Como gosto de ocupar o meu tempo a falar com a gente. Não com qualquer gente. Com a gente à qual eu pertenço. Gente que também sou eu. Falar do tempo e da vida, do muito e do pouco que fulano ou sicrano têm, da indigência daquele e da prisão do neto da tia Coisa, da doença do pai deste e da ganza que o outro teima em fumar em público. Coisas, nadas, vidas alheias e esquivas. Adequar a minha atitude à dimensão do quintal local é sempre um desafio ao qual tento dar resposta. Falar com todos daquilo que eles quiserem. Beber aquilo que me é oferecido e pagar quando assim devo. Acompanhar assuntos que jamais dominei ou conheci. Como gosto de estar neste lugar, com esta gente que conheço sempre. Isto num dia em que mais um de nós foi a enterrar. Cada vez serão menos os convivas neste lugar. Mas insistirei, por cá continuarei a vir. Sempre.
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