04 novembro 2008

a ler pela septuagésima quarta vez


No próprio dia da compra, fresca portanto. Sem tempo ainda para perceber o seu conteúdo, apenas os títulos e as letras gordas. Claro é que temos o MEC (feio como sempre) brilhante e desinibido:

LER: Escreve melhor de noite ou de dia?
MEC: É igual.

LER: Tranquilo ou sob stresse?
MEC: Escrever é sempre um stresse. Não é o escrever, é o antes de escrever. A Dorothy Parker dizia que ter escrito é a melhor sensação do mundo. Ter escrito.

LER: Sóbrio ou com um grão na asa?
MEC: Durante muitos anos, sempre com um grão na asa. Sempre. Durante dois anos, também com coca. Ajuda. Porque a coca corta o álcool. Mas o que acontece quando estás a escrever é que tens o uísque ao lado - ou a vodca, ou seja o que for - mas se estás a escrever, o gelo derrete. Quer dizer, ou bebes ou escreves. Não dá para fazer as duas coisas.
(...)
LER: O Miguel começou por tentar ser poeta, também.
MEC: Claro. Toda a gente. Poemas em barda.

LER: Escreveu muita poesia?
MEC: Sim. Muita. Foda-se. Centenas de milhares de poemas...

LER: O que o desencorajou de continuar a escrever poesia?
MEC: Ser uma merda.
(excertos da entrevista de Miguel Esteves Cardoso a Carlos Vaz Marques)

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