15 janeiro 2009

igual a nada

Ontem enquanto percorria os atalhos partilhados dei de caras com um texto muito interessante acerca de livros, escrito por um livreiro. Aqui fica transcrito parte desse texto:
Editam-se livros de mais? Acho que sim, pelo menos para os livreiros, editores, autores e distribuidores. Não tenho a certeza em relação ao público em geral, porque esse ganha, à primeira vista, com a diversidade. A humanidade escreve muito mais livros do que consegue ler, isso é uma evidência. Edita-se um milhão de livros por ano e ficam dois ou três por editar, quer isso dizer que se escrevem dois a três milhões de livros por ano. Se um ser humano pudesse dedicar toda a sua vida apenas a ler, conseguindo, suponhamos, ler quatro livros por semana, 200 por ano, dez mil em meio século - seria igual a nada, tendo em conta os milhões e milhões de livros existentes em todo o mundo. Para terem uma ideia da dificuldade que é para um livreiro gerir uma livraria face aos livros novos editados exclusivamente em Portugal, que rondam neste momento os 16 mil por ano: se quiséssemos disponibilizar todos os novos títulos na livraria, considerando uma média de dois cm de espessura por livro, seríamos forçados a aumentar a Pó dos livros em 320 metros de prateleiras, o que daria mais ou menos 45 estantes, ou seja, teríamos de ampliar anualmente a nossa livraria em dois terços do espaço.
Jaime Bulhosa da Pó dos Livros

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