26 junho 2017

a inevitabilidade e o estigma

Talvez seja apenas uma mera coincidência; Talvez apenas um azar; Quiçá, uma simples impressão, mas a verdade é que ser cliente dos CTT e frequentar as suas lojas e balcões transformou-se numa actividade irritantemente demorada e fastidiosa. Os dois ou três balcões de correios que frequentemente visito, salvo uma ou outra vez, estão sempre cheias de gente, o serviço é lento e os balcões, apesar de vários funcionários presentes e a circular de um lado para o outro, não estão a atender os clientes. Muitas vezes apenas um funcionário e um balcão a atender...
Aqui está um bom exemplo da inevitabilidade da privatização de um serviço outrora público, pois o estigma histórico e enraizado de tudo quanto era e é do Estado, era e é mal gerido, assim como o estigma perpétuo dos funcionários públicos e do seu absentismo, resultou nisto e mede-se agora pela qualidade do serviço prestado aos clientes, por uma gestão séria e rigorosa. Aqui, como em tantos outros casos, o serviço público é preterido por rádios de produtividade e variação percentual de lucros, ou seja, tudo aquilo que realmente interessa a essa casta iluminada, privilegiada e minoritária das elites económicas e financeiras.
Este exercício só foi possível porque primeiro, frequento e utilizo regularmente os serviços e os espaços CTT e, segundo, porque tenho memória e faço questão de me servir dela, assídua e convenientemente.

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