Em larga medida entendido como mera verdade das coisas que se aprende naturalmente e casualmente durante a vida, o senso comum é uma construção cultural, impragnada de valores, crenças e juízos, díspares e difusos, com conexões vagas numa rede que liga todos os membros de um determinado grupo que vive em comunidade. Apesar de se relacionar mais com a forma como se lida com um mundo onde determinados factos acontecem, do que com o mero reconhecimento de que eles acontecem, o senso comum é informado e formado pela pertença à comunidade. O senso comum não é uma faculdade extraordinária ou ditosa, mas sim uma disposição mental ou espiritual que difere de lugar para lugar, adoptando, no entanto, uma forma local bem característica. Quando nos pronunciamos com senso significa que o fizemos com critério, inteligência, discernimento e reflexão prévia, algo que, muito sincera e definitivamente, não se tem verificado naqueles que, diariamente, nos entopem e nos estragam os sentidos com as suas inolvidáveis opiniões.
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