20 setembro 2009

design inteligente

Andava eu entediado sem saber muito bem o que fazer. Tudo me aborrecia e não estava bem em lado nenhum. Passeava-me pelo cosmos sem destino, tropeçava num cometa aqui e numa estrela acolá, deambulava daqui para ali e de além para aqui sem qualquer destino ou propósito e, de vez em quando, para acrescentar adrenalina, lá me atirava para a centrifugação de um qualquer buraco negro. Mas tudo acontecia muito depressa e logo regressava à anterior monotonia. Acima de tudo, aquilo que mais me enfurecia era o facto de não precisar de qualquer esforço para conseguir o que pretendia. Um pensamento bastava para me transportar para essa realidade. Chatice. Algo novo e diferente precisava urgentemente.
A resposta veio em forma de mundo, imaginado, projectado e construído num tempo que precisei de organizar e chamei dias. Porque gostei e me deu imenso prazer, gastei sete desses tempos. Agora que o recordo, foram os melhores tempos da minha intangível existência. Tanto tempo já passou e tanto fiz depois, mas esse momento primeiro foi o mais belo e perfeito. O cuidado e a atenção a que me obriguei, permitiu-me desenhar tudo ao mais ínfimo pormenor, experimentar e testar antes de fazer e, depois de tudo montado, por a funcionar. Com omni-atenção consegui ir corrigindo alguns erros congénitos e pequenas falhas técnicas e assim, já no final do sexto tempo, pude com deleite apreciar o sublime. Ao sétimo momento, exausto descansei.

1 comentário:

Koky disse...

Oh Luís... e eu que pensava que era real, camarada...