01 janeiro 2022

dia introspectivo, sempre

Podemos ser mais ou menos propensos a balanços sobre a nossa vida, ou a programar ou projectar vontades e desejos para cada novo ano, mas creio que a maioria das pessoas não consegue afastar-se ou abstrair-se deste determinismo temporal que é a passagem de ano e o eterno retorno de uma nova contagem anual, com tudo aquilo que foi vivido até então e aquilo que queremos ou gostaríamos de experimentar ou realizar no novo ano que começa.
Para mim, este primeiro dia é sempre um não-dia, ou seja, um dia em que não há nada a fazer, em que o cérebro está apenas em modo de vigia e não lhe é exigido nenhum esforço. Não é preguiça, é mesmo um estado de letargia, um torpor que me invade (às tantas a quase toda a gente...) em cada primeiro dia de ano e já vão quase cinquenta primeiros dias e não me recordo de outra condição. Contudo, neste dia primeiro a introspecção ocupa-me o cérebro e os sentidos. É dia de pensamentos holísticos - do todo da minha existência pretérita, presente e futura, e de julgamentos ad hoc sobre essa mesma existência.
Sem grandes planos ou desejos para 2022, eu quero é viver (tal como cantava o Variações); depois, o que vier, virá e cá estarei para o experimentar.
Siga.

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