Foi com redobrado prazer que encontrei na minha caixa do correio a "nova" Revista LER, de cara lavada, com nova periodicidade (mensal) e que assinala o regresso de Francisco José Viegas à sua Direcção.
É que a decisão, passada, da Fundação Círculo de Leitores de editar um único número anual, feriu de morte o projecto. Felizmente, em boa hora arrepiou caminho e esqueceu essa ideia. Agora e onze vezes por ano terei, teremos, o prazer de degostar as pequenas e as grandes palavras que preenchem as páginas da LER.
Não sou muito dado a colecções (um dia terei sido) mas tenho guardados e bem perto de mim cerca de 20 números desta revista. Vou continuar a coleccioná-los e quero, assim que a minha condição económica o permita, tentar comprar os números anteriores e que ainda não tenho.
...muitos de nós fomos optimistas em demasia quando se tentava conciliar "o mundo do livro" com "o novo mundo digital"; jogava a nosso favor a ideia de que éramos a civilização do livro. A verdade é que nem é necessário consultar estatísticas para perceber que as campanhas do optimismo tecnológico devem ser lidas com ponderação; mas pelos melhores motivos - ou seja, porque o livro continua a ser a plataforma do livro. Simplificando ainda mais: os meios tecnológicos são bons pela sua própria natureza; mas o livro não é redutível a um painel de plasma comparável ao leitor de mp3, ao leitor de DVD ou ao ecrã de telefone celular, como acabou por confessar Steve Jobs (CEO da Apple). Talvez no futuro se possa - com ponderação, com ponderação - distinguir o livro da indústria do entretenimento. Ler um livro é ler um livro.
Francisco José Viegas in Editorial do nº 69.
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