23 outubro 2017

posso vir a arrepender-me de escrever isto, mas...

O Acordo decretado pelo colectivo da Relação do Porto em relação a uma mulher vítima de violência doméstica é uma vergonha para todos nós. Alegar uma lei obsoleta de um século de antanho e fazer censura moral baseada em princípios de fé, é inadmissível num Estado de Direito, Republicano e Democrático. Gostava de saber quem são estes doutos bafientos, senhores juízes para, alegando a Bíblia, proferirem sentenças. Era quem lhe partisse as bentas com as respectivas Bíblias, mas domesticamente, para não poderem alegar o que fosse... Puta que os pariu. Gente bolorenta, atávica e com perfume a naftalina. Como se a infidelidade feminina (ou qualquer outra) desse o direito ao respectivo macho (cornudo e besta) de ser violento e agressor.
Por fim, por mais triste que seja, por mais infeliz que possa ser, por mais inacreditável que possa parecer, a realidade em Portugal, e em pleno século XXI, é que somos ainda uma comunidade sexista,  machista e misógina e o que o homem-macho pensa, verdadeiramente, é que elas só têm é que abrir as pernas, calar e mais nada. Pior ainda, muitas das vítimas desta violência concorda com este devir, com esta fatalidade, chegando mesmo a subscrever sentenças deste tipo. Vergonha.

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