16 dezembro 2020

mediascape: predisposição

Hoje, no jornal Público, e a propósito das eleições presidenciais e da situação pandémica que vivemos, é apresentada uma sondagem para o Público e RTP na qual são incluídos alguns indicadores muito reveladores das nossas percepções da realidade que experimentamos actualmente. Em relação aos números ou percentagens dos candidatos, pouco ou nada há a dizer ou comentar. Agora, em relação à pandemia não posso deixar de assinalar os dados agora conhecidos:


No primeiro gráfico, relativo à vacinação é evidente uma maioria clara de pessoas disponíveis e com vontade de serem vacinados, o que significa que felizmente e ao contrário daquilo que alguma, pouca inteligência nacional, quer fazer crer, já para não falar dos cavaleiros do apocalipse e das teorias da conspiração que populam pelas nacionais redes sociais.
Em relação ao segundo gráfico, ainda mais conclusivo e evidente, não restam dúvidas que os portugueses concordam com as medidas que a DGS e o Governo têm ditado para o país. Isto também contrariando muita da opinião publicada nos últimos meses, por aqueles que acham desde o início da pandemia que os portugueses estavam contra os sucessivos estados de emergência decretados. Pois bem, eu julgo que a maioria dos portugueses, tal como eu, não querem ser infectados pelo Coronavirus, nem querem correr riscos desnecessários. Ainda que por aí andem umas bestas irresponsáveis e negacionistas, pedem-nos para ficar em casa, só temos é que em casa ficar. É simples.
No terceiro e último gráfico, verificamos uma relativa contradição face ao segundo gráfico. Se por um lado a esmagadora maioria concorda com os estados de emergência, uma relativa parte dessa maioria não quer maiores restrições no Natal e concorda com a livre circulação entre concelhos e os habituais encontros familiares. Preocupante, digo eu.
Dia 18 de Dezembro, o Primeiro Ministro irá dirigir-se ao país para comunicar aquilo que poderemos ou não fazer durante o período das festividades natalícias. Espero que a razão não seja abandonada e que não haja cedência aos apelos mais emocionais e afectivos. Aquilo que não precisamos de todo agora é da "demissão" dos nossos responsáveis pelo combate à pandemia. Mais do que nunca, para não morrermos na praia. 

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