Ao volante deste clássico das quatro rodas viajei do Alto Alentejo até Gaia durante longas e silenciosas cinco horas. A uma velocidade média de 80 kms por hora, sem rádio, sem vidros abertos e com direito a ar forçado, revivi algumas sensações de tempos já idos, das primeiras aventuras ao volante da velha Renault 12 de meu pai (sempre, ou quase, com o consentimento de minha mãe e respectivo desconhecimento do pai...). A nudez dos interiores, a resistência da direcção, os elevadores manuais dos vidros, a caixa de velocidades tipo tractor, a mão que de vez em quando tem que desembacear o vidro, as paragens periódicas para o carro arrefecer, o conjunto de chaves (uma para a ignição, uma outra para as portas e ainda outra para o depósito de gasolina), os cheiros, o volante de material degradável, a buzina fora do volante (no manipulo dos piscas), e mais, por exemplo, a uma velocidade de cruzeiro de 100 kms por hora, não consegui ultrapassar um único veiculo, ligeiro ou pesado... o que indica desde logo que, por este país de IPs e ICs "ninguém" viaja abaixo dessa velocidade. De resto, confesso também que, ao contrário do que acontece no dia-a-dia, foi uma condução com emoção e prazer.
---------"Viajar, ou mesmo viver, sem tirar notas é uma irresponsabilidade..." Franz Kafka (1911)--------- Ouvir, ler e escrever. Falar, contar e descrever. O prazer de viver. Assim partilho minha visão do mundo. [blogue escrito, propositadamente, sem abrigo e contra, declaradamente, o novo Acordo Ortográfico]
25 novembro 2007
24 novembro 2007
Natalidade, Interioridade e o Presidente
"Eu não acredito que tenha desaparecido dos portugueses o entusiasmo de trazer vidas novas ao mundo" (Presidente da República Anibal Cavaco Silva, hoje na Guarda)
Sr. Presidente, cá por mim é sempre um prazer e só de pensar no assunto já estou a ficar entusiasmado…
Em visita por terras da Guarda, o Presidente da República resolveu abordar o problema da baixa natalidade. Até aqui tudo bem, mas a abordagem não podia ter sido pior. Para além de responsabilizar todos os cidadãos portugueses por não cuidarem do futuro e continuidade da nossa nacionalidade, pateticamente ingénuo pergunta:
- Porque é que nascem tão poucas crianças em Portugal?
- O que é preciso fazer para que nasçam mais crianças em Portugal?
Não sei como é que a plateia que o ouvia não desatou à gargalhada!?.....
23 novembro 2007
Tabuada do Tempo *
Esta será também uma homenagem ao meu tempo e a todos aqueles que ao longo dele tiveram por missão ensinar-me e explicar-me a "tabuada". Segundo me fazem saber os meus primeiros e últimos mestres, ainda por cima, em acumulação com o fardo da progenitura, nunca terei sido bom aprendiz, nunca tendo saído da maior e anónima mediocridade escolar.
De facto, todos os anos que passaram neste intervalo de tempo até hoje, serão o resultado de uma qualquer tabuada produzida por alguém; e até podem ter escolhido várias conjugações, pois 2x10=20, como 5x4=20 ou então, 3x7=21, ou ainda, 6x3=18, etc, etc...desconheço qual a escolhida, mas também é-me indiferente. Sei que todo o tempo é passível da tabuada.
O tempo este, o de agora e presente, é o de reproduzir tudo aquilo que um dia produziram em relação a nós. Agora, é a nossa prole que tem que apreender, muitas vezes contrariada, pois a brincadeira é sempre melhor e a responsabilidade ainda não é um conceito esclarecido. Cá por casa, está mais do que percebido que a criança, agora que chegou a sua vez de aprender essa arte de ler e escrever, não acha grande piada às letras, principalmente quando se vê obrigada a juntar, na escrita e na leitura, duas ou mais espécies... o esforço tem sido no sentido de a fazer compreender a necessidade dessa construção, porque na realidade, no seu entendimento, um B e um A é BA (como 1+1=2), mas BA + TA já não tem que ser BATA.
Embuido neste esforço pedagógico familiar, dou comigo a reflectir sobre esta "coisa" básica e elementar que é o alfabeto e o seu domínio. Algo que damos como certo e universal e, por isso, o desvalorizamos. O que é um erro, pois, por incrivel que possa parecer, ainda hoje, há quem não o conheça (analfabetismo), quem não o saiba utilizar (apedeutismo) e também quem não o compreenda (iliteracia). Também, constato que este é o grande primeiro momento, será a primeira alavanca, que permitirá à criança desenvolver o seu individualismo e a sua personalidade. Por fim, estes serão os últimos momentos em que conseguimos enganá-las, ou pelo menos, omitir, ao ler o que nos apetece, como aconteceu até aqui quando questionados...
Acima de tudo interessa-me saber que neste processo ontogenético tudo possa acontecer naturalmente e sem grandes expectativas e/ou exigências. Ser criança, foi, é e quero que continue a ser, sinónimo de ingenuidade, de irresponsabilidade, de liberdade e de criatividade. A seu tempo, depois de muita tabuada conjugada, as responsabilidades chegarão.. Sem pressa.
* - Título de um livro de Cristovão de Aguiar, com o qual me cruzei, um destes dias, nos corredores de uma FNAC.
19 novembro 2007
Arrastões Bancários
Vivemos um tempo em que, a cada dia que passa, chegam até nós, mediaticamente, notícias de assaltos, ou pelo menos tentativas de assaltos, por vezes mais, por vezes menos violentas e dramáticas, a instituições e/ou equipamentos bancários. Custa-me saber que a prática tem vindo a aumentar, mas mais me custa o mediatismo e o sensacionalismo adoptado por aqueles que tem por função informar, aquando do tratamento deste tipo de notícias; é que de nada nos serve, e principalmente, de nada serve às polícias e demais entidades, os testemunhos ignorantes daqueles que assim, e só assim, conseguem os seus 5 segundos de "fama" e "notoriedade".
Hoje, a propósito de mais uma tentativa frustrada de assalto a uma dependência bancária, houve quem, numa tentativa de justificar esta prática e o seu registo frequente, a associasse à recente alteração do código penal, nomeadamente no que diz respeito à nova lei da prisão preventiva. Dizem estes que, esta onda de assaltos está relacionada com a libertação de vários presos preventivos, consequência da entrada em vigor dessa nova lei.
Isto para além de ser extemporâneo, é especulativo e procura, sem dúvida, retirar proveitos políticos.
Sem conseguir alcançar toda a problemática, dado o desconhecimento em pormenor, podemos, contudo, fazer uma leitura "sensorial" da realidade da sociedade e dizer que, às tantas, esta escalada de acções violentas, cujo propósito é conseguir dinheiro, não é estranha ao deterioramento, também em escalada, da situação social e, principalmente, financeira dos indivíduos e das famílias portuguesas, assim como não será estranha ao permanente aumento do desemprego. Desta hipotética relação não ouvi eu, ainda, os "experts" do quinto poder. Aliás, seria interessante, para além de necessário, estudar este fenómeno social, procurando as reais causas e razões, para depois então encontrar as soluções certas e apropriadas.
17 novembro 2007
15 novembro 2007
Que grande entrevista
Com o pc portátil em cima dos joelhos estou a ver o programa semanal de Júdite de Sousa "Grande Entrevista", que hoje entrevista a Dra. Joaquina Madeira, actual Provedora da Casa Pia. Tudo isto acontece depois das primeiras denúncias da Dra. Catalina Pestana que aqui há umas semanas, ao semanário SOL, afirmou que as agressões e as violentações continuam a existir na Casa Pia.
Esta senhora, responsável máxima desta instituição que (des)cuida de cerca de 500 crianças e jovens em regime de internato, passa ao lado de todas as questões. Por mais que a entrevistadora a questione, ela simplesmente não diz nada de relevante. A razão de ser desta entrevista supostamente era saber da própria provedora da instituição o seu conhecimento da realidade, mas ela persistentemente diz que não tem conhecimento de nada...
Aqui está mais um exemplo de um espaço, supostamente, nobre, porque em prime-time, que acaba por ser um flop.
Frase da noite: (a proposito das declarações da antiga provedora) "talvez não tenha sido a melhor forma e a altura para as fazer.... sabe, a casa precisa de tranquilidade!" - eu pergunto: tranquilidade para os porcos dos pedófilos poderem continuar a sua pérfida rotina!?... até quando!?... o verdadeiro problema é que são os próprios donos do sistema que dominam os meios que lhes permitem manter o status actual e só assim se percebe a indignação desta senhora pelas permanentes denúncias relativas à sua instituição.
13 novembro 2007
Reforma da Europa
Passados alguns dias do famoso acordo do Conselho Europeu, em Lisboa, sobre o Tratado Reformador, houve já tempo para conhecer o documento, perceber as lógicas e as tendências e perscrutar as diferentes reacções e opiniões acerca do mesmo.
De facto, o agora acabado e fechado Tratado (de Lisboa) não serve os interesses da Europa, uma vez que assenta em fundamentos neo-liberais e preconiza uma agenda militarista.
Por agora, e após 6 anos de problemas internos, a União Europeia deveria regressar aos seus verdadeiros deveres. Mas não, as alterações acordadas no Tratado apenas abordam os problemas nalguns aspectos e os próximos desafios de forma superficial. E mais, as futuras competências da União Europeia permanecem em aberto. Por outro lado, confirma o poder autoritário do Banco Central Europeu e o seu único objectivo – o controlo dos preços; consagra as políticas do Pacto de Estabilidade, que atingem a Despesa social e o investimento públicos, fazendo recair sobre os mais pobres as consequências das políticas orçamentais restritivas; e insiste no princípio da “concorrência livre e não falseada”, ao abrigo da qual explodiu a precariedade dos vínculos laborais, a diminuição de direitos e a compressão salarial.
Ao mesmo tempo, é, erradamente, apresentado como um acordo, um diagnóstico sobre os mercados de Trabalho na Europa, que na verdade abre caminho à extensão do conceito de flexi-segurança ao conjunto da União. A coberto deste slogan – “flexi-segurança”, o patronato e a Comissão Europeia apostam na desarticulação da Contratação Colectiva, na liberalização dos despedimentos individuais e na precariedade dos vínculos. A sua preocupação não é a segurança mas a flexibilidade, o que desvirtua e descentraliza o valor do Trabalho na construção do projecto europeu. Assistimos a uma regressão de natureza civilizacional. A Europa não precisa de mais flexibilidade porque já tem precariedade a mais. Precisa é de um novo Contrato para a Solidariedade que alargue aos imigrantes, às mulheres e aos jovens, os direitos e regalias sociais como condição para resolver a diferença entre ricos e pobres, povos e regiões.
Apesar de este Tratado reconhecer a Carta dos Direitos Fundamentais, o que, em si, é positivo, não podemos esquecer as insuficiências e as limitações dessa mesma Carta. Assim como, o facto de o novo Tratado aceitar a sua não universalidade no espaço europeu, ao dar à Polónia e ao Reino Unido o direito de optout.
Sendo um filho do Tratado Constitucional, em matéria de Política Externa reafirmam-se todos os objectivos e procedimentos que impedem a União Europeia de ter, no plano mundial, uma política independente dos Estados Unidos. O Tratado consagra a subordinação da defesa europeia à Nato, uma organização militar ofensiva quando, pelo contrário, deveria sustentar a sua dissolução em nome de um sistema de segurança colectiva sob a égide das Nações Unidas; recomenda o aumento das despesas militares, quando deveria fazer precisamente o contrário; e admite o envolvimento de forças multinacionais europeias nas missões militares em nome da defesa dos “valores”(!?) e “interesses”(!?) da União. É esta a dimensão militarista do novo Tratado e a sua subordinação à lógica imperial num momento em que aumentam exponencialmente os riscos de novas guerras. Não aceito esta lógica e defendo o desarmamento da União Europeia, a redução dos orçamentos da Defesa nos Estados-membros e o abandono deste ambiente belicista, que mesmo sob a ameaça do terrorismo global, só tem servido para atacar e coagir os direitos fundamentais dos cidadãos e dos estados ou nações.
O projecto europeu deveria envolver, cada vez mais, os cidadãos de toda a União, através da informação, do esclarecimento e do conhecimento da realidade agora proposta e, depois, a realização de referendos nacionais como garantia de legitimidade e como condição da ratificação parlamentar. Todo o incómodo e mal-estar que se sente junto dos responsáveis e decisores políticos europeus, quando se adianta a hipótese de referendar o Tratado tem fundamento, pois esses senhores (todo-poderosos) não esqueceram aquilo que os holandeses e os franceses, responsável e democraticamente, decidiram ao enterrar o Tratado Constitucional. Com esta fuga estratégica, deixam perceber a sua consciência do real e efectivo afastamento das populações em relação às políticas e à própria ideia de Europa. Assim, por temerem reacções adversas evitam a todo o custo os referendos nacionais.
É assim que, cada vez mais estou certo de ser já o tempo de aposentar esta União, que ao longo da sua já longa existência nunca foi, minimamente, compreendida e que, provavelmente, nunca convenceu os cidadãos. Apenas essa elite que é a classe política e dirigente, nos centros de decisão e de poder, foram assumindo e acreditando, em nome de todos e ao longo destas décadas, no compromisso da construção europeia.
A seu tempo, acontecerá! … O que a Europa precisa, para além das nomenclaturas, é um novo Tratado refundador dos valores, dos deveres, dos direitos e das regalias sociais que fundaram a diferença do nosso continente no mundo.Por acreditar numa Europa aberta a todos e a todas que nela vivem, considero indispensável a realização, em Portugal, de um referendo que questione os portugueses se aceitam ou não esta solução. Ainda por cima, o actual Primeiro-Ministro português, quando candidato ao lugar, garantiu (evito o termo “prometeu”) que os portugueses seriam chamados a pronunciar-se acerca desta matéria e seriam democraticamente responsabilizados pela decisão política. Aguardemos.
De facto, o agora acabado e fechado Tratado (de Lisboa) não serve os interesses da Europa, uma vez que assenta em fundamentos neo-liberais e preconiza uma agenda militarista.
Por agora, e após 6 anos de problemas internos, a União Europeia deveria regressar aos seus verdadeiros deveres. Mas não, as alterações acordadas no Tratado apenas abordam os problemas nalguns aspectos e os próximos desafios de forma superficial. E mais, as futuras competências da União Europeia permanecem em aberto. Por outro lado, confirma o poder autoritário do Banco Central Europeu e o seu único objectivo – o controlo dos preços; consagra as políticas do Pacto de Estabilidade, que atingem a Despesa social e o investimento públicos, fazendo recair sobre os mais pobres as consequências das políticas orçamentais restritivas; e insiste no princípio da “concorrência livre e não falseada”, ao abrigo da qual explodiu a precariedade dos vínculos laborais, a diminuição de direitos e a compressão salarial.
Ao mesmo tempo, é, erradamente, apresentado como um acordo, um diagnóstico sobre os mercados de Trabalho na Europa, que na verdade abre caminho à extensão do conceito de flexi-segurança ao conjunto da União. A coberto deste slogan – “flexi-segurança”, o patronato e a Comissão Europeia apostam na desarticulação da Contratação Colectiva, na liberalização dos despedimentos individuais e na precariedade dos vínculos. A sua preocupação não é a segurança mas a flexibilidade, o que desvirtua e descentraliza o valor do Trabalho na construção do projecto europeu. Assistimos a uma regressão de natureza civilizacional. A Europa não precisa de mais flexibilidade porque já tem precariedade a mais. Precisa é de um novo Contrato para a Solidariedade que alargue aos imigrantes, às mulheres e aos jovens, os direitos e regalias sociais como condição para resolver a diferença entre ricos e pobres, povos e regiões.
Apesar de este Tratado reconhecer a Carta dos Direitos Fundamentais, o que, em si, é positivo, não podemos esquecer as insuficiências e as limitações dessa mesma Carta. Assim como, o facto de o novo Tratado aceitar a sua não universalidade no espaço europeu, ao dar à Polónia e ao Reino Unido o direito de optout.
Sendo um filho do Tratado Constitucional, em matéria de Política Externa reafirmam-se todos os objectivos e procedimentos que impedem a União Europeia de ter, no plano mundial, uma política independente dos Estados Unidos. O Tratado consagra a subordinação da defesa europeia à Nato, uma organização militar ofensiva quando, pelo contrário, deveria sustentar a sua dissolução em nome de um sistema de segurança colectiva sob a égide das Nações Unidas; recomenda o aumento das despesas militares, quando deveria fazer precisamente o contrário; e admite o envolvimento de forças multinacionais europeias nas missões militares em nome da defesa dos “valores”(!?) e “interesses”(!?) da União. É esta a dimensão militarista do novo Tratado e a sua subordinação à lógica imperial num momento em que aumentam exponencialmente os riscos de novas guerras. Não aceito esta lógica e defendo o desarmamento da União Europeia, a redução dos orçamentos da Defesa nos Estados-membros e o abandono deste ambiente belicista, que mesmo sob a ameaça do terrorismo global, só tem servido para atacar e coagir os direitos fundamentais dos cidadãos e dos estados ou nações.
O projecto europeu deveria envolver, cada vez mais, os cidadãos de toda a União, através da informação, do esclarecimento e do conhecimento da realidade agora proposta e, depois, a realização de referendos nacionais como garantia de legitimidade e como condição da ratificação parlamentar. Todo o incómodo e mal-estar que se sente junto dos responsáveis e decisores políticos europeus, quando se adianta a hipótese de referendar o Tratado tem fundamento, pois esses senhores (todo-poderosos) não esqueceram aquilo que os holandeses e os franceses, responsável e democraticamente, decidiram ao enterrar o Tratado Constitucional. Com esta fuga estratégica, deixam perceber a sua consciência do real e efectivo afastamento das populações em relação às políticas e à própria ideia de Europa. Assim, por temerem reacções adversas evitam a todo o custo os referendos nacionais.
É assim que, cada vez mais estou certo de ser já o tempo de aposentar esta União, que ao longo da sua já longa existência nunca foi, minimamente, compreendida e que, provavelmente, nunca convenceu os cidadãos. Apenas essa elite que é a classe política e dirigente, nos centros de decisão e de poder, foram assumindo e acreditando, em nome de todos e ao longo destas décadas, no compromisso da construção europeia.
A seu tempo, acontecerá! … O que a Europa precisa, para além das nomenclaturas, é um novo Tratado refundador dos valores, dos deveres, dos direitos e das regalias sociais que fundaram a diferença do nosso continente no mundo.Por acreditar numa Europa aberta a todos e a todas que nela vivem, considero indispensável a realização, em Portugal, de um referendo que questione os portugueses se aceitam ou não esta solução. Ainda por cima, o actual Primeiro-Ministro português, quando candidato ao lugar, garantiu (evito o termo “prometeu”) que os portugueses seriam chamados a pronunciar-se acerca desta matéria e seriam democraticamente responsabilizados pela decisão política. Aguardemos.
(publicado no Jornal Nordeste no dia 06/11/07)
10 novembro 2007
Da máfia
Os 10 mandamentos para mafiosos e aspirantes a, devidamente anotados (a azul).
Extraídos de papelinhos, conhecidos por "pizzini" encontrados nos bolsos de Salvatore Lo Piccolo, chefe da máfia siciliana, recentemente detido.
1 - Ninguém se pode apresentar por si mesmo a outro dos nossos amigos. Terá de ser uma terceira pessoa a fazê-lo; (quando o eu passa a ele e o ele passa a eu...)
2 - Não cobiçar as mulheres dos amigos; (só a daqueles que não são amigos)
3 - Nunca ser visto com polícias; (senão morre!)
4 - Não frequentar bares; (apenas a Igreja e as casas da família e amigos - leia-se mafiosos)
5 - Estar sempre disponível para a Cosa Nostra; (claro, haverá outra hipótese!?...)
6 - As nomeações devem ser absolutamente respeitadas; (afinal quem manda é o mister... quem joga ou não joga... quem vive ou não vive... quem morre ou não morre...)
7 - As mulheres devem ser tratadas com respeito; (ora aqui está um exemplo vivo do maior dos discursos machistas e chauvinistas)
8 - Quando interrogados, responder sempre com a verdade; (estranho.... então e se for a polícia a interrogar!?... dizem a verdade?)
9 - O dinheiro não pode ser apropriado se pertencer a outros ou a outras famílias; (então a máfia não é uma actividade ilícita de extorsão e de coação!?)
10 - Não é possível ter relações com a polícia; (se tiver bigode e cheire mal dos sovacos...)
06 novembro 2007
José Socrates versus Santana Lopes III
Das restantes intervenções registo as seguintes expressões:
"Tudo sobe acima da inflação" (Jerónimo de Sousa)
"Os Srs. (PCP) nunca querem mudar nada!..." (José Socrates)
"Acabou por ser um momento do canal memória!... Sr. 1º Ministro mude de canal!" (Paulo Portas)
"O Sr. Deputado (Paulo Portas) já merecia que alguém lhe dissesse isto!" (José Socrates)
"Tanta expectativa e afinal... é altura de devolver os bilhetes! Pois afinal só tivemos direito à velha direita." (Francisco Louçã)
José Socrates versus Santana Lopes II
A primeira intervensão de Santana Lopes pareceu-me mais direccionada para a sua própria bancada do que para o 1º Ministro e Governo. Não questiona sequer o orçamento e já depois de o Presidente da AM o ter avisado do fim do seu tempo, lá puxou pelo IVA e IRS... pouco ou nada. José Socrates agradeceu e não perdeu nova oportunidade para fazer comparações.
José Socrates versus Santana Lopes I
Em directo, através da Antena 1, acompanho o debate quinzenal com o 1º ministro. Nesta primeira intervenção introdutória, de realçar a permanente necessidade que o nosso 1º ministro tem de fazer comparações com os 3 anos anteriores ao seu mandato... ou seja, partiu desde logo para o ataque, defendendo assim o seu mandato (sempre se disse que a melhor defesa é o ataque). Segundo dizem, Santana Lopes permanece impávido e sereno, enquanto Paulo Portas não para de escrever...
05 novembro 2007
Feriados, Pontes, Fins-de-Semana e Afins
Lugares por onde andámos nestes últimos sete dias, em género de férias...
02 novembro 2007
Palco
A não perder hoje, bem tarde, no Palco da RTP2 (anunciado para as 2 da manhã), PJ Harvey "On Tour" e Rufus Wainwright "Live at Filmore.
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