O final do dia traz a noite à cidade. Nos passeios maior agitação de corpos que, mais ou menos, apressados regressam, presumivelmente, ao lar. Dentro do carro, mal estacionado, aguardo quem fui buscar. Bem perto de mim sinto essa agitação que os corpos provocam no ambiente. Estou em frente a uma porta de um qualquer prédio. De entre as dezenas de pessoas que espaçadamente, mas com uma frequência cada vez maior, vão passando e se cruzam comigo, há uma jovem, muito jovem (não mais de 20 anos) que suspende o passo e pára entre mim e a tal porta. Saca do telemóvel e liga a alguém. Aparentemente e a julgar pelo tempo que demora a devolver o aparelho ao bolso de ganga, apenas deu um toque a esse alguém. Num ápice aparece dentro do prédio uma outra jovem, igualmente jovem, que num movimento simples e rápido, se aproxima e, já na soleira do prédio, cumprimentam-se com um leve, mas cúmplice toque nos lábios. Com vontade lançam-se para o passeio em direcção e destino para mim desconhecidos.
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