A persistência da dor, com a qual aprendi a viver; o mal estar permanente; o pavor de estar na hora de ir à cama e saber que não se vai descansar, que não se vai encontrar posição e que só se vai adormecer derrotado pelo cansaço; acordar ainda pior do que quando me deitei, mais cansado, com a cervical, os ombros e o pescoço rígidos, quase sem articulação e a pouco que resta, dolorosa; a dor crescente que se vai instalando na cabeça à medida que as horas do dia avançam, impedindo-me de ter vontade e disposição para o que seja e roubando-me horas e dias úteis de vida; a fisioterapia que, apesar de ir aliviando, não consegue extinguir a dor aguda, nem corrigir a mecânica; a piscina que, por preguiça e por inadaptação ao habitat, quase não frequento; a vida sedentária e as obrigatórias posições ergonómicas erradas que, cada vez mais, me forçam a suspender ideias, raciocínios ou tarefas; é assim que chego a uma condição de exaustão física e psicológica como jamais experimentei.
É já num estado de algum desespero e, principalmente, preocupação em relação ao futuro e a que futuro (que qualidade de vida poderei ambicionar assim?), que decidi experimentar a acupuntura. Fiz apenas uma sessão, mas saí de lá como quase-novo, o peso do mundo que carregava aliviou e o pescoço ficou com maior amplitude de rotação. Não sei, não quero deitar os foguetes antes da hora, mas, às tantas, esta terapia poderá mesmo ajudar-me. Vou regressar.
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