Ao percorrer os meus atalhos partilhados diários encontrei no Arrastão um texto comentando o programa Prós e Contras da RTP que ontem discutiu a mediática e actual questão do Freeport. Programa ao qual eu também assisti na íntegra. Nada de novo se disse e a verdade é que, tal como diz Pacheco Pereira no Abrupto, foi uma vergonha, pois não houve Contras... entretanto, e como estava a dizer, no blog Arrastão, Daniel Oliveira também reage ao programa de uma forma que considero, no essencial, correcta. Depois, fui ler os comentários que os seus leitores fizeram e houve um que me chamou, particularmente, a atenção e que me deixou pensativo, talvez apreensivo, o que motivou este post e que me recordou a letra de Jorge Palma que dá título a estas palavras. Como seria demasiado esforço para os demais percorrerem o caminho dos links, achei por bem copiar para aqui esse comentário de alguém que assina D.
A curta estória da democracia portuguesa
Após o 25 do 4 de 74, Portugal caminhou para um caos que só foi travado pela União Europeia. Os dinheiros europeus trouxeram o bem estar necessário a militares irrequietos, que apenas esperavam uma oportunidade para agir. A população, iludida com o “progresso” que a UE trouxe e pelas promessas de um futuro melhor e “igual” para todos, não se apercebeu (ou fingiu não se aperceber) que tudo se apoiava numa base demasiado frágil. Depois vieram os emprestimos e a casa para todos, as licenciaturas a peso, ferias no estrangeiro e uma aparente prosperidade geral.
Nos quarteis as altas patentes militares discutiam, secretamente, a fragilidade do país e o sistema que o sustentava. O dinheiro ia satisfazendo os praças e os oficiais viviam confortavelmente.
Com os primeiros sinais de crise (e de cortes no orçamento militar) as altas patentes começaram a partilhar algumas das suas preocupações com os oficiais mais graduados.
Em 2008 a crise já era visivel e o exército faz um pequeno ensaio de revolução (um teste de força), chantageando o Governo. Alguns altos oficiais vêm para a praça pública alertar para o crescente desconforto de “homens que tem armas ao seu dispor”.
O ano de 2008 termina com uma crise à escala mundial. O ano de 2009 trás, para além da crise, um escandalo que evolve o primeiro-ministro. A população não acredita mais nas instituições. As cúpulas do exército decidem avançar. Um golpe de Estado está para breve.
Passem a palavra.
D.
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