A propósito do artigo de Diogo Ramada Curto na revista LER deste Verão, que acabo de citar e no qual o autor se refere à evolução das "máquinas pensantes" até à actual inteligência artificial (IA), sem perceber nada, ou quase, sobre o assunto, nem ter qualquer pretensão de me dedicar à questão ou aderir a essa vertigem tecnológica, faço aqui o meu manifesto ou declaração de interesses.
Não sendo uma questão propriamente nova, nem pretendendo ser céptico ou velho do Restelo, sou aquilo que poderemos designar de agnóstico sobre a IA, suas características, sua história, seu potencial e suas aplicações. É um universo que não me desperta qualquer interesse ou, sequer, curiosidade. Ela há-de me aparecer pela frente e aí, talvez, dedique algum do meu tempo a reflectir sobre, mas por enquanto deixo para os especialistas - informáticos, engenheiros e afins, tudo o quanto é pensado, dito e partilhado.
Nesta atitude agnóstica quero afirmar, em todo o caso, que tal como a fotografia não destruiu as artes e a literatura, como Baudelaire prevera, e tal como o vídeo não matou as estrelas da Rádio, como dizia a canção, também a IA não irá acabar com a literatura, muito menos com as ciências sociais. Não creio numa IA apocalíptica nem milenarista. Continuará a haver todo o espaço para a criação de mundos fantásticos e universos singulares; continuará a haver muitos terrenos para estudar e trabalhar. Vamos a eles.
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