27 fevereiro 2016

perdida entre Portugal e o Brasil

A minha mãe nasceu no Brasil, logo tenho uma brasileira em casa.
As vezes admiro-me quando as pessoas ficam espantadas por a minha mãe ser brasileira, pois acho que na cabeça das pessoas ser brasileira é ter um rabo grande, ter curvas e dançar no sambódromo com aqueles bikinis quase inexistentes, mas não; ser brasileira é ser portuguesa, mas com uma grande dificuldade em pronunciar a letra l e tentar conter a expressão graças a deus.
Conviver 24 horas com a minha mãe é sinónimo de aprender palavras novas, como: bombril (palha de aço), leite moça (leite condensado), durex (fita cola), xerox (fotocopia), rocambole (torta), farinha de rosca (pão ralado), bandade (curitas/penso rápido)…
Também são interessantes aquelas conversas ao telemóvel que a minha mãe me obriga a ter com familiares do Brasil, que a única coisa que sei sobre eles é o nome e, para não parecer mal, tento falar o máximo português do Brasil que sei, conseguindo quase sempre sair-me bem…
Para me sentir em copa-cabana só falta mesmo as havaianas e a água-de-coco, de resto tenho tudo em casa.

(texto da minha filha para ser lido numa aula de língua portuguesa do 9º ano)

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