Andamos todos literalmente desnorteados e às cabeçadas uns aos outros neste abismo em que passámos a viver. É o regresso ao caos e à confusão de outros tempos que a minha memória não alcança. A nossa realidade social, económica e política arrasta-se, agora sim e depressa, para o pantanal da pobreza e das dificuldades mil, incondicionais, indiferentes e irreversíveis. Num cenário que habitualmente, numa atitude etnocentrica associamos a outras culturas, xenefobamente associamos a outras geografias e sobranceiramente associamos a estados e nações de uma condição inferior. Sim, esta é a nossa mundivisão, a noção do "outro" (distante e diferente) que a nossa civilização moderna, civilizada, capitalista e ocidental cultivou nas últimas décadas.
Esses arautos do modernismo, ideologia acente num sistema de valores como o individualismo (cujo exemplo máximo e pragmático actual se concretiza na economia), que durante a 2ª metade do século vinte promoveram, numa atitude fundamentalista e radical, todas as práticas do mais violento capitalismo e liberalismo, como único caminho para a salvação da humanidade. Estarão eles hoje satisfeitos!?... Para que lhes serviu a sua divina sapiência e superior presciência!?... (eu até sei, mas o pudor, o nojo e, principalmente, a vergonha tolhem-me os juizos valorativos).
Estamos bem perto, muito perto de algo importante. Não restam dúvidas. Algo significativo e novo que substituirá o paradigma vigente. Desconheço o que virá, mas por favor façam barulho... substituições, inversões, aniquilações, evoluções, inquirições, revoluções, sei lá... promovam o estranhamento deste nosso mundo.
Este capitalismo fascista, xenefobo e sectário dará lugar a...