19 setembro 2018

mediascape:aliança e impostos

Leio no Diário de Notícias online que Santana Lopes, hoje e no momento em que formalizava a fundação do seu novo partido, no Tribunal Constitucional, afirmou que a Aliança tem como missão a redução de impostos... se quiserem pôr um rótulo na Aliança é: menos impostos.
A sério Dr. Santana Lopes?! Então e onde irá buscar o valor correspondente a essa redução de impostos? Esta era a questão que lhe deveria ter sido, de imediato, colocada pelos jornalistas presentes, mas não, para punch-line é mais do que suficiente e servirá para as parangonas das próximas horas e dias.
Ainda assim, nós sabemos a resposta a essa hipotética pergunta. Para desobrigar aqueles que mais podem pagar impostos, o Sr. Dr. Santana Lopes irá compensar os cofres da fazenda pública, obrigando aqueles que menos têm, logo menos podem pagar - os trabalhadores, pensionistas e desempregados, assim como irá reduzir os encargos com as obrigações de um estado social, ou seja, reduzir investimentos na educação, saúde e justiça.
Se comparado com estes senhores da Aliança, Mário Centeno (e as suas cativações), é um mãos-largas.

18 setembro 2018

esplanadas

Lugar, por excelência, para eu estar. Lugar, vivido e sentido, para eu ficar. O gostar de esplanadas poderá, melhor, deverá, ser entendido como uma declaração do meu estado ideal de existência. É lá que habito considerável parte do meu tempo estival. Condição essencial: ter sombra. É que só os lugares equipados com esse equipamento, que me permite ficar, se podem designar como tal; Condição quase-essencial, mas em certas circunstâncias, prescindível: ter Wi-Fi. Maior parte das vezes até nem é necessário estar ligado na rede, mas confesso que me sinto mais confortável, sabendo que a qualquer momento poderei conectar-me.
As esplanadas são o meu lugar de Verão.

mediascape: os buracos e os ridículos

Ele há coisas que de tão estúpidas, idiotas ou parvas, não queremos acreditar que possam ser verdade. O caso em apreço aconteceu, ou pelo menos foi notícia, este Verão e constituiu-se do seguinte teor:
Uma instituição norte-americana, a Healthline, através do seu sítio na internet, publicou um guia direccionado para a comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgéneros, Queers, Intersexuais e Assexuais), onde sugere a substituição da designação médica de vagina pela designação de buraco da frente, tudo em nome de um discurso mais inclusivo e para não ferir a susceptibilidade das referidas comunidades, assim como para não discriminar as pessoas com identidade trans ou não-binária.
Buraco da frante?!?!?
Esta gente não sabe mais como chamar a atenção e, assim sendo, vão produzindo estas alarvidades linguísticas, apenas e só para serem vistos, para manterem os holofotes mediáticos na sua causa (?), nos seus discursos e nos seus comportamentos. Deixem-se de merdas, a vagina há-de ser sempre a vagina, ou melhor, a cona há-de ser sempre a cona (e façam o favor de a pronunciar, tratar e designar em maiúsculas). Obrigado.

Post-Scriptum
A estas mentes brilhantes e talentosas, sempre na vanguarda do saber, apetece-me aconselhar, tal como já fiz anteriormente e noutros contextos, a leitura de:

09 setembro 2018

LER

Cada vez mais atrasada em relação à respectiva estação do ano, aí está a revista LER do Verão de 2018. Vamos LER.

03 setembro 2018

coesão territorial

Ao ler a entrevista do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa ao Expresso e ao perceber a sua intenção de impor ao Governo, em sede de orçamento de Estado, a redução dos preços dos passes sociais de Lisboa e dos 18 concelhos que pertencem à Grande Lisboa, lembrei-me de imediato daquele projecto "Movimento pelo Interior" que apareceu com grande protagonismo mediático algures no mês de Maio, ou seja, há cerca de quatro meses, com um programa subscrito por várias luminárias, especialistas e reconhecidos académicos, e composto por um conjunto de medidas que prometiam inverter o eterno e crónico abandono do interior do nosso país.
Pois bem, mesmo com esse relatório e essas propostas em mãos, o Governo não consegue inverter, ou pelo menos simular essa inversão do forte centralismo da capital. Não só não vamos ter qualquer medida efectiva de promoção do interior, como vamos reforçar o peso de Lisboa e suas populações na despesa no Orçamento de Estado que se avizinha.
Na altura em que foi conhecido o documento desse Movimento pelo Interior, não tendo tido tempo para o ler com atenção, imprimi-o e guardei-o para estes dias de férias. Está lido e avaliado. Em breve trarei aqui as minhas considerações. Em todo o caso, mais do mesmo!... com aparato, com pomposos signatários, com luzes e laçarotes, mas nove fora nada. Certo?!

mediascape:irreparável


Imagens como esta não podem deixar de nos incomodar, mas sabendo que se trata do centenário Museu Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, a impressão ainda é maior. Não podemos ficar indiferentes à destruição completa e definitiva do maior acervo e espólio da cultura brasileira e sul americana. Era neste bonito palácio oitocentista que se encontrava o maior acervo histórico e antropológico da cultura brasileira, logo, sul americana, logo, ameríndia, logo, portuguesa.
Lamentável é saber que esta jóia da cultura brasileira foi, nos últimos anos, esquecida e desprezada pelo poder e que já desde 2014 que a sua dotação financeira não era satisfeita totalmente. Segundo relatos que nos chegam do lado de lá do Atlântico, o seu orçamento anual era pequeno e mesmo assim prescindível para a sua tutela. Uma vergonha e uma irreparável perda.

01 setembro 2018

mediascape:inveja

Toma hoje posse como Responsável da Biblioteca apostólica e do Arquivo do Vaticano José Tolentino Mendonça. Na entrevista que dá ao Público de hoje confessa que a sua primeira preocupação é ocupar-se dos relatórios sobre o estado actual da Biblioteca e do Arquivo. Serão as suas leituras prioritárias. Mas como bibliotecário deverá enamorar-se também pela espantosa biblioteca e tem uma lista mental infindável de tesouros que gostaria de encontrar no tempo, e exemplifica:
- Codex Vaticanus, do século IV, que contém o mais antigo texto completo da Bíblia em grego;
- Os dois volumes da Bíblia de Gutenberg, que foi o primeiro livro impresso no Ocidente, segundo a técnica de impressão moderna;
- As Etymologiae, de Santo Isidoro de Sevilha, que contêm um dos primeiros tratados sobre como organizar uma biblioteca;
- A Commedia de Dante ilustrada por Sandro Botticeli;
- O Apocalipse de São João ilustrado por Albrecht Durer;
Para lá das escolhas pessoais, a verdade é que o sentimento que me assalta é muito pouco cristão, e não posso deixar de sentir considerável inveja pelo privilégio de aceder a tamanho tesouro.

mediascape:horários

Discussão do momento: deve-se ou não continuar a mudar a hora na Europa, entre os horários de Verão e de Inverno?
Sondagens a nível europeu para um lado, pareceres técnicos e de especialistas para outro lado, aquilo que vai acontecer, já percebi, é que o horário de Verão vai ser o escolhido e deixaremos de atrasar o relógio no mês de Outubro.
Para ser sincero, não quero saber se alternamos ou não entre os dois horários; não me interessa; não me preocupa; nem percebo a importância dessa discussão. É-me indiferente acordar de dia ou acordar de noite; é-me indiferente regressar a casa ainda de dia ou já de noite. Façam o que bem entenderem.
No entanto, naquilo que pude perceber das preocupações dos técnicos/especialistas, a escolha de um horário e o fim da alternância entre horários poderá trazer alguns distúrbios às crianças e jovens, naquilo que poderá ser alguma confusão em acordar e ir para a escola ainda de noite. Pois bem, na minha mais insignificante opinião, o que está errado, e não é de agora, é fazer as crianças de 4, 5, 6, 7 anos entrarem na escola entre as oito e as nove da manhã. Se querem fazer algo de benéfico, alterem os horários escolares e distribuam-nos pelo dia e não os façam madrugar para estudar. Nunca percebi esta imposição da escola começar às 8:15, ou às 8:30, ou às 9:00. Tanto dia, tantas horas, tanta tarde, tanta luz solar para aproveitar.

mediascape:vale dos caídos

Vale dos Caídos, nas imediações de Madrid, é o altar da extrema-direita espanhola, onde se presta o culto a Franco e a Primo Rivera. É igualmente o símbolo máximo e paradigmático das históricas cisões na sociedade espanhola, que se traduz num contencioso permanente que chegou aos nossos dias. Acontece que o governo socialista de Pedro Sánchez, não só quer exumar os restos mortais do ditador Franco que se encontram sepultados nesse local, como pretende transformar o Vale dos Caídos num memorial às vítimas da Guerra Civil e do franquismo, assim como criar uma Comissão de Memória, com a vigência de dois anos e com a finalidade de apurar a verdade do que ocorreu, contribuir para o esclarecimento das violações de direitos humanos e das graves infracções cometidas durante a Guerra Civil e o franquismo. Tarefas, todas elas, de difícil concretização, pois as feridas abertas nesse período negro da história de Espanha ainda não estão saradas e, seja por omissão, seja por ocultação, nunca houve um verdadeiro ajuste de contas com o passado.
A este propósito, hoje no jornal Público, o seu director - Manuel Carvalho, e em editorial, escreve que "a exumação do cadáver de Franco e as melhores formas de matar a simbologia extremista do Vale dos Caídos" demonstra como "a Espanha continua a debater-se com os vírus que originaram o franquismo e que, ainda hoje, persistem em perturbar o seu metabolismo nacional", enraizados na sociedade através de um radicalismo de direita e em instituições como a Igreja.
Manuel Carvalho tem razão quando afirma que não basta apagar os lugares da memória para que esta seja erradicada do presente, mas também será verdade que sem esses lugares de memória, será bem mais difícil, geracionalmente, perpetuar essas memórias. Só podemos e devemos desejar que o PSOE seja, finalmente, bem sucedido neste seu propósito.

setembro, dia primeiro

Ainda que o regresso só esteja previsto para os próximos dias, o dia primeiro de Setembro é, para mim, dia de retomar algumas rotinas e de recuperar pensamentos, ideias e preocupações. O mês que agora inicia é sempre muito grande, pleno de tarefas e eventos aos quais não conseguimos escapar. Depois destes dias e semanas de férias em que estive ausente e me abstive de aqui vir, é tempo também de retomar o hábito de partilhar aquilo que me importa e interessa. Comecemos.