Eram dias de nomeada na vila, recheados de festivas actividades e sacros momentos que terminavam, invariavelmente, madrugada dentro com aparatosos arraiais, repletos de luz e som que inundavam grande parte da vila. O palco da festa era sempre o mesmo, porque único com capacidade para acolher os milhares de foliões que vinham, ano após ano, de todos os recantos do concelho e redondezas. Nesse recinto não faltava qualquer ingrediente, daqueles que tradicionalmente animam os santos e seus fíeis: do algodão-doce aos carrinhos-de-choque, das farturas aos Rayban's magrebinos, sem esquecer, claro, a banda ou artista que animavam cada noite da festividade. E porque de uma grande festa se tratava e o dinheiro aparentava abundar, eram chamadas várias celebridades, tentando assim cuidar de todos os gostos. Por fim, um parágrafo para aquilo que nunca, mas nunca, faltou: a zaragata ou escaramuça que animavam aqueles, os pândegos, que se deixavam ficar por ali e para o fim da festa. Destes, havia aqueles que acabavam a noite na urgência do hospital local, enquanto que os outros, a grande maioria, acordavam no dia seguinte perdidos num qualquer lameiro ou num qualquer palheiro, esquecidos daquilo que acontecera e prontos para mais um dia de festa.
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