Aos poucos vou-me habituando a consumir aquilo que a Netflix tem no seu catálogo. Por insistente pressão da Emília, subscrevi uma assinatura da referida produtora de filmes, séries, documentários e afins. Sei que ela tem consumido frequentemente e, de alguma forma, justificado o valor mensal que pago. Eu, que tanto resisti inicialmente, começo agora a descobrir o encanto do formato, na medida em que poderemos visualizar, de seguida, os episódios que quisermos. Aconteceu-me com a série Homeland, cuja sétima temporada, vi em duas noites, ou seja, seis episódios de cada vez; aconteceu agora novamente com esta mini-série After Life de Ricky Gervais, que vi de uma só vez (seis episódios). Tinha-a referenciado através dos comentários, diga-se, difusos, que fui recolhendo no Twitter. Depois de a ter visto, percebo a amplitude das opiniões sobre a série, pois também para mim ela é merecedora de vários sentimentos. De uma forma geral, sendo considerada uma comédia, tive alguma dificuldade, salvo num ou noutro momento, em encontrar esse fulgor humorístico, talvez porque o tema central da série seja demasiado sério e pesado para tal ligeireza de comportamentos e discursos. Por outro lado, reconheço, em alguns momentos, o génio narrativo, nomeadamente, nos diálogos entre o personagem central e a senhora do cemitério, ou entre o mesmo e a cuidadora que trata do seu pai no lar de idosos. Na antítese desse génio, está o último episódio, que não passa de um sucessivo e precipitado acumular de resoluções óbvias e clichés dos tramas melodramáticos e de finais felizes. Ainda assim, aconselho a sua visualização.