dVL7/s3205/salsicha%20de%20vinhais.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1522" data-original-width="3205" height="152" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKvm-DccyKeZVOAhKbYQeJMg3KbKi0ByXazBIxEtBpVtTAq6GcpX9ZhAKrkKg80vgLUqi3Tv92vHTWb6jsfam4I4oC0sm3TlLuaWU4Qs0anADUg8QEWQG9ergt6BGmmSI1RVXrcotNyO4cx5YkFRRjmDhsrZIk4vPoQBwFvuCL5eWTcqs0dVL7/s320/salsicha%20de%20vinhais.jpg" width="320" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">A notícia do jornal Mensageiro de Bragança é já de 21 de Dezembro, mas só hoje estive a rever jornais e demais publicações para recortar aquilo que me importa para adicionar ao "dossier de imprensa" que há anos vou construindo.</div><div style="text-align: justify;">Esta notícia é um achado e tudo nela é absurdo. Desde a classificação ou tipologia da Alheira enquanto salsicha, até à corrida para melhor do mundo (e arredores) e <i>the last but not the least,</i> o comunicado da autarquia. Para mais tarde recordar ou, com certeza, usar.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-90359864460836001222024-01-03T17:49:00.005+00:002024-01-03T17:58:23.391+00:00o Quim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidf26uqEC07au676SwqWjeHxquEr2OMnUEhWaJZBvPDdgO7c-_G3OvHX-bsMeB_ilsXJPTkh2_xkFPEGs2AZPSkpUfDy2IAVkUPBD6uo4JN8fEWtCIeg2xGV7418VRWyFOSjWSB7G4EDMiqpHhmvVF6-d222q8Y2dvGFlvHifzJroIfAyQl8Ep/s2438/quim.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2438" data-original-width="2071" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidf26uqEC07au676SwqWjeHxquEr2OMnUEhWaJZBvPDdgO7c-_G3OvHX-bsMeB_ilsXJPTkh2_xkFPEGs2AZPSkpUfDy2IAVkUPBD6uo4JN8fEWtCIeg2xGV7418VRWyFOSjWSB7G4EDMiqpHhmvVF6-d222q8Y2dvGFlvHifzJroIfAyQl8Ep/s320/quim.jpg" width="272" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Não sei porquê, mas aqui há tempos o Quim da Madalena veio-me amiúde à mente, de forma expressiva e até impressiva. Não foi em sonho, mas sim em momentos bem desperto, em que o seu rosto e sorriso, memórias de infância e de momentos com ele partilhados, me assaltaram deixando-me uma sensação triste e nostálgica.</div><div style="text-align: justify;">O Quim era um miúdo da minha criação (nasceu em 1974) e cresceu na mesma rua (quase bairro) que nós. Era um miúdo tranquilo, apesar de algo irreverente e, talvez por isso, vítima de algum <i>bullying</i> (termo então ainda desconhecido e impraticado) por parte de outros miúdos que connosco conviviam. A sua alcunha, julgo que apenas por ter um redemoinho de cabelo logo por cima da testa, era “o peido”. Epíteto que, apesar de muito violento, foi assimilado e assim utilizado durante muito tempo. Penso que só mais tarde, talvez já adulto, tenha perdido essa alcunha.</div><div style="text-align: justify;">De entre as muitas brincadeiras, traquinices e aventuras pelas redondezas, há dois momentos do Quim inesquecíveis, que guardei e agora partilho: o primeiro foi quando a jogar às Damas, no pátio do meu prédio (nº 115 da rua), e por motivo que já não recordo, nos desentendemos e, por isso, lhe dei violentamente com o tabuleiro de madeira nas costas. Para além da dor lhe ter provocado o choro e uma correria para casa, parti o tabuleiro e ficámos zangados durante um dia ou dois. As pazes não tardariam. O segundo momento, foi quando ele decidiu fugir de casa com apenas, sei lá, dez, onze ou doze anos, deixando uma carta de despedida aos pais. O sobressalto na rua foi generalizado e a presença das forças policiais mais dramática tornou a situação. Recordo a insegurança que todos, miúdos e graúdos, sentimos.</div><div style="text-align: justify;">Se bem me recordo, o Quim terá caminhado para Sul, pela Estrada Nacional Um, durante um dia e uma noite, tendo sido encontrado no dia seguinte, encharcado e esfomeado, algures entre Santa Maria da Feira, São João da Madeira ou Oliveira de Azeméis, e devolvido aos pais. Bem mais tarde, já adultos, cheguei a questioná-lo sobre esta aventura e ele próprio não a conseguia justificar, reconhecendo que em casa e na família não havia qualquer problema ou razão para tal atitude.</div><div style="text-align: justify;">Durante anos fomo-nos cruzando em Valadares e arredores, pois ele era, ou foi, operário da fábrica das agulhas. O Quim morreu no dia 5 de Maio de 2023 e eu só soube já ele tinha sido cremado. A certeza da sua morte surgiu num cartaz de funerária que ainda consegui encontrar numa montra devoluta na Madalena. O Quim tinha 49 anos e foi vitima de doença oncológica. Uma memória boa dele perdurará comigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ao alto, o Quim no dia 21 de Janeiro de 2017, no lançamento do meu livro "Apurriar", na Maria Torrada, em Valadares.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">(escrito em Bragança, 31 de Dezembro de 2023)</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-3529016827189392102023-12-31T15:38:00.001+00:002023-12-31T15:38:09.823+00:00haverá sempre disto<div style="text-align: justify;">Tal como nos dias anteriores, hoje de manhã saí de casa apenas para a dose mínima de cafeína, sem a qual não sei viver. Na pastelaria onde tenho ido, e na mesa ao lado, dois sexagenários trocavam votos de bom ano e comentavam com quem e onde iriam passar a passagem de ano. Um deles, enquanto dava mais uma passa no seu cigarro e bebericava o seu café, dizia que era um triste e que não tinha um tostão no bolso para gastar mais logo. Não sei se procurava apenas a solidariedade do amigo e cravar-lhe a despesa naquele momento, ou se era mesmo sincero o seu desabafo. Na dúvida, não deixei de comentar com quem comigo estava, que haverá sempre vícios mais fortes do que qualquer razoabilidade ou bom senso.</div><div style="text-align: justify;">Enfim.</div><div style="text-align: justify;">Bom ano.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-65607751105202593102023-12-28T16:29:00.001+00:002023-12-28T16:29:11.550+00:00sempre a perder<div style="text-align: justify;">Estes dias de nada, em que pouco se faz a não ser as actividades básicas de sobrevivência, permitem-nos olhar para "coisas" que normalmente não temos disponibilidade para atentar. Entre garfos e facas, líquidos dentro de copos e algumas leituras, tenho aproveitado o tempo para folhear as páginas online dos jornais regionais e, hoje, num só desses lugares encontrei duas notícias paradigmáticas sobre o triste destino a que está votada a região transmontana. Não podendo aqui reproduzir a sua totalidade, deixo o <i>link</i> para a leitura integral das mesmas e um comentário para cada uma dessas notícias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><a href="http://brigantia.pt/noticia/governo-nao-incluiu-ligacao-de-alta-velocidade-porto-braganca-madrid-no-mapa-ferroviario-da">http://brigantia.pt/noticia/governo-nao-incluiu-ligacao-de-alta-velocidade-porto-braganca-madrid-no-mapa-ferroviario-da</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já andavam todos os responsáveis autárquicos excitados e a proclamar loas aos sete ventos. Crentes. Mas algum dia Lisboa iria propor que a única (ou uma de duas) ligação ferroviária à Europa fosse traçada por Trás-os-Montes?! Vamos continuar a assistir ao esvaziamento e desestruturação desse território e, pior, com a anuência dos responsáveis locais e regionais, pois o importante é manterem o seu prato de sopa da panela cada vez menor.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="http://brigantia.pt/noticia/braganca-pode-deixar-de-ter-aviao">http://brigantia.pt/noticia/braganca-pode-deixar-de-ter-aviao</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bem sei que, usando a razão, não há qualquer justificação para esta linha aérea existir. Não há gente, não há procura. Também é verdade que essa linha sempre foi uma benesse do Estado para a meia-dúzia de privilegiados naturais e/ou utilizadores da região e a população em geral pouco usufruía ou beneficiava com essa ligação. Ainda assim, penso que Lisboa e os decisores políticos acabarão por arranjar uma solução e a linha mais tarde que cedo retomará.</div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-38716145.post-12970416050627610252023-12-27T19:07:00.000+00:002023-12-27T19:07:02.013+00:00em Ousilhão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw8g47SgrsIdd6WAIQ3eqf0E88KtxRcv79V9YkgHor1TOuBfUculUxnNJzN2_ZSPuciLUoMNwkAzmPXzArnl5RlCQws31PkV-EGU7V61ZsQti5_vn2CJG86HwaYlnSZbmtsyEhVMIQe7VP0LqWyCVM3S8qNl-4R3DnUqEDaLir9DE1526Omk5s/s2048/406486851_738085398355348_4536931665288102627_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1367" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw8g47SgrsIdd6WAIQ3eqf0E88KtxRcv79V9YkgHor1TOuBfUculUxnNJzN2_ZSPuciLUoMNwkAzmPXzArnl5RlCQws31PkV-EGU7V61ZsQti5_vn2CJG86HwaYlnSZbmtsyEhVMIQe7VP0LqWyCVM3S8qNl-4R3DnUqEDaLir9DE1526Omk5s/s320/406486851_738085398355348_4536931665288102627_n.jpg" width="214" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Festa de Santo Estevão, em Ousilhão - Vinhais, ontem 26 de Dezembro. Depois de muitos anos, regressei e encontrei uma festa viva e participada. Muita juventude e criançada mascarada, muitas raparigas e mulheres a mascarar-se e muito forasteiros, curiosos, especialistas e profissionais. Percepção de uma observação não-participante: caretos de adidas nos pés e telemóvel na mão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ2v_HUMhHgoHM_E4b1J5WUfrXb59ZxBlLbwa4jo6N1XKHWUrsX_C97YOmdeWiOfPR6gqoCcaZw6kNBZUjx4h1wJBb_VFvld8zMlq0wHOloiDY9f0RBhA6TN63cyqdcFkh8idJH5ZPuduIP0HWrQEN_cRPnQl_YiJx0Xaz-jjRIEI9-V1b-6UZ/s1024/WhatsApp%20Image%202023-12-26%20at%2020.02.01.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="594" data-original-width="1024" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ2v_HUMhHgoHM_E4b1J5WUfrXb59ZxBlLbwa4jo6N1XKHWUrsX_C97YOmdeWiOfPR6gqoCcaZw6kNBZUjx4h1wJBb_VFvld8zMlq0wHOloiDY9f0RBhA6TN63cyqdcFkh8idJH5ZPuduIP0HWrQEN_cRPnQl_YiJx0Xaz-jjRIEI9-V1b-6UZ/s320/WhatsApp%20Image%202023-12-26%20at%2020.02.01.jpeg" width="320" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLDlhRJyEwS7gVr1nQj2RK28g-6brtS1u7fFSTn1MCs_w7dlXIpifiQdt3i3o1Kq6akztaZK1Gw38V_wk0WsgXG02rd36VaIWUhLwGNSXe7QCs2Sqaf4DjwMoWyaQshOwI7YuuhSymOu9lMrEw7s5onlovzst8sjgzq3v9T9FskQScaZm2CbDf/s2796/20231226_150804.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2796" data-original-width="1908" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLDlhRJyEwS7gVr1nQj2RK28g-6brtS1u7fFSTn1MCs_w7dlXIpifiQdt3i3o1Kq6akztaZK1Gw38V_wk0WsgXG02rd36VaIWUhLwGNSXe7QCs2Sqaf4DjwMoWyaQshOwI7YuuhSymOu9lMrEw7s5onlovzst8sjgzq3v9T9FskQScaZm2CbDf/s320/20231226_150804.jpg" width="218" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt8dBCUdmDhCclZ9uLn2Zr14aXdCoek0dbE4QG8AlHvPk2g5zgxv_Q8ZypDuJX3TMbLuZLmplj7FDBfXCS7YLJGGnPnGD5WpYLrTZ_V8zVH5QniMUEIX-JYWkH2htW8Ka3Zaghq2X_YGatuKhV5WY3KpVpBe8Xrnx2q-MGi1imfEycWVKgXQCS/s4032/20231226_151725.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="1908" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgt8dBCUdmDhCclZ9uLn2Zr14aXdCoek0dbE4QG8AlHvPk2g5zgxv_Q8ZypDuJX3TMbLuZLmplj7FDBfXCS7YLJGGnPnGD5WpYLrTZ_V8zVH5QniMUEIX-JYWkH2htW8Ka3Zaghq2X_YGatuKhV5WY3KpVpBe8Xrnx2q-MGi1imfEycWVKgXQCS/s320/20231226_151725.jpg" width="151" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjsW67sOM3KAeqEEwlYuZZXxjpCxAV2VXrxNs-SkHofd5xCaYm3bNidtC2v_XCMeLLU9xYgPGv0eTvxSCGGxnNdhJZG0fSeU_MXtEuxHzpwZcgXDAep16ofsVhjpPC5sLIHpLM66eTb4U86iOUo2Olq_tUr4r8iX756wrlNzZDPB6bB_zsqyuY/s4032/20231226_152527.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1908" data-original-width="4032" height="151" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjsW67sOM3KAeqEEwlYuZZXxjpCxAV2VXrxNs-SkHofd5xCaYm3bNidtC2v_XCMeLLU9xYgPGv0eTvxSCGGxnNdhJZG0fSeU_MXtEuxHzpwZcgXDAep16ofsVhjpPC5sLIHpLM66eTb4U86iOUo2Olq_tUr4r8iX756wrlNzZDPB6bB_zsqyuY/s320/20231226_152527.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdeHU2tgV6RI0jsq0ZxWJPXN504T4unmr3fxTGBWCTm3v5A6dG4irytwlu4aXMRoH80QiAUl0OfwrPUyKMK2c3vD_hKyH3h3SC2WnjpGkBcYC1dAnN5_abx0QM4YyFOKn_nzbpfU4-gWVOqKv0-ESwWIVXHBx1kdO1nu1O3NC0LHr2p2jfrS_t/s4032/20231226_153812.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="1908" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdeHU2tgV6RI0jsq0ZxWJPXN504T4unmr3fxTGBWCTm3v5A6dG4irytwlu4aXMRoH80QiAUl0OfwrPUyKMK2c3vD_hKyH3h3SC2WnjpGkBcYC1dAnN5_abx0QM4YyFOKn_nzbpfU4-gWVOqKv0-ESwWIVXHBx1kdO1nu1O3NC0LHr2p2jfrS_t/s320/20231226_153812.jpg" width="151" /></a></div>Luís Valehttp://www.blogger.com/profile/08953373326396064638noreply@blogger.com0