Vivemos um tempo em que, a cada dia que passa, chegam até nós, mediaticamente, notícias de assaltos, ou pelo menos tentativas de assaltos, por vezes mais, por vezes menos violentas e dramáticas, a instituições e/ou equipamentos bancários. Custa-me saber que a prática tem vindo a aumentar, mas mais me custa o mediatismo e o sensacionalismo adoptado por aqueles que tem por função informar, aquando do tratamento deste tipo de notícias; é que de nada nos serve, e principalmente, de nada serve às polícias e demais entidades, os testemunhos ignorantes daqueles que assim, e só assim, conseguem os seus 5 segundos de "fama" e "notoriedade".
Hoje, a propósito de mais uma tentativa frustrada de assalto a uma dependência bancária, houve quem, numa tentativa de justificar esta prática e o seu registo frequente, a associasse à recente alteração do código penal, nomeadamente no que diz respeito à nova lei da prisão preventiva. Dizem estes que, esta onda de assaltos está relacionada com a libertação de vários presos preventivos, consequência da entrada em vigor dessa nova lei.
Isto para além de ser extemporâneo, é especulativo e procura, sem dúvida, retirar proveitos políticos.
Sem conseguir alcançar toda a problemática, dado o desconhecimento em pormenor, podemos, contudo, fazer uma leitura "sensorial" da realidade da sociedade e dizer que, às tantas, esta escalada de acções violentas, cujo propósito é conseguir dinheiro, não é estranha ao deterioramento, também em escalada, da situação social e, principalmente, financeira dos indivíduos e das famílias portuguesas, assim como não será estranha ao permanente aumento do desemprego. Desta hipotética relação não ouvi eu, ainda, os "experts" do quinto poder. Aliás, seria interessante, para além de necessário, estudar este fenómeno social, procurando as reais causas e razões, para depois então encontrar as soluções certas e apropriadas.
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