27 outubro 2015

mediascape: o tudo e o nada são cancerígenos

Por estes dias temos sido confrontados com uma bateria de informações alarmistas em relação ao consumo de vários ingredientes, numa tal sucessão como eu já não me recordo ter acontecido. O que se passa? Esta gente ficou parva?! Ou eu ando enganado e daqui a algum tempo, irei ser surpreendido com alguma doença grave, ou a psicose social, ou melhor, colectiva, ganhou recentemente novas proporções. Claro que não se deve abusar nos consumos de enchidos, fumados e afins, claro que não se deve abusar das carnes vermelhas (até porque a Isabel Jonet não deixa...), claro que não se deve abusar do vinho, da cerveja, do bagaço e afins, claro que não se deve abusar das gorduras animais ou mesmo vegetais, mas não era preciso este verborreia alarmista que invadiu nas últimas horas os media, pois já a minha avó não me deixava comer presunto, nem as alheiras e salpicões que a minha gula exigiam. Nem tão pouco me deixava comer mais do que um ovo e, mesmo assim, só de quando em quando. Só havia alforria para o pão com... pão. Qual é a novidade e a necessidade da informação agora divulgada? Ridícula. Uma vez mais, depois de tantas outras, cheira-me a pressões empresariais, do sector alimentar, que sob a utilização de termos - estudos, pesquisas, cientificidade, laboratório, testes, comprovado, etc., cuja representação simbólica poucos questionam, tentam passar a sua mensagem. É tanga, ou pseudo-ciência. Se repararmos com atenção naquilo que tem sido divulgado nas últimas décadas, nada e tudo, ou tudo e nada, são potencialmente cancerígenos. Mais vale não comer! Certo?! Será esse o objectivo?!
Tal como sempre, o bom senso e o equilíbrio serão o segredo para uma alimentação saudável. A propósito, hoje ao almoço comi parte de uma chouriça de carne de Vinhais (daquelas que diziam provocar butolismo) com batata ao murro e grelos salteados. Termino com a denúncia da comparação ridícula, que encontrei algures, entre fumar e comer carne vermelha. Parvos!
Estou atento, até porque desconfio desta nova moda e protagonismo exagerado e pós-moderno de nutricionismos e de seus istas.

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