11 fevereiro 2016

do escano e da soalheira (10)

Noite de Inverno. Nos idos anos setenta, o Mâncio ia, como fazia quase todas as noites, belar para casa do tio Xenxo. Taberneiro amigo, pois deixava que toda a gente que quisesse, fosse para sua casa, para junto dos tições, aquecer-se e cavaquear durante essas longas beladas das noites de Inverno.
O Mâncio, como bom vizinho, era sempre dos primeiros a chegar, tomando o seu lugar no escano junto à lareira. Consoante iam chegando outras pessoas, iam-lhe pedindo:
– Chega-te um pouco para lá Mâncio!...
Depois chegava outro e repetia:
– Chega-te um pouco para lá Mâncio!...
Depois de uns tantos terem entrado, diz o Mâncio, já chateado:
– Ora... ando eu a aquecer o cu para todos!?!...
(in Sardão nº 6)

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