11 março 2010

queda de viadutos e afins

A palavra queda tem associada uma carga negativa muito expressiva e, se calhar, por isso somos educados a evitar perigos e vivemos num ambiente que tende a afastar essa perigosidade. Contudo, não conseguimos arredar da nossa experiência de vida esse perigo latente. A palavra queda significará esse perigo eminente, que espreita a cada esquina e a cada passo que damos - do puto que esfola o joelho, ao jovem que cai da bicicleta e parte a cabeça, ao adulto que é vitima da incúria e da irresponsabilidade de terceiros nas estradas, ao idoso que simplesmente cai e se desmancha. É inevitável. Queda significa dor, perigo, doença, ferimento, morte. Algo do qual todos e cada um de nós foge o mais que pode...
Num incidente como aquele que aconteceu ontem, em Amarante, não sei como se pode evitar o perigo.
O infeliz azarado que ficou esmagado debaixo daquele monte de ferros retorcidos, muito provavelmente nem teve tempo de perceber o que lhe estava a acontecer. Foi, de facto, uma morte aleatória e é precisamente esse factor (sorte/azar) que me perturba neste momento. Por acaso foi ele, mas poderia ter sido qualquer outra pessoa, poderia até ter sido eu, que por lá passei uns cinco minutos antes do trágico incidente. Poderia ter sido eu. Não fui.

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