Hoje viajei no tempo, literalmente. Não sonhei, não experimentei qualquer estado alterado de consciência, não acordei. Regressei, pura e simplesmente, à minha infância e aos lugares que, enquanto menino, vivi e experimentei. Esse tempo e espaço que um dia cristalizei na minha memória. Em cada rosto que revi, reencontrei as crianças que fomos. Não me esqueci de nenhuma delas. Reconheci-as pelo nome e, tal, alguns surpreendeu. Estranharam falar-lhes pelo nome. Claro, ali era eu o estranho e isso, compreensivamente, percebeu-se na expressão de alguns.
São duas da madrugada dessa mesma noite e tenho por companhia um Logan e, nos ouvidos, os Elbow que me vão embalando a escrita, cantando “on a day like this” e “friends of ours”. Segredei ao ouvido de alguns que aqui estaria. Estou. Escrever aquilo que aconteceu não será necessário, importará registar aquilo que trouxe comigo. Qualquer coisa como me terem trazido, gratuitamente, directamente da década de oitenta, pedaços de mim, de nós.
Com pena minha alguns faltaram. Rapazes e raparigas que farão sempre parte dessa rua, desse passado comum. E que serão sempre miúdos para mim. O tempo e a vida de cada um seguiu os seus cambiantes e não deixa de ser impressionante como as memórias de cada um coincidem, passados tantos anos, com a memória de tantos outros. Isso será tanto mais perturbador quanto reflectirmos sobre a improbabilidade deste encontro: nada, mas mesmo nada, faria pressentir para o meu presente, um encontro desta natureza. Mais, guardo comigo a vontade e o interesse demonstrado e percebido por todos para estar. Trouxe para mim a saudade e o carinho renovado de uma nostalgia amarga. Que bom.
Dizer-vos que, afinal de contas, e depois de todos ou quase termos deixado a rua, ainda por lá andamos a jogar à bola ou ao trinca-cevada, as nossas vozes ainda ressoam pelos pátios e pelo pinhal onde brincámos e crescemos. Foi bom estar convosco. Obrigado. Havemos de voltar, estou certo.
Uma mágoa final… não ter levado comigo o irmão mais novo. Afinal, teria feito todo o sentido lá ter estado também.
São duas da madrugada dessa mesma noite e tenho por companhia um Logan e, nos ouvidos, os Elbow que me vão embalando a escrita, cantando “on a day like this” e “friends of ours”. Segredei ao ouvido de alguns que aqui estaria. Estou. Escrever aquilo que aconteceu não será necessário, importará registar aquilo que trouxe comigo. Qualquer coisa como me terem trazido, gratuitamente, directamente da década de oitenta, pedaços de mim, de nós.
Com pena minha alguns faltaram. Rapazes e raparigas que farão sempre parte dessa rua, desse passado comum. E que serão sempre miúdos para mim. O tempo e a vida de cada um seguiu os seus cambiantes e não deixa de ser impressionante como as memórias de cada um coincidem, passados tantos anos, com a memória de tantos outros. Isso será tanto mais perturbador quanto reflectirmos sobre a improbabilidade deste encontro: nada, mas mesmo nada, faria pressentir para o meu presente, um encontro desta natureza. Mais, guardo comigo a vontade e o interesse demonstrado e percebido por todos para estar. Trouxe para mim a saudade e o carinho renovado de uma nostalgia amarga. Que bom.
Dizer-vos que, afinal de contas, e depois de todos ou quase termos deixado a rua, ainda por lá andamos a jogar à bola ou ao trinca-cevada, as nossas vozes ainda ressoam pelos pátios e pelo pinhal onde brincámos e crescemos. Foi bom estar convosco. Obrigado. Havemos de voltar, estou certo.
Uma mágoa final… não ter levado comigo o irmão mais novo. Afinal, teria feito todo o sentido lá ter estado também.
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