A certeza de uma presença, distante ou próxima, mas inequívoca. O uso de palavras é não obrigatório e a quantidade é sempre dispensável a favor da qualidade. No turbilhão diário que repele e afasta os corpos, a tranquilidade de um toque ou carícia no mais tardar dos momentos. Assim tem sido ao longo destes primeiros nove anos.
---------"Viajar, ou mesmo viver, sem tirar notas é uma irresponsabilidade..." Franz Kafka (1911)--------- Ouvir, ler e escrever. Falar, contar e descrever. O prazer de viver. Assim partilho minha visão do mundo. [blogue escrito, propositadamente, sem abrigo e contra, declaradamente, o novo Acordo Ortográfico]
31 março 2008
27 março 2008
Novo tempo, tempo de eleições
Apesar de ser notícia já do dia de ontem, não posso deixar de assinalar a inversão do discurso e, a ver vamos, da prática do Eng. Socrates e seu governo. Não há qualquer dúvida que o dia 26 de Março de 2008 marca o início do processo eleitoral das legislativas de 2009. Temos agora um governo a trabalhar e em esforço, para a reeleição do seu primeiro.
26 março 2008
Ofícina
Dia de decisões: tipo de letra, paginação, acabamento, capa, contra-capa, côr, e fotografias... por terras de Alpiarça o dia todo, pelo menos até ao fim do dia, porque depois outra música tocará.
Notícia em www.edicoescosmos.blogspot.com
22 março 2008
à descoberta...
41º 47'02" N 6º 55'14" O, a 984 de altitude.
perdido algures nesta mancha de floresta, talvez no centro desta fotografia... lá consegui descobrir o que buscava... carece confirmação.
18 março 2008
A Crédito
É conhecido o vício de consumismo que os portugueses têm, ainda agora e a propósito das férias da Páscoa, ficámos a saber que são muitos os portugas que partem para destinos vários, naquilo que considero um acto irreflectido de consumismo, principalmente para aqueles que o fazem à custa do dinheiro que hão-de ganhar durante os próximos até 60 meses. Como é fácil comprar dinheiro!... é tão fácil comprar dinheiro que até já as farmácias criaram um cartão de crédito para os utentes poderem ir às farmácias e consumirem à vontade e só pagarem até 90 dias. Até aqui se sente a voracidade da banca que, qual lobo em pele de cordeiro, serve-se da miséria social e económica dos individuos para mais tarde apresentar resultados fabulosos e ser considerada, pelo poder vigente, uma mais valia para a economia do país...
Reflectindo um pouco sobre a notícia, podemos compreender bem a boa aceitação por parte dos utentes, que só no primeiro dia da existência deste cartão, subscreveu cerca de cinco mil cartões, na medida exacta da extrema dificuldade que uma parte considerável da nossa sociedade sente para sobreviver a cada dia que passa.
Não é assim que se combate a exclusão ao direito constitucional que é a saúde.
Acordo Ortográfico
Se há assunto que me tem remexido as entranhas é este putativo acordo ortográfico que a comunidade de países que se expressam através da língua portuguesa se preparam para ratificar. Nos últimos dias, a comunicação social e a blogosfera têm relançado este problema (de identidade) o que demonstra, para além das diferentes sensibilidades, diversas indisposições acerca do mesmo. Por aqui, eu, já dei alguns sinais dessa indisposição, mas consciente das minhas limitações para abordar o assunto, dado o meu desconhecimento técnico, não terei sido muito afirmativo.
Contudo, a entrevista dada por Vasco Graça Moura no Programa "Diga Lá Excelência" do último fim-de-semana, deu-me alento para retornar a esta discussão, uma vez que, de uma forma simples mas fundamentada, diz aquilo que eu considero serem as verdadeiras razões para esta pantomina, ou seja, os interesses da actividade livreira e editorial brasileira, que acabam por ser os grandes beneficiados com a introdução deste acordo e a sua não existência é um travão à penetração do livro brasileiro. Mas isso é ou não do interesse geoestratégico português? Vasco Graça Moura põe a hipótese de requerer a inconstitucionalidade desta proposta de acordo, na medida em que a a grafia transporta consigo uma carga de informação histórica, cultural e etimológica.
Mesmo leigo e desconhecedor do texto deste acordo, importa fazer algumas considerações, para as quais me socorri do artigo na wikipédia, indicado no blog Causa Nossa por Vital Moreira, diga-se, apoiante do acordo em apreço.
Apesar de ser publicitado como um acordo de toda a CPLP, toda as questões conhecidas, se resumem aos caracteres diferentes entre Portugal e Brasil. Para além disto, a verdade é que até à data só o Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificaram o acordo.
Depois, o Vocabulário Ortográfico Comum, objecto e objectivo último deste acordo, pretendia-se o tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas. Só que ainda pouco está feito neste sentido e, por isso, sem vocabulário comum é impossível haver uma língua em comum.
São vários os argumentos a favor deste acordo:
- As ortografias oficiais diferentes levam a grandes custos de produção e edição de livros e dicionários e, consequentemente, a uma maior demora de edição, o que contribui para a fraca difusão da lingua portuguesa, apesar de ser uma das mais faladas do mundo;
- O esforço de cooperação de Portugal e Brasil com os restantes PALOP em acções de difusão e fortelecimento da língua;
- Condição essencial para a definição de uma política linguística de bases comuns na CPLP;
Como críticas ao mesmo acordo são enumerados os seguintes argumentos:
- Alguns linguístas defendem a ortografia etimológica em detrimento da ortografia puramente fonética das palavras. Como as reformas ortográficas tendem a suprimir consoantes mudas e a padronizar a correspondência entre grafemas e fonemas, esses linguístas opõem-se a ela;
- Portugal tem hesitado na introdução do Acordo, nomeadamente, alguns editores têm alertado para os elevados custos para a adaptação de dicionários e outros livros às novas regras. O Acordo mexe muito na maneira de escrever, mas também nos interesses nacionais da cultura, literatura e educação.
- É, de facto, uma facilidade para as editoras brasileiras conquistarem novos mercados, nomeadamente em países africanos;
- Alguns linguistas portugueses têm afirmado que a adopção deste acordo seria uma "abrasileiração" da escrita e que a variante lusitana da língua saíria afectada;
Independentemente dos argumentos esgrimados, não percebo a necessidade, a oportunidade, a validade e o interesse desta intenção dos nossos governos. O que é que Portugal e, principalmente, a língua portuguesa beneficiará com este acordo!?... Digo mais, não entendo como mais valia para a língua portuguesa o facto de os brasileiros se exprimirem naquilo que dizem ser português... se é que é português!? Chamem-lhe o que quiserem. Assim, o movimento deveria ser o inverso e o Brasil deveria impor e instituir uma língua independente, o brasileiro. Aliás, o argumento da normalização não colhe, pois a compreensão da oralidade e da escrita nunca esteve em dúvida. Particularmente, por motivações académicas, já contactei com inúmeros textos e documentos traduzidos em português do Brasil e nunca isso foi impeditivo da compreensão desses mesmos textos. Querer impor normas e formas de expressão a realidades tão distintas é um erro e a gramática do português não o merece. Sem fundamentalismos ou puritarismos exarcebados, gostaria de sentir mais inconformismo e mais discussão pública sobre esta importante questão. Declaro-me contra esta intenção e, por isso, militantemente assinei a petição online e convido a todos a repetir o gesto. Basta seguir a etiqueta desta mensagem.
16 março 2008
Em água e rela
e depois de um periodo sem disposição para "alimentar" este nosso lugar, nada melhor do que um original para reiniciar uma nova fase. Da Ia...
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