No mês em que a revista adopta as regras do Acordo Ortográfico, realce para o texto de Fernando Venâncio que desconstrói todos os argumentos a favor desse mesmo acordo, explica as verdadeiras razões para a sua imposição e apresenta os incríveis defeitos e erros do mesmo.
"Estas bizantinices portuguesas podem explicar uma atitude brasileira parecida com falta de solidariedade. E é pena. Porque estamos aqui no absoluto cerne destes problemas: o nosso magnífico idioma tem duas ortografias porque tem sistemas vocálicos divergentes. O fosso entre os dois vai-se, mesmo, alargando. Mil acordos ortográficos não conseguiriam uma reaproximação dos dois sistemas. Importa aceitá-lo com naturalidade e não interiorizá-lo como um drama. Hoje os brasileiros já precisam de legendar filmes portugueses, mas daqui a 200 anos os romancistas brasileiros ainda serão, como hoje, os que melhor lemos no original."
Uma referência também para a entrevista a Mário Cláudio a propósito do seu último livro... "no fundo acho que toda a escrita é uma transcrição. A escrita é a revelação de um texto que a antecede."
E por último, nota de satisfação por seis dos habituais colaboradores da Revista optarem por manterem as normas e regras ortográficas pré-acordo. Ainda bem.
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