Acabei ontem de manhã a leitura deste livro, o último de Patti Smith. Ainda que permaneça no universo das suas memórias e num tom confessional, neste texto Patti Smith escreve sobre os seus últimos anos, sobre as suas amizades e projectos, viagens, encontros e desencontros, até às vésperas do confinamento, já em 2020. Patti Smith é, para mim, acima de tudo, uma boa escritora e lê-la é também conhecer parte da cultura popular americana, com suas estrelas e ídolos, dos últimos cinquenta anos.
O acto de escrever em tempo real com a intenção de obrigar o presente a desviar-se do rumo que está a tomar, de lhe escapar ou de fazer com que abrande, é obviamente fútil, se não mesmo totalmente estéril. E é claro que, ao escrever este epílogo de um epílogo, estou ciente de que já estará obsoleto quando chegar aos leitores. Contudo, como sempre e tendo ou não um objectivo específico em vista, sinto-me compelida a escrever com fervor e esperança, entrelaçando realidade, ficção e sonho. Ao regressar a casa, sento-me à secretária que pertenceu ao meu pai e transcrevo o que escrevi. (página 274)
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