Foi no cimo de uma serra, lugar magnífico e sobranceiro sobre a paisagem, que num mês de Setembro de um qualquer ano de 1990, dois gastos e enrugados corpos foram encontrados, já mortos, caídos pelo chão de um quarto velho e despido. Aposento característico, onde a simplicidade e o despojamento propiciam ao recolhimento e ao descanso.
- Sem explicação aparente e sem sinais exteriores de violência! – Assim foi descrito o cenário por quem os encontrou. Muito mais se disse e inventou, mas o certo é que os malogrados idosos estavam vestidos e sem vestígios de agressões. Estavam o mais possível afastados, cada um em sua extremidade do pobre quarto. Os seus haveres, ouro e dinheiro, não foram roubados e para complicar o trabalho das autoridades e, já agora, densificar o enredo, em cima de uma mesa-de-cabeceira estava depositada uma pistola. Cuidadosamente foi recolhida e levada para análises…
Chamadas as autoridades competentes, neste caso a velhinha GNR - aquela das barrigas, do bigode e do copo de três, que por aquelas bandas é quem patrulha todo o vasto território, logo se percebeu que a sua incompetência não chegava para tamanho cenário. Entra em acção a PJ que, no seu melhor estilo, tomou conta da ocorrência, isolou o local, reuniu um conjunto de provas materiais e inquiriu dezenas de pessoas. Dos testemunhos recolhidos, ninguém sentiu ou percebeu qualquer anomalia naquele quarto, apenas um dos vizinhos mais próximos diz que no silêncio da noite anterior, acordou com um pequeno, mas estranho ruído, mas que logo atribuiu ao néon da taberna que, consoante a potência eléctrica, emite diferentes ruídos.
Foi preciso mais de um ano de "investigações" para esta polícia, em conferência de imprensa, afirmar a tese de que tudo levava a crer que a causa de morte dos dois indivíduos fora hipotermia devido às baixas temperaturas que então se fariam sentir.
- Sem explicação aparente e sem sinais exteriores de violência! – Assim foi descrito o cenário por quem os encontrou. Muito mais se disse e inventou, mas o certo é que os malogrados idosos estavam vestidos e sem vestígios de agressões. Estavam o mais possível afastados, cada um em sua extremidade do pobre quarto. Os seus haveres, ouro e dinheiro, não foram roubados e para complicar o trabalho das autoridades e, já agora, densificar o enredo, em cima de uma mesa-de-cabeceira estava depositada uma pistola. Cuidadosamente foi recolhida e levada para análises…
Chamadas as autoridades competentes, neste caso a velhinha GNR - aquela das barrigas, do bigode e do copo de três, que por aquelas bandas é quem patrulha todo o vasto território, logo se percebeu que a sua incompetência não chegava para tamanho cenário. Entra em acção a PJ que, no seu melhor estilo, tomou conta da ocorrência, isolou o local, reuniu um conjunto de provas materiais e inquiriu dezenas de pessoas. Dos testemunhos recolhidos, ninguém sentiu ou percebeu qualquer anomalia naquele quarto, apenas um dos vizinhos mais próximos diz que no silêncio da noite anterior, acordou com um pequeno, mas estranho ruído, mas que logo atribuiu ao néon da taberna que, consoante a potência eléctrica, emite diferentes ruídos.
Foi preciso mais de um ano de "investigações" para esta polícia, em conferência de imprensa, afirmar a tese de que tudo levava a crer que a causa de morte dos dois indivíduos fora hipotermia devido às baixas temperaturas que então se fariam sentir.
Foi com esta brilhante conclusão que, nesta república, se arquivou mais um processo.
Interessante se ficção, dramático porque real.
Interessante se ficção, dramático porque real.
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