Sem nos apercebermos entramos e saímos deles vezes sem conta. Muito provavelmente já nem conseguiríamos viver sem eles. Serão poucos os que lhe conseguem resistir e mesmo esses só por manifestas fobias os evitam.
A verdade é que no abismo dos corredores e avenidas de fluxos em que vemos as nossas vidas transformadas e por onde fluímos, uns alienados, outros inconscientes e outros ainda eufóricos, o uso dessa magnífica obra de engenharia, permite-nos alcançar a 3ª dimensão da cidade, ou seja, para além da largura e comprimento, agora vivemos a altura...
Assim acontece dia após dia e eu, só quando me sinto dentro de um e em plena viagem vertical, porque me parece sempre longa e interminável, com algumas ou várias paragens, me apercebo do hiato de tempo, do silêncio, do vazio, do abstrato e incómodo que é viajar assim, fechado e acompanhado por outros estranhos que nos violam o nosso espaço mínimo de sobrevivência. Porque desconhecidos são não temos nada em comum, nada a partilhar, a não ser o efémero tempo e espaço de cada uma dessas viagens. Mas será que deveria acontecer algo!?... é que para mim o incómodo é manifesto... a insegurança do olhar, do respirar, do cheirar, dos movimentos. Tudo é terrivelmente sentido e por isso é que tranquilo e muito satisfeito fico quando o faço em exclusividade e não tenho que partilhar esse espaço e tempo com estranhos. Para uma viagem directa e segura... meu e só meu.
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