Ao volante deste clássico das quatro rodas viajei do Alto Alentejo até Gaia durante longas e silenciosas cinco horas. A uma velocidade média de 80 kms por hora, sem rádio, sem vidros abertos e com direito a ar forçado, revivi algumas sensações de tempos já idos, das primeiras aventuras ao volante da velha Renault 12 de meu pai (sempre, ou quase, com o consentimento de minha mãe e respectivo desconhecimento do pai...). A nudez dos interiores, a resistência da direcção, os elevadores manuais dos vidros, a caixa de velocidades tipo tractor, a mão que de vez em quando tem que desembacear o vidro, as paragens periódicas para o carro arrefecer, o conjunto de chaves (uma para a ignição, uma outra para as portas e ainda outra para o depósito de gasolina), os cheiros, o volante de material degradável, a buzina fora do volante (no manipulo dos piscas), e mais, por exemplo, a uma velocidade de cruzeiro de 100 kms por hora, não consegui ultrapassar um único veiculo, ligeiro ou pesado... o que indica desde logo que, por este país de IPs e ICs "ninguém" viaja abaixo dessa velocidade. De resto, confesso também que, ao contrário do que acontece no dia-a-dia, foi uma condução com emoção e prazer.
3 comentários:
Que grande máquina!!!
Está prometida uma volta nesse maquinão!
até pareces o teu padrinho, só te falta o cabelo completamente branco e, vá lá...uns centímetros de diâmetro abdominal :) mas que é um carro do caraças, não há qualquer dúvida...agora é só ganhar fôlego e trazê-lo até à aldeia, não custa nada!
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