A história noticiada há dias é simples de contar. Um holandês de 69 anos sente-se discriminado pela idade que tem, vai daí inicia batalha jurídica para que o tribunal, logo o Estado, lhe retire vinte anos à sua idade. Diz ele que se podemos mudar de nome e até de género, porque não mudar a idade. Aqui está mais um exemplo da estupidez humana, ou então, aqui está um exemplo de como um indivíduo ridiculariza a sociedade, brincando com as suas instituições. Confesso que, tendo que escolher, preferiria a segunda opção e que isto não fosse mais do que o reflexo do tédio acumulado deste, pelos vistos, ilustre cidadão holandês.
Vivemos, de facto, tempos magníficos que, com toda a minha certeza, irão um dia ser estudados e, depois, ajuizados como tempos de completa alienação social, de estupidificação crónica e sistémica.
Este caso relembra-me aqueles, normalmente figuras publicadas, que, tendo chegado já a uma determinada idade, teimam em afirmar-se eternamente jovens, ("de espírito" ou "de mentalidade" dizem eles), apesar da carcaça já meia apodrecida. Está bem, está. Não entendo a resistência ao envelhecimento. Percebo que custe ter consciência de que o fim se aproxima e de que a imagem devolvida pelo espelho não reflicta a ideia que temos de nós mesmos, mas é assim para todos e de nada serve a negação, a não ser para diferentes e variados graus de ridicularização.
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