Numa noite de Inverno, escura e fria, de há muitos anos atrás. Nem o álcool nem o aconchego da taberna evitavam a saudade, que ainda mal teria começado. Era a última das muitas noites passadas nesse lugar. Na manhã seguinte haveria hora marcada para o regresso à cidade. As voltas e os vícios consumiram todos os escudos e, nos bolsos, pouco mais restaria do que o valor para um bilhete de camioneta, mas num impulso irreflectido e não premeditado, embalado pelas dinâmicas etílicas, procura um táxi que, naquele lugar e naquele final de noite, jamais existiria.
- Eu vou lá. Eu vou lá.
Algum tempo depois e depois de muitas voltas, encontra um taxista encostado numa outra taberna. Cansado de beber, não se mostra interessado em fazer tal serviço. Depois de muita insistência lá acabam por viajar em direcção à vila vizinha, por estrada de montanha e com má sinalização, o que provocou náuseas até ao próprio motorista. Obcecado com o seu propósito, nem se apercebe da aventura e do dinheiro que não tem. Depois de uma hora de viagem, as luzes da urbe fazem-se sentir e, num ápice estão no destino. Sem delongas, a ordem ao taxista é para aguardar dez minutos.
Um toque de campainha, uma voz grave que se ouve do outro lado, um porquê, um silêncio, uma luz que se acende, uma porta que se abre, uma surpresa, um sorriso… do tamanho do seu mundo.
Foi, apenas por mais um beijo.
Um toque de campainha, uma voz grave que se ouve do outro lado, um porquê, um silêncio, uma luz que se acende, uma porta que se abre, uma surpresa, um sorriso… do tamanho do seu mundo.
Foi, apenas por mais um beijo.
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