Bem sei que não é novidade e muito menos será a última vez que me acontece, mas hoje foi dia de ir buscar os livros escolares que estavam encomendados. Não é de hoje que eu critico o sistema instituído de ditadura comercial no mercado dos livros escolares. "Os livros são estes, quem quer, quer, quem pode, pode, o resto não interessa...". Este deve ser o raciocínio de quem estabelece as regras e permite que o mercado livreiro possa especular desta forma os valores dos manuais escolares. Assim também se pratica um racismo de inteligência (Bourdieu) e afasta da escola e do sucesso escolar muitas crianças.
Eu, felizmente, ainda vou podendo adquirir a estes preços pornográficos os manuais para a minha criança, mas não sei até quando e até quanto... Por outro lado, aquilo que mais me indigna é saber que no final de cada ano, os manuais para além de perderem qualquer validade, são inutilizados, não tendo mais qualquer serventia. Já ouvi falar de uma ou outra meritória experiência de bolsas de livros escolares usados. Serão sempre bem-vindas. Estranho e lamento que as próprias escolas, não utilizem a sua autonomia para instituírem essas bolsas de livros. Também poderiam e deveriam impor um mínimo de anos para a validade de cada manual, ou seja, os professores ao optarem por determinado manual para cada uma das disciplinas ficavam obrigados a manter a escolha para três ou cinco anos. Assim, permitiria criar um sistema de cedências de livros usados dentro da própria escola, o que seria um contributo para atenuar os encargos escolares das famílias.
É em dias como este que me apetece fazer parte da Comissão de Pais e colocar na sua agenda política esta questão. Nenhuma alma terá tido ainda a vontade de?!...
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