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09 outubro 2024

15 Julho 2024

Foi um dia, ou melhor, um final de tarde e noite muito bonito. Daqueles momentos que, tenho a certeza, quem o partilhou jamais esquecerá. Eu não vou esquecer e sinto-me feliz por ter contribuído para o tornar possível.
A simplicidade, a amizade e o recato do ambiente foram fundamentais para o sucesso da iniciativa, pois aquilo que se disse e cantou, os abraços que se deram e as lágrimas que se choraram, não terão sido mais do que verdadeiros sentimentos de alegria, amor e gratidão. Eu saí de lá com a alma repleta de felicidade e demorei alguns dias até processar completamente o que acontecera e, no fim, aquilo que guardei foi a sensação de que naquele momento condensámos toda a nossa existência [e neste momento soltam-se-me as lágrimas pelo rosto] desde a memória daqueles que já cá não estão, até à percepção da convivência entre as várias gerações e o bom que isso é. Porque sei que, mais tarde ou mais cedo, irei sentir saudade e um tremendo vazio, aquilo que verdadeiramente gostaria era poder cristalizar aquele dia e tudo aquilo que lá se viveu.

20 março 2024

a casa do fogo e a fidalga


Ganhou contornos de lenda, ou pelo menos de estória fantasiada, mas que faz parte da memória familiar e até da comunidade local e que tenderá a desaparecer com o tempo e com a renovação das gerações, o que me leva a querer registar. É a história de Maria Ricardina Fernandes, minha tia-bisavó, natural de Vilarinho do Monte - Macedo de Cavaleiros, que casou em Vila Boa, no dia 7 de Julho de 1890, com João Manuel Fernandes do Vale, filho primeiro de José Marcelino Fernandes do Vale e de Maria Joaquina Pires Pousa. O casal, João Manuel e Maria Ricardina, ficou a viver em Vila Boa e tiveram três filhos. Consta que a Maria Ricardina, ainda com os filhos pequenos, ficou doente e muito tempo entrevada, confinada num quarto da casa e necessitando de muita assistência e cuidados, o que lhe valeu a nomeada de "fidalga". Pois bem, um dia deu-se um incêndio nessa casa que provocou a explosão de várias vasilhas de azeite, o que assustou de tal forma a "fidalga" que, sem qualquer ajuda, conseguiu fugir das labaredas e pôr-se a salvo na rua. Essa parte da casa ficou até hoje conhecida como a casa do fogo e a "fidalga" morreu não muito tempo depois (ainda no século XIX). O viúvo, João Manuel, com o desgosto da morte da mulher, ficou muito deprimido e recusava-se a aceitar o seu destino, não queria saber da vida, passava o tempo na cama e nem queria comer. Valeu-lhe o conforto e consolo de uma criada que tinha a seu serviço e para cuidar das crianças. O consolo foi tanto que um dia a criada apareceu grávida. A este propósito, muito mais tarde, um neto do João Manuel comentou: "a criada tanto insistiu... coma Sr. João, coma Sr. João... que ele comeu-a mesmo...". A verdade é que, por pressão familiar, principalmente do seu irmão António que era padre, o João Manuel casou em segundas núpcias com essa criada, de seu nome Benigma Ramos, natural de Alimonde, mas o ambiente ter-lhe-á sido tão hostil em Vila Boa que foi com a família, primeiro para Vilarinho do Monte, terra da primeira mulher e onde não terá sido bem recebido e, depois, para Nuzedo de Baixo. Certo é que nunca mais terá regressado a Vila Boa. Deste seu segundo casamento o João Manuel teve mais sete filhos. A casa do fogo manteve-se sempre na família e actualmente, desde há cerca de uma década, é propriedade do meu irmão Daniel, que comprou as sortes dos vários herdeiros.

(adaptação de um pequeno texto escrito e dactilografado pelo meu pai sobre a vida do seu tio-avô João Manuel Fernandes do Vale. Texto que me entregou em Janeiro de 2024)

28 fevereiro 2024

máquina de escrever


Esta é a máquina de escrever do meu pai. Ainda hoje a utiliza quando quer escrever algo para guardar, ou para entregar aos filhos. Para além da memória que procura registar, penso que se preocupa em transmitir-nos aquilo que, de outra forma, não teríamos acesso ou conhecimento. É igualmente uma memória visual e sonora de infância e juventude, o meu pai na mesa da cozinha, na mesa da sala-de-jantar ou, mais recentemente, na garagem, debruçado sobre a máquina a martelar durante horas. Hei-de tirar-lhe uma fotografia nesse seu mester voluntário e alienante.
Comprou-a no início dos anos 80 e nunca mais se separou dela. Numa época em que a informática ainda não estava democratizada e à qual o meu pai sempre resistiu, quando nem sonhávamos que um dia teríamos acesso a um aparelho doméstico que imprimiria a preto ou cores os documentos, os trabalhos escolares eram redigidos nesta máquina e o meu pai esteve sempre disponível para o fazer. A mim fascinava-me, ainda me fascina, o bater das teclas e, depois, dos braços das letras no cilindro onde a folha de papel circula, mas não gostava de escrever, pois as teclas eram pesadas e moíam-me as pontas dos dedos e, por isso, pedia ao meu pai para me passar os trabalhos...
Aqui há uns anos, talvez uma década, ou um pouco mais, foi notícia o encerramento da última fábrica que produzia estas máquinas. Logo depois, e sem surpresa, deixou de haver no mercado fitas de tinta para estas máquinas e o meu pai andava aflito até que ficou um tempo sem a poder utilizar, mas não desistiu de procurar, até que, passado algum tempo, encontrou um fornecedor (não sei se incluído nestes pós-modernos movimentos revivalistas). Tratou logo de se abastecer para uns bons anos e, se não estou em erro, ainda se serve desse abastecimento.
É uma anacronia, bem sei, mas são objectos lindíssimos e que me remetem para um universo que adoro e que desde miúdo me encanta. Nunca comprei, nem penso fazê-lo, pois apenas serviria de adorno, mas talvez um dia guarde esta.

12 janeiro 2024

os bifes, os gatos e a avó Antoninha

Durante a minha adolescência e, talvez, mais durante a minha juventude, adorava ir para Vila Boa e por lá ficar enquanto a escola não chamava por mim. Assim, passei inúmeras temporadas em casa dos meus avós paternos e sob a responsabilidade da minha avó, que, na sua fragilidade e com a sua tranquilidade e sabedoria, me aturava os devaneios e parvoíces de jovem, às vezes, inconsciente. Eu pouco parava em casa, a não ser para comer e dormir e ela, pacientemente, lá estava com todos os cuidados e mimos para comigo. Um dia, talvez final de uma tarde de Verão, estava eu no terraço da casa, com certeza, à conversa com alguém que se aproximou ou passou, quando a ouço praguejar alto na cozinha. De um salto vou ao seu encontro e só já ouvi: - Malditos gatos, que me levaram o teu bife!
Coitada da mulher. Tinha tirado um bife para me servir ao jantar, pô-lo a descongelar perto de uma janela aberta e soalheira, um gato vadio, esperto, num ápice lhe levou o suculento naco de carne. Ficou desconsolada, sem saber o que fazer. Tentei acalmá-la e disse-lhe para me estrelar um ovo que já ficava bem. Assim foi, mas ela andou uns dias a dizer mal da sua vida e, principalmente, do raio do bicho.

03 janeiro 2024

o Quim


Não sei porquê, mas aqui há tempos o Quim da Madalena veio-me amiúde à mente, de forma expressiva e até impressiva. Não foi em sonho, mas sim em momentos bem desperto, em que o seu rosto e sorriso, memórias de infância e de momentos com ele partilhados, me assaltaram deixando-me uma sensação triste e nostálgica.
O Quim era um miúdo da minha criação (nasceu em 1974) e cresceu na mesma rua (quase bairro) que nós. Era um miúdo tranquilo, apesar de algo irreverente e, talvez por isso, vítima de algum bullying (termo então ainda desconhecido e impraticado) por parte de outros miúdos que connosco conviviam. A sua alcunha, julgo que apenas por ter um redemoinho de cabelo logo por cima da testa, era “o peido”. Epíteto que, apesar de muito violento, foi assimilado e assim utilizado durante muito tempo. Penso que só mais tarde, talvez já adulto, tenha perdido essa alcunha.
De entre as muitas brincadeiras, traquinices e aventuras pelas redondezas, há dois momentos do Quim inesquecíveis, que guardei e agora partilho: o primeiro foi quando a jogar às Damas, no pátio do meu prédio (nº 115 da rua), e por motivo que já não recordo, nos desentendemos e, por isso, lhe dei violentamente com o tabuleiro de madeira nas costas. Para além da dor lhe ter provocado o choro e uma correria para casa, parti o tabuleiro e ficámos zangados durante um dia ou dois. As pazes não tardariam. O segundo momento, foi quando ele decidiu fugir de casa com apenas, sei lá, dez, onze ou doze anos, deixando uma carta de despedida aos pais. O sobressalto na rua foi generalizado e a presença das forças policiais mais dramática tornou a situação. Recordo a insegurança que todos, miúdos e graúdos, sentimos.
Se bem me recordo, o Quim terá caminhado para Sul, pela Estrada Nacional Um, durante um dia e uma noite, tendo sido encontrado no dia seguinte, encharcado e esfomeado, algures entre Santa Maria da Feira, São João da Madeira ou Oliveira de Azeméis, e devolvido aos pais. Bem mais tarde, já adultos, cheguei a questioná-lo sobre esta aventura e ele próprio não a conseguia justificar, reconhecendo que em casa e na família não havia qualquer problema ou razão para tal atitude.
Durante anos fomo-nos cruzando em Valadares e arredores, pois ele era, ou foi, operário da fábrica das agulhas. O Quim morreu no dia 5 de Maio de 2023 e eu só soube já ele tinha sido cremado. A certeza da sua morte surgiu num cartaz de funerária que ainda consegui encontrar numa montra devoluta na Madalena. O Quim tinha 49 anos e foi vitima de doença oncológica. Uma memória boa dele perdurará comigo.

Ao alto, o Quim no dia 21 de Janeiro de 2017, no lançamento do meu livro "Apurriar", na Maria Torrada, em Valadares.

(escrito em Bragança, 31 de Dezembro de 2023)

17 julho 2023

ervilhas de quebrar

Eu sempre as conheci como ervilhas de vagem, mas serão mais conhecidas como ervilhas de quebrar. É um dos sabores de memória mais vivos que guardo. Ainda hoje a minha mãe teima em comprar essa ervilha para acrescentar ao arroz, ou seja, para fazer arroz de ervilhas. Eu sempre adorei o sabor, mas também o perfume que elas libertavam, desde o momento em que saíam cruas do saco, até ao momento em que se abria a panela do arroz. Era um cheiro intenso e muito agradável para mim (aceito que haja quem não gostasse), mas entretanto aconteceu, algures nas últimas décadas, que apesar de ainda ser cultivada, comercializada e até frequente nas prateleiras dos comércios, ela perdeu o tão característico perfume. Experimentem cheirá-las cruas e verão como quase não têm cheiro e, depois, já cozinhadas perderam ainda mais fulgor. Agora comemos arroz de ervilhas quebradas sem o seu sabor e cheiro, mas recorrendo à memória gustativa para conseguirmos tirar algum prazer dessa iguaria.
O que se passou não sei, mas desconfio que esta degeneração se deveu à extinção das sementes naturais e à sua substituição pelas sementes produzidas pela indústria agro-alimentar. Com certeza haverá quem tem, pois guarda de ano para ano, de sementeira para sementeira, dessas ervilhas e continua a saboreá-las. Mas toda a produção para o consumo das massas, recorreu às sementes de pacote e assim contribuiu definitivamente para a evolução dessa espécie vegetal. Os vindouros jamais conhecerão o prazer de destapar uma panela de arroz de ervilhas de quebrar, acabada de sair do lume, e sentir a explosão do aroma da ervilha a espalhar-se pelo ambiente.

06 junho 2023

menino das alianças

(fotografia retirada do meu álbum e de autoria desconhecida)

Esta será uma das memórias da minha meninice mais antigas. Não me recordo do momento acima retratado, mas guardo algumas imagens deste dia. Foi a primeira e única vez que me colocaram na pele de menino que transporta o símbolo de casamento. Não consigo datar este momento, mas segundo os meus pais terá sido no final do Verão de 1977, tinha eu então quatro anos e vivíamos ainda em Delães, Famalicão.
A noiva chamava-se Manuela e era irmã mais velha de uma rapariga chamada Ilda que, à época, tomava conta de mim e do meu irmão Daniel. Terá sido essa relação que motivou a minha convocatória para desempenhar tal papel. Do noivo nada sei, nem recordo sequer o seu aspecto.
Vem esta memória a propósito de, quase cinquenta anos passados, ter reencontrado a Manuela, agora uma senhora com cerca de setenta anos, já avó e com uma obesidade mórbida. Gostei de falar com ela, de saber como a vida lhe correu e de saber que a irmã Ilda está bem, emigrada na Suíça.
Este reencontro aconteceu em Delães, num café do prédio onde ela reside, em frente à Igreja e à casa que foi do meu avô Marcelino. Apesar do seu ar triste e sofrido, percebi nas suas palavras alegria por me voltar a ver, depois de todo este tempo.
Entretanto, nas várias idas a Delães, já a voltei a ver, sempre nesse mesmo café, muitas vezes, mas não mais falei com ela.

29 julho 2020

o velho eléctrico

eléctrico nº 1

Fazia mais de 30 anos que não entrava num Eléctrico da cidade do Porto. Neste último Sábado viajei no número 1, o da linha marginal, que liga o Infante ao Passeio Alegre e gostei muito da experiência, apesar do preço algo exagerado. Ao contrário do que acontecia no tempo em que viajava regularmente de Eléctrico, as 3 linhas ainda activas - 1, 18 e 22 - estão ao serviço do turismo urbano, fazendo parte de bonita designação: "Porto Tram City Tour" dos STCP. Esta designação não engana nenhum tripeiro.
Nesse outro tempo, teria eu os meus 13 a 14 anitos, viajava regularmente pela zona histórica e pela baixa da cidade de Eléctrico e de Trolley, ambos então ao serviço da população da cidade e arredores e cobrindo uma área geográfica muito superior ao que acontece hoje em dia.
Foi uma manhã de Sábado muito bem passada.

06 julho 2020

a esplanada

Há dois anos que percorro a marginal litoral de Gaia à procura de lugar para me sentar e ficar. Estou órfão de esplanada desde o Verão de 2018. Passo a explicar: Desde que o meu velho amigo Alexandre passou a sua explanada em Valadares [a esplanada do Alex] e o novo projecto aí instalado mudou completamente o estilo, o ambiente, logo de clientes, tenho andado à procura de esplanada substituta e nenhuma me satisfaz. Já me têm alertado para o facto de andar à procura de algo que já não existe. Pois, mas no entretanto, não paro em lado nenhum e, aquilo que era um hábito sazonal de ir para à beira do mar deixou de o ser. O Alexandre, segundo o próprio me disse, esteve à frente do negócio durante 32 anos e eu lembro-me de lá ir desde esses primeiros anos. Claro que não fui sempre um cliente assíduo, mas uns anos mais outros menos, fui um cliente regular. Por lá passei muita manhã e muita tarde, às vezes também noites de copos com amigos. Enfim, mais uma vivência que passou a memória e que, dificilmente, será recuperada. Lamento.

20 maio 2020

a causa das coisas

Ontem fui a casa dos meus pais e mal pus os pés dentro de casa dei com este livro pousado na mesa da cozinha. Achei estranho e perguntei porque estava ali o livro. A resposta da minha mãe foi pronta: - Andei a arrumar uns armários no quarto do teu irmão e apareceu este livro que é teu.
Miguel Esteves Cardoso (MEC): passados quase 30 anos, ainda me lembro de alguns destes textos e dos outros livros que, ávido e curioso por descobrir mundo, li com real prazer.
- Não encontraste mais nenhum?
- Não, teus não. Os outros são todos do teu irmão, são de arquitectura e desenho...
- Pois, mas deve haver mais. Hão-de estar algures.
Era também o tempo do jornal Independente dirigido por MEC e Paulo Portas e da Noite da Má Língua (na SIC), onde MEC participava. Este, A Causa das Coisas, foi um clássico para as gerações de jovens adultos dos anos 80 e 90 do século passado. O meu exemplar é da sua 12ª edição. Hoje, depois de quase três décadas, continuo a lê-lo e a gostar da sua escrita. O MEC é o maior.


04 outubro 2017

escrever, um ambiente para

Quando miúdo, e mesmo quando mais graúdo, não havia Verão em que não fosse, com a restante família, passar umas semanas à aldeia natal de meus pais, em Trás-os-Montes. Esses dias de descanso e, principalmente, de brincadeiras e aventuras, eram partilhados com outros familiares que também para lá convergiam, por esses dias estivais.
Uma das recordações que guardo desses dias e que, na altura, enquanto criança, não entendia, era o desespero de um tio que, atolado em papéis (processos e outras peças judiciais) tentava despachar mesmo em tempo de férias, nunca encontrava o lugar propício para se poder concentrar e trabalhar. Havia sempre algo a perturbá-lo - moscas, correntes de ar, calor, ruídos de animais ou pessoas, entre outras distracções - e a impedi-lo de se manter por algum tempo no mesmo lugar. Era vê-lo, exasperado, a carregar pastas e papéis, de casa para casa, de palheiro para varandas, de cabanais para garagens, num rodopio que não percebia e numa aflição intangível para mim.
Só agora, muito mais tarde e quando sinto os mesmos sintomas e semelhante dificuldade para o processo da escrita - iniciá-la ou mantê-la - é que alcanço a sua dificuldade em encontrar o local ideal para se poder refugiar do ambiente, adverso e hostil, que o rodeava.

13 maio 2017

a propósito de Fátima, 13 de Maio, pastorinhos, azinheiras e afins

Com a exclusividade mediática conseguida, nos últimos dias, por esta visita do Papa Francisco a Fátima, veio-me à memória o primeiro momento em que tive conhecimento deste fenómeno. Foi enquanto criança, filho de bons cristãos e católicos praticantes, ao frequentar a catequese que ouvi, pela primeira vez, falar de uns pastorinhos a quem Nossa Senhora terá aparecido no cimo de uma Azinheira. Não devo ter percebido muito bem a história, mas recordo alguma estranheza pelos factos contados, pois eu também tinha primas e primos que eram pastores e eu próprio, nas férias, também ia com eles a pastorear os animais pelo monte, e nem por isso, alguma vez, tivéramos a visita de tal entidade...
O certo é que, por esses dias, depois de chegar a casa, comentei com o meu pai e, intrigado, quis conhecer a história dessas crianças. Pedi-lhe um livro sobre o assunto e, passados não muitos dias, recebi este livro que li com curiosidade e com expectativa de poder "compreender o mundo". Guardei-o e ainda hoje faz parte do meu acervo, sendo um dos meus primeiros livros. No seu frontispício escrevi apenas "Madalena" (localidade onde à época vivíamos), o que indica que está nas minhas mãos há mais de trinta anos. No canto superior direito, a lápis, a indicação do preço de 3$50.