(fotografia retirada do meu álbum e de autoria desconhecida)
Esta será uma das memórias da minha meninice mais antigas. Não me recordo do momento acima retratado, mas guardo algumas imagens deste dia. Foi a primeira e única vez que me colocaram na pele de menino que transporta o símbolo de casamento. Não consigo datar este momento, mas segundo os meus pais terá sido no final do Verão de 1977, tinha eu então quatro anos e vivíamos ainda em Delães, Famalicão.
A noiva chamava-se Manuela e era irmã mais velha de uma rapariga chamada Ilda que, à época, tomava conta de mim e do meu irmão Daniel. Terá sido essa relação que motivou a minha convocatória para desempenhar tal papel. Do noivo nada sei, nem recordo sequer o seu aspecto.
Vem esta memória a propósito de, quase cinquenta anos passados, ter reencontrado a Manuela, agora uma senhora com cerca de setenta anos, já avó e com uma obesidade mórbida. Gostei de falar com ela, de saber como a vida lhe correu e de saber que a irmã Ilda está bem, emigrada na Suíça.
Este reencontro aconteceu em Delães, num café do prédio onde ela reside, em frente à Igreja e à casa que foi do meu avô Marcelino. Apesar do seu ar triste e sofrido, percebi nas suas palavras alegria por me voltar a ver, depois de todo este tempo.
Entretanto, nas várias idas a Delães, já a voltei a ver, sempre nesse mesmo café, muitas vezes, mas não mais falei com ela.
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