25 março 2010

desassossego

Diziam dela que era a mais bonita, a mais esplendorosa de toda a região. Detentora de uma considerável legião de fiéis e devotos, tinha as suas graças e, por isso, fazia inveja, inclusivé, às demais entidades divinas. O seu povo era zeloso e preocupado com o seu bem-estar. A devoção obrigava-os a redrobada dedicação e a cuidada festividade em sua honra. Um dia terá sido convidada para ir festejar com uma irmã que habitava bem perto da raia espanhola. Devidamente engalanada e ricamente decorada levou consigo parte da sua gente. Mal chegou, no alto do seu andor, sua beleza atraiu todas as atenções e não demorou muito até terem começado a namorá-la, de tal forma que foi a custo que os seus fiéis conseguiram evitar que a levassem para Espanha. Dizem uns que a queriam roubar, dizem outros que a queriam raptar. A verdade é que foi tamanho o alvoroço e a confusão que só sossegaram quando regressaram à sua aldeia. Foi então tempo de lhe prometer que nunca mais a levariam dali.

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