04 junho 2016

estimadas e quejandas farpelas

Nunca gostei de estragar roupa, muito menos, estragar roupa que gosto de vestir e com a qual me sinto confortável. Para além disto, não sou pessoa de desgastar muito a pouca roupa que vou tendo. É por isso que, com amargura, anuncio que dei cabo de duas estimáveis indumentárias que me acompanharam ao longo da última década. Vesti hoje, pela última vez, duas peças que muito prezava. Parece conversa de tolinho, mas não é. É conversa de quem fez asneira e deu cabo de roupa que muito gostava. Alguém dizia que o algodão não engana, mas eu talvez dissesse que é a lixívia quem nunca engana e sempre, sempre, mas sempre, impõe a sua força e a as suas tonalidades.
Idiota que sou, dou comigo a tentar colocar-me na pele desta roupa que agora irei desprezar e, às tantas, transformar em panos e farrapos para todo o serviço... Quando, hoje bem cedo, se viram arrancadas do armário jamais imaginaram que seria a sua última vez e que estariam a viver os últimos momentos da sua utilitária e, acima de tudo, estética existência. Pronto.

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