30 maio 2008

Implicações e Estranhamentos

Andamos todos literalmente desnorteados e às cabeçadas uns aos outros neste abismo em que passámos a viver. É o regresso ao caos e à confusão de outros tempos que a minha memória não alcança. A nossa realidade social, económica e política arrasta-se, agora sim e depressa, para o pantanal da pobreza e das dificuldades mil, incondicionais, indiferentes e irreversíveis. Num cenário que habitualmente, numa atitude etnocentrica associamos a outras culturas, xenefobamente associamos a outras geografias e sobranceiramente associamos a estados e nações de uma condição inferior. Sim, esta é a nossa mundivisão, a noção do "outro" (distante e diferente) que a nossa civilização moderna, civilizada, capitalista e ocidental cultivou nas últimas décadas.
Esses arautos do modernismo, ideologia acente num sistema de valores como o individualismo (cujo exemplo máximo e pragmático actual se concretiza na economia), que durante a 2ª metade do século vinte promoveram, numa atitude fundamentalista e radical, todas as práticas do mais violento capitalismo e liberalismo, como único caminho para a salvação da humanidade. Estarão eles hoje satisfeitos!?... Para que lhes serviu a sua divina sapiência e superior presciência!?... (eu até sei, mas o pudor, o nojo e, principalmente, a vergonha tolhem-me os juizos valorativos).
Estamos bem perto, muito perto de algo importante. Não restam dúvidas. Algo significativo e novo que substituirá o paradigma vigente. Desconheço o que virá, mas por favor façam barulho... substituições, inversões, aniquilações, evoluções, inquirições, revoluções, sei lá... promovam o estranhamento deste nosso mundo.
Este capitalismo fascista, xenefobo e sectário dará lugar a...

28 maio 2008

our path

The growth of interest in home or native anthropology represents a questioning of the dominant thinking in anthropology that you must leave home to do good ethnography. (Reed-Danahay, 1997:123-4)

26 maio 2008

Inocente e Brilhante

O dia começou cedo, como de costume pouco passava das sete da manhã e já éramos todos a fazer barulho. A Emília, consciente da data que se assinala, desde logo começa a segredar com a mãe acerca da surpresa que me queria fazer, presenteando-me com algo que ainda não sabia muito bem o quê... não vendo outra alternativa e muito directamente dirige-se a mim e pergunta-me quais os livros que eu tenho, como se chamam(!?). Não percebi logo, mas num segundo momento lá entendi, que a inocente criança sabia que eu gosto de livros e para saber qual me haveria de dar, resolve perguntar-me os nomes daqueles que já tenho... para não correr o risco de me dar algum repetido. Brilhante ideia ela teve... num terceiro momento dei comigo a tentar enumerar todos os títulos que já me acompanham: não, não consegui... e assim não dei resposta à minha filha, mas também não lhe consegui explicar porque é que não conseguia dizer-lhe todos os nomes... num quarto momento e último, ela lá desistiu e em segredo lá combinou com a mãe como fazer...
No final do dia, ao entrar em casa, a alegria contagiante de quem sabe que é bom receber presentes, mas não faz a mínima ideia do que está a fazer (dar).
Esta obra de Arendt, filosofa do século XX, publicada pela primeira vez em 1958, traduz uma visão da história contemporânea e que importa conhecer. Apesar de pouco ou nada conhecer desta autora, prevejo uma relação intensa nos próximos tempos e lugares.

Obrigado!

Vitor Guedes, Alexandre, Daniel, Rui, João Silva, Andreia Ramos, Ângela, Lourenço, Camy, Nuno Alexandre, Zé Vale, Ricardo, Jorge Sarmento, Elza e Américo, Maria, Margarida, Liliana, Paulo, Augusta e Tó, Goreti, Carla, Fátima, Carlos, Tozé.
(...em actualização permanente até às 24 horas...)
Aquilo que em tempos, já longínquos, foi uma alegria, aguardado sempre com grande expectativa e ansiedade, deu lugar a uma outra sensação. Receio não a conseguir expressar. No entanto, não deixa de ser um referente temporal, mas a sua cíclica chegada é anunciada por um sentimento estranho, nostálgico talvez... ou, sintoma de uma qualquer crise existêncial... ou, negação da vertigem do tempo que o corpo e o ser sentem e denunciam.
Porque é a caminhar que se faz o caminho, sem pressa lá seguirei eu o meu.

25 maio 2008

LER um livro é ler um livro

Foi com redobrado prazer que encontrei na minha caixa do correio a "nova" Revista LER, de cara lavada, com nova periodicidade (mensal) e que assinala o regresso de Francisco José Viegas à sua Direcção.
É que a decisão, passada, da Fundação Círculo de Leitores de editar um único número anual, feriu de morte o projecto. Felizmente, em boa hora arrepiou caminho e esqueceu essa ideia. Agora e onze vezes por ano terei, teremos, o prazer de degostar as pequenas e as grandes palavras que preenchem as páginas da LER.
Não sou muito dado a colecções (um dia terei sido) mas tenho guardados e bem perto de mim cerca de 20 números desta revista. Vou continuar a coleccioná-los e quero, assim que a minha condição económica o permita, tentar comprar os números anteriores e que ainda não tenho.

...muitos de nós fomos optimistas em demasia quando se tentava conciliar "o mundo do livro" com "o novo mundo digital"; jogava a nosso favor a ideia de que éramos a civilização do livro. A verdade é que nem é necessário consultar estatísticas para perceber que as campanhas do optimismo tecnológico devem ser lidas com ponderação; mas pelos melhores motivos - ou seja, porque o livro continua a ser a plataforma do livro. Simplificando ainda mais: os meios tecnológicos são bons pela sua própria natureza; mas o livro não é redutível a um painel de plasma comparável ao leitor de mp3, ao leitor de DVD ou ao ecrã de telefone celular, como acabou por confessar Steve Jobs (CEO da Apple). Talvez no futuro se possa - com ponderação, com ponderação - distinguir o livro da indústria do entretenimento. Ler um livro é ler um livro.
Francisco José Viegas in Editorial do nº 69.

22 maio 2008

imaginação, simplicidade e bom gosto


Concerteza haverá algures, nesse universo incomensorável que é a internet algo mais, melhor e maior. Mas na minha humilde e limitada mundivisão virtual e como até hoje nunca vira nada semelhante. Esta é uma daquelas situações merecedora de dizer nada... de contemplação. Ainda que virtual merece-me a maior das contemplações. Porque gostei mesmo: http://www.treesolves.com/

21 maio 2008

Amortizado

O exemplo de um bom começo de dia...
- Luís... gostas destes bonecos que comprei para a minha filha?...
- Desculpa mas estou sem óculos e daqui não consigo ver bem o que tens na mão. Vejo que tens algo colorido, mas não dá para perceber...
- Óh rapaz tás mesmo obsoleto!... que mal te falta!?... Tás mesmo acabado!
- Que queres, tás longe! (5 metros)
- Olha lá... tu já estás amortizado ou ainda estás em vencimento!?... tu vê lá!...

17 maio 2008

O Escano e a Soalheira em Vinhais


Hoje às 15 horas na Casa da Música de Vinhais, localizada no coração da Vila.

07 maio 2008

afinal houve quem

Lisboa, 07 Maio (Lusa) - Mais de 15.000 assinaturas constam já do Manifesto/Petição Contra o Acordo Ortográfico, documento que quinta-feira será entregue ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, por uma delegação dos signatários do documento.
A delegação, composta por Maria Alzira Seixo, António Emiliano, José Nunes e Vasco Graça Moura, fará a entrega das primeiras 15.000 assinaturas recolhidas e pedirá que a matéria seja tida em consideração no debate parlamentar agendado para 15 de Maio.

Impressionante

Segundo a Comissão organizadora dos Jogos Olímpicos de Pequim, todos os bilhetes para os diferentes eventos desportivos, postos à venda na passada 2ª feira, esgotaram hoje. Por outras palavras... 1 milhão e muitos mil bilhetes vendidos em apenas 48 horas. Impressionante.

01 maio 2008