16 dezembro 2020

estranha forma de reagir...


Inserido num esforço de leituras sobre os tempos de agora, a pandemia e aquilo que poderemos vir a experimentar nos próximos tempos, comprei um conjunto de livros de alguns autores que publicaram recentemente os seus pensamentos, ideias e juízos sobre o assunto. Também porque é o mais curto e de fácil leitura, li nas últimas horas este pequeno ensaio de Bernard-Henri Lévi, filósofo e escritor francês. Para além de um diagnostico da situação, ou mundo, ou ainda vida, pré-Covid, com o qual eu consigo concordar, a leitura que faz de toda a situação experimentada nos quatro cantos do mundo e, em particular, no mundo ocidental é bastante caustica e pessimista. Contesta as teorias e medidas securitárias, contesta os que querem aproveitar o vírus para destruir a nossa civilização e o nosso modo de vida, enquanto tiranos da obediência que, a coberto da urgência sanitária e do delírio higienista, querem estrangular a liberdade dos cidadãos.
Este texto de Lévi foi escrito, tal como o próprio admite, algures entre finais de Abril e o mês de Maio de 2020, altura em começamos a "desconfinar", o que de certa forma, lido deste mês de Dezembro de 2020, me pareça uma análise imperfeita ou incompleta. Talvez neste momento o autor tenha já uma outra perspectiva daquilo que transformou o mundo numa prisão de alta segurança, panóptica e paranóica, de saúde e higiene pública. Seria interessante conhecer a evolução da sua opinião. De resto, compreendo a sua perspectiva, mas ainda assim sou dos que privilegia a salvaguarda da saúde dos indivíduos em detrimento de qualquer lógica ou princípio económico-financeiro. Haverá muito tempo para nos dedicarmos a esse esforço.

Sem comentários: