A notícia deste dias de que um ex-agente da CIA e ex-consultor da NSA denunciou publicamente a existência de um programa estatal do EUA de vigilância massiva e de dimensão mundial, relembra-me o velho projecto do filósofo Jeremy Bentham, que em 1785, criou um sistema de vigilância total a que deu o nome de "o panóptico". De facto, imaginar que todos os indivíduos que possuem contas de email, números de telefone, perfil no facebook, twitter e outras redes sociais, estão a ser monitorizados por uma "inteligência" americana deixa-me apreensivo e resulta numa sensação de permanente observação. Perceber que afinal tudo aquilo que nos é "oferecido" pelas empresas do sector das comunicações de voz e de dados não é mais do que um engodo para nos manter cativos, arrelia-me o fígado. Ouvir o presidente dos EUA defender esse programa, justificando-o dizendo que não podemos estar 100% seguros sem perdas de confidencialidade, assim como o tentar legitimar dizendo que todos os líderes do Congresso Americano estavam devidamente informados desse programa, dá-me orticária. Para além de me desagradar a ideia de permanente observação e controle, achei constrangedor ver e ouvir Barack Obama, incomodado, justificar-se assim.
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