09 agosto 2012

os que partiram e os que ficaram...

Ao reler Miguel Torga e o texto "Um Reino Maravilhoso" no livro Portugal (1ª edição de 1950) encontro na força das suas palavras realidades entretanto mitigadas:

"Dentro ou fora do seu dólmen (maneira que eu tenho de chamar aos buracos onde vive a maioria) estes homens não têm medo senão da pequenez. Medo de ficarem aquém do estalão por onde, desde que o mundo é mundo, se mede à hora da morte o tamanho de uma criatura.
Acossados pela necessidade e pelo amor da aventura, aos vinte anos (se não tiver sido antes), depois da militança, alguns emigram para as Arábias de além-mar. Brasis, Áfricas e Oceânias. Metem toda a quimera numa saca de retalhos, e lá vão eles. Mourejam como leões, fundam centros de solidariedade humana por toda a parte, deixam um rasto luminoso por onde passam, e voltam mais tarde, aos sessenta, de corrente ao peito, cachucho no dedo, e com a mesma quimera numa mala de couro. Gastam cem contos numa pedreira a fazer uma horta, constroem um casarão com duas águias no telhado, e respondem com ar manhoso a quem lhes censura um amor tão desvairado às berças:
- Infeliz pássaro que nasce em ruim ninho...
E continuam a comer talhadas de presunto cru.
Os que ficam, cavam a vida inteira. E, quando se cansam, deitam-se no caixão com a serenidade de quem chega honradamente ao fim dum longo e trabalhoso dia. E ali ficam nuns cemitérios de lívida desilusão, à espera que a lei da terra os transforme em ciprestes e granito."

pai e filho, filho e pai, a primeira vez...

E ao cabo de dezassete meses aconteceu. A novidade e, principalmente, o desafio era passar um dia inteiro cuidando do meu menino. Não sendo uma tarefa impossível de realizar era, desde logo, uma prisão das minhas horas, de cada um dos sessenta minutos dessas horas. Havia que planear o que fazer nessa segunda-feira de calor e de Agosto. Pois bem, primeiro objectivo foi mantê-lo na cama até o mais tarde possível, neste caso até bem perto do meio-dia. A manhã passada a dormir não custou. Depois foi hora do banho e de vestir, momentos que ultrapassámos com destreza e distinção, pois o banho é sempre um momento divertido e vestir só custa quando se tenta enfiar algo pelo pescoço. A hora de almoço, ao som da Xana Toc Toc e das músicas do Panda, foi lenta e javarda, pois optei por o despir e não utilizar a babete, que ele tanto detesta. Escusado será dizer que gastei papel e papel de cozinha... Feito. Estrategicamente aguardei que ele fosse invadido por um cheiro a esgoto e só então depois aprumámos as vestimentas e o penteado e saímos de casa. Sem objectivo ou destino, queríamos passar o tempo e as horas, que agora renderiam bem mais do que durante a manhã. Sentado na sua cadeirinha e devidamente equipado com o boné e óculos de sol, pareceu-me confiante e com vontade de passear por aí. Puro engano, não terão passado cinco quilómetros e já ele dormia a sesta, embalado pelo trepidar do carro e pelo som do rádio. Ok, mais uma hora e qualquer coisa estacionado à sombra de uma qualquer árvore e num lugar improvável. Acordou bem disposto e com fome. A bolacha Maria que lhe dei para o entreter foi pequena demais para o seu apetite e, sem delongas rumei a casa para lhe satisfazer a vontade de comer. Com ele choroso e no meu colo, lá preparei uma papa, que ele comeu com prazer e sem reclamar. O fim do dia aproximava-se e com ele o fim da minha missão. O tempo que nos restou foi passado a brincar no chão da sala, ou seja, ele a espalhar e eu a juntar "coisas" no chão. Não foi assim tão complicado mas, por muito que custe a admitir, aturar miúdos não é para mim. É uma prisão e mais parece um castigo. Não dá para sequer pensar em mais nada e isso esgota-me e deixa-me desesperado por serem dias vazios. O ideal e mitificado programa de pai e filho poderá (espero que venha) ainda acontecer, mas por enquanto dispenso bem estes programas. Com todo o amor e carinho.

08 agosto 2012

simplicidade...



Hoje, alguém dedilhava este acorde e soava-me muito bem. Simples mas bonito. Aqui fica a minha homenagem à luz de Agosto que tantas vezes me faz sentir perdido...

edição de Agosto do Le Monde...

Também em atraso, o registo da leitura da edição do mês de Agosto do Le Monde Diplomatique - edição portuguesa, da qual quero destacar o excelente artigo de Álvaro Soares de Melo e António Alves Vieira acerca do aparelho produtivo agrícola nacional em tempo de crise. O título do artigo é: "As pequenas e médias explorações agrícolas são imprescindíveis". Para arquivar.

da cruzada, ainda que atrasada...

05 agosto 2012

inaceitável...

Numa recente deslocação a Lisboa, motivada por um encontro académico, pude passear pela cidade, principalmente pela baixa pombalina que, nesta altura do ano, vive repleta de gente. Num dos intervalos desses encontro, realizado perto do Palácio da Ajuda, resolvemos ir visitar o Museu de Etnologia, localizado na zona do Restelo, muito perto do estádio do Belenenses. O grupo com quem estive esses dias era constituido exclusivamente por antropólogos: um Panamenho, um Galego, um Americano e dois Portugueses e pareceu-nos interessante ir revisitar esse espaço que, de uma forma ou de outra, está directamente relacionado com os primórdios da ciência antropológica em Portugal. Mal entrámos e nos dirigimos ao pequeno balcão que faz a serventia de recepção e de pequena loja de conveniências, fomos informados por uma simpática jovem que actualmente neste Museu não está patente qualquer exposição e que apenas se podem visitar as reservas (expólio) que se encontram na cave do edifício. Mas mesmo assim, só em determinados horários e dias, ou seja, quase nunca. Impressionante, um edifício daquela dimensão e com aquele propósito e está nesse estado comatoso, mantendo as portas abertas sem qualquer objectivo ou propósito. Já na rua, a conversa foi dominada pela indignação e pela incompreensão pela situação. É uma vergonha que um espaço criado em 1965 e que reune um património histórico imenso e que recua até à época dos descobrimentos portugueses, esteja a ser objecto de uma guerra de protagonismos entre aqueles que se julgam donos e senhores da academia e do saber em Portugal.

30 julho 2012

manuais escolares...

Bem sei que não é novidade e muito menos será a última vez que me acontece, mas hoje foi dia de ir buscar os livros escolares que estavam encomendados. Não é de hoje que eu critico o sistema instituído de ditadura comercial no mercado dos livros escolares. "Os livros são estes, quem quer, quer, quem pode, pode, o resto não interessa...". Este deve ser o raciocínio de quem estabelece as regras e permite que o mercado livreiro possa especular desta forma os valores dos manuais escolares. Assim também se pratica um racismo de inteligência (Bourdieu) e afasta da escola e do sucesso escolar muitas crianças. Eu, felizmente, ainda vou podendo adquirir a estes preços pornográficos os manuais para a minha criança, mas não sei até quando e até quanto... Por outro lado, aquilo que mais me indigna é saber que no final de cada ano, os manuais para além de perderem qualquer validade, são inutilizados, não tendo mais qualquer serventia. Já ouvi falar de uma ou outra meritória experiência de bolsas de livros escolares usados. Serão sempre bem-vindas. Estranho e lamento que as próprias escolas, não utilizem a sua autonomia para instituírem essas bolsas de livros. Também poderiam e deveriam impor um mínimo de anos para a validade de cada manual, ou seja, os professores ao optarem por determinado manual para cada uma das disciplinas ficavam obrigados a manter a escolha para três ou cinco anos. Assim, permitiria criar um sistema de cedências de livros usados dentro da própria escola, o que seria um contributo para atenuar os encargos escolares das famílias. É em dias como este que me apetece fazer parte da Comissão de Pais e colocar na sua agenda política esta questão. Nenhuma alma terá tido ainda a vontade de?!...

20 julho 2012

nas horas de alguns dias...


Abstract:

The brand “Fumeiro de Vinhais” is a commercial tag directly connected to the territory of the county of Vinhais (Northeast of Trás-os-Montes), located at 1000 metres of altitude which guarantees unequal natural conditions and a specific climate characterized by long and cold winters and short and hot summers that potentiate the perfect cure of the regional smokery. Presently all the brand’s products have Community Protection PGI (Protected Geographical Indications). This protects the product’s authenticity regarding its origin and guarantees the consumer a production through ancestral methods and subjected to an independent control system. The Fumeiro de Vinhais as managed to free itself from its local restrictions and, at the same time, keep and protect its production centre of symbologies and meanings. In a period of generalized crisis, it will be important to understand the brand’s behaviour, searching for answers to the questions:
· How will the brand be able to materialise the symbologies and narratives of its territory in a logic of globalisation in crisis?
· How does its territory, specialised in quality production, adapts to the new dynamics and constraints enforced by the “crisis”?
· Which are the local institutional strategies/answers for the defence and promotion of the brand and to attract new consumers (Bauman, 1999[i])?
· Will it or will it not be possible to maintain the control of its actions allowing it to colonise the future (Giddens, 2005[ii]), or in other words, to create territories with future possibilities?

Contributions to redefine what might be understood as the new rurality, as well as to identify new relational dynamics between rural and urban.

Keywords: Smokery, Vinhais, New Rurality, Crisis



[i] Bauman, Zygmunt, 1999, Globalization – the human consequences, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor;
[ii] Giddens, Anthony, 2005, The Consequences of Modernity, Oeiras, Celta Editora;


A caminho do Congresso Mundial de Sociologia Rural que acontecerá em Lisboa a partir do dia 29 de Julho; e como podem verificar, falarei do Fumeiro de Vinhais enquanto produção de qualidade e especialização territorial.

17 julho 2012

lido e guardado...

Nesta edição do mês de Julho gostei muito do editorial assinado por Serge Halimi acerca do federalismo na União Europeia como uma imposição ou como solução para o futuro do espaço europeu e gostei ainda mais do dossier "Turismo: a indústria da evasão" que contem um conjunto de texto sobre o turismo à escala global. Muito, muito interessante e útil para referenciação...

12 julho 2012

genial

Ideia fantástica e pelos vistos com um estrondoso sucesso comercial. Mas depois do primeiro impacto, a ideia não me parece assim tão genial, pois aquilo que se esta a vender/comprar é nada. Julgo que para a maioria dos leitores e compradores de livros, o prazer de adquirir livros, para além da sua leitura, será poder guardá-los para mais tarde regressar a eles, para recordar, para citar, para emprestar, para aconselhar, etc., etc., etc. E do ponto de vista dos autores, quem vai querer editar um texto, uma obra, que passados x dias se esfuma, se transforma em páginas em branco. Onde fica o registo, onde residirá a memória desse texto? Não me parece minimamente atractivo para quem escreve e gosta de escrever. Percebo o impacto mediático e imediato desta invenção, mas ela própria e sem grande demora desaparecerá e não deixará memória.

02 julho 2012

por lá andei...

Entre 25 e 27 de Junho de 2012 por terras de Chaves e de Verin








de congresso, encontros e afins...

- Travisan, Dalton (1984), Cemitério de Elefantes, Lisboa, Relógio D'Água;
- Figueiredo, Elisabete (Coord.) (2011), O Rural Plural - olhar o presente, imaginar o futuro, Castro Verde, 100 Luz;
- Godinho, Paula (2010), Festas de Inverno no Nordeste de Portugal - património, mercantilização e aporias da cultura popular, Castro Verde, 100 Luz;
- Santos, Eurico de Oliveira (2004), O Agroturismo e o Turismo Rural em propriedades da metade sul do Estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre;
- Pessoa, Miguel (1998), Villa Romana do Rabaçal, Penela, Câmara Municipal de Penela;
- Lizardo, João (2009), Caseiros e senhorios nos finais do século XX na Madeira - o processo de extinção da colonia, Porto, Edições Afrontamento;
- Santos, J. Loureiro dos (2012), Forças Armadas em Portugal, Lisboa, Fundação Francisco Manuel dos Santos;
- Rosa, Maria João Valente (2012), O envelhecimento da sociedade portuguesa, Lisboa, FundaçãoFrancisco Manuel dos Santos;
- Buescu, Jorge (2012), Matemática em Portugal - uma questão de educação, Lisboa,FundaçãoFrancisco Manuel dos Santos;

LER de julho

25 junho 2012

em chaves...


A decorrer entre hoje, 25 de Junho e 27 de Junho. Veja aqui o programa do congresso e conheça em pormenor os conteúdos: o científico, o cultural e, principalmente, o gastronómico do encontro. A expectativa é grande e a minha participação acontecerá no painel 6 -Turismo em espaço rural e alimentação, no dia 27 a partir das 9 da manhã. Apareçam.

21 junho 2012

autor desconhecido e misantropo...


Já ouvira falar do seu nome aquando da atribuição do prémio Camões, mas até então nada sabia ou conhecia deste brasileiro que se esconde algures no interior brasileiro. Recentemente ofereceram-me este pequeno livro e hoje foi o dia em que, de uma só vez, o li e gostei. Gostei muito. Escreve bem este Dalton Trevisan - não sei, mas este nome soa-me a pseudónimo. Agora que o li, vou querer ler mais e procurar saber mais sobre esta personagem que, pelo pouco que agora sei, não gosta muito de aparecer, nem de se misturar em actos sociais ou recreativos. Aqui há dias foi notícia o seu agradecimento público ao governo português pela atribuição do prémio Camões, mas informou que não poderia estar presente na cerimónia. Num tempo hiper-mediatizado e onde a imagem vale tudo ou quase, saber de alguém que se refugia num anonimato quase absoluto e, ainda assim, tem sucesso e é reconhecido, é muito inspirador. Respeito. Sem dúvida, obra a descobrir.

12 junho 2012

ferido de morte

Estou habilitado para conduzir desde meados de 1992, tenho veículo próprio desde 1994 e estes dois factos foram contemporâneos da conclusão e abertura de todo o traçado do IP4. Por motivações que então a razão desconhecia, mas que exultavam o coração, passei a frequentar com muita frequência essa estrada, o que me permitiu conhecê-la e reconhecê-la em cada quilometro, em cada linha contínua e em cada curva. Conheci o IP4 na sua extensão como as palmas das minhas mãos. Agora que, por motivações que o coração desconhece, mas que exultam a razão, continuo a viajar entre as duas extremidades da sua extensão e depois de quase 20 anos de experiência, continuo a considerar que, salvaguardando um ou outro segmento, o IP4 é uma estrada com qualidade e segura. Continuo a responsabilizar os automobilistas pelas tragédias aí ocorridas. Eu, em todos estes anos e viajando em todas as horas do dia e da noite, de Verão e de Inverno, experimentei várias aventuras, vários perigos, vários sustos, mas felizmente e até hoje, não tive qualquer problema digno de registo. Conto sobreviver-lhe. Desde o momento em que iniciaram as obras da futura A4 que, infelizmente, se vai sobrepor a grande parte do antigo traçado do IP4, transitar nele tornou-se bastante mais difícil e mais perigoso. Obras intermináveis e que lentamente vai fazendo desaparecer esse IP. Aliás, quem não conheceu bem o traçado anterior, dificilmente hoje o consegue reconhecer na confusão dos separadores e desviadores. Mas eu, procurando o pormenor na paisagem, ainda o consigo vislumbrar a espaços e em muitos lugares, no mesmo instante sou invadido por um conjunto de memórias associadas a esses mesmos lugares. Voltarei em breve, espero, para então e finalmente escrever o seu epitáfio.

vem aí...

(nas bancas a partir da próxima semana)

Projeto Editorial

1
A Vírus é uma revista com edição semestral iniciada em junho de 2012. Tem tido, e continuará a ter, uma edição online consultável agora no site: www.esquerda.net/virus

2
A nova série da Vírus, agora em edição impressa, define-se como um espaço de debate de ideias e de intervenção direcionado para o entendimento crítico da realidade e para a construção de alternativas democráticas e socialistas à violência predatória do capitalismo e à deriva autoritária dos seus governos e do seu Estado.
Esse é o seu objetivo.

3
Com esse fim, a Vírus fomentará o concurso e o debate de todas as opiniões que, à esquerda, queiram contribuir para uma consistente corrente contra-hegemónica e para a superação da (des)ordem atual.
Esse é o seu campo.

4
A Vírus afirma-se como espaço de reflexão, discussão, formação e divulgação de apoio às e aos ativistas nos terrenos da política, dos movimentos sociais, da intervenção cultural, científica e cívica ou de uma cidadania informada e com opinião.
Simultaneamente, recebe do seu pulsar, das práticas sociais mais diversas, o influxo inspirador para o seu trabalho.
Esse é o seu compromisso.

5
A Vírus pretende fazer eco e participar ativamente nos grandes debates do internacionalismo, dar conta dos seus passos e desafios, uma vez que não há soluções puramente nacionais ou autárquicas para a ação emancipatória.
Esse é o seu âmbito.

metalinguagem...

As longas e solitárias viagens, ao volante pelas estradas, são espaços de apurada reflexão. A reflexão desta última viagem foi acerca destas serem tempos de reflexão apurada.

11 junho 2012

"onze por todos e todos por onze"

Deixa-me com urticária ouvir repetidamente este anuncio que, por estes dias, invade as estações de rádio e os canais de televisão. Como se esses onze "eleitos" me representassem nalgum sítio ou de alguma maneira. Bem sei que é Portugal que está a jogar e a disputar um campeonato europeu, e eu gosto que Portugal vença sempre, ou quase, mas daí até ao fanatismo que se pretende instalar vai um grande espaço. Ouvir da boca de alguns jogadores frases mal lidas em que o suposto orgulho nacional é colectivo é ofensivo para aqueles que realmente trabalham diariamente e procuram honrar sempre a sua profissão, o seu serviço, a sua empresa, a sua cidade, região e país. Não suporto a declarada intenção de nos projectarem, enquanto colectivo, naquele pequeno grupo de cidadãos nacionais, como se o presente e, principalmente, o futuro dependesse daquilo que eles conseguirem ou não conseguirem. Felizmente, a estúpida manifestação proposta pelo brasileiro estúpido, que em 2004 comandou esse grupo de "eleitos", de colocação de bandeiras portuguesas em tudo que fosse autoclismo e bidé, foi esquecida e os resquícios são residuais. Esperemos que seja qual for o trajecto desta selecção consigamos fazer a coisa com brio e elevação e que a vida, a de cada um em geral e a colectiva em particular, possa recuperar deste desgaste e deste ataque civilizacional. Sei que os onze não estão por todos e desconfio que nem todos estão pelos onze. Mas isso sou cá eu, retorcido.

08 junho 2012

a LER