O título destas linhas terá dois sentidos ou duas possíveis significações. Por um lado, a pandemia que teima em nos cercar e sitiar, obriga-nos a reforçar cuidados e a reiniciar processos e rotinas que se julgavam ser já pretérito; por outro lado, esta grande incerteza naquilo que é o nosso presente, faz-nos questionar se algum dia iremos ter acesso a uma qualquer normalidade livre e a salvo deste maldito vírus.
Esta pequena reflexão, que me tem acompanhado nos últimos dias, deixa-me inquieto e, ao mesmo tempo, resignado. Inquieto porque estou saturado desta clausura auto-imposta e resignado porque tenho consciência, face aos números actuais da pandemia em Portugal e no resto da Europa, de que não haverá alternativa a um novo confinamento imposto por lei e para a totalidade do país.
Hesito se devo, ou melhor, se quero iniciar aqui uma segunda série de textos "enclausurado", dedicados a essa experiência pessoal que foi o primeiro confinamento. Irei aguardar mais uns dias para perceber o desenvolvimento da situação pandémica e as consequentes medidas das nossas autoridades.
Relembrando as palavras de George Steiner, pergunto-me: Teremos nós direito a um novo início?
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