Hoje a matiné foi para assistir um espectáculo do Avô Cantigas. A primeira canção que cantou foi a cantiga do avô Cantigas e no seu fim o artista disse que essa canção era um clássico, pois faz este ano trinta e dois anos de existência. Relembrou aos mais pequenotes que essa mesma música já serviu para entreter os seus pais. Verdade. Bastou esta afirmação para me levar para uma reflexão acerca do assunto.
Os meus filhos vêem os mesmos filmes e desenhos animados, lêem as mesmas histórias e ouvem as mesmas músicas, que eu um dia também pude ver, ouvir ou ler. Mas eu nunca tive acesso às histórias e às brincadeiras que entreteram os meus pais nas suas infâncias. Uma ou outra sobreviveu e serão como que imortais, mas na sua grande maioria desapareceram. A razão principal para tal reside no facto de no intervalo entre a geração dos meus pais, agora avós, e a minha ter-se dado o advento das novas tecnologias e da magia da gravação - cassete, vhs, cd, dvd, disco duro, pen, etc - que contribuíram definitivamente para a perpetuação das memórias. Creio que se chegar a ser avô, irei continuar a propor aos meus netos as cantigas do avô Cantigas. Fungagá.
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