Primeiro:
Tinha-me deitado às seis e meia da manhã, depois de uma noite inteira a corrigir trabalhos das criancinhas, por volta das oito e qualquer coisa acordo com um grande estrondo mesmo ao lado da cama. Eram os trabalhadores que mesmo ao lado da minha janela, martelavam na parede. Não queria acreditar, mas eles também não tinham culpa e por isso, em vez de resmungar, fugi para a outra extremidade da casa e estirapei-me no sofá, onde o som se sentia menos...
Segundo:
Ainda não seriam dez da manhã quando me toca, pela primeira vez hoje, o telemóvel. Era um número desconhecido da rede 93. Do outro lado, uma voz jovem feminina que logo se identificou e eu reconheci como de uma jornalista que trabalha em Bragança. Tratando-me por tu, perguntou-me se estava a dormir. Eu, clareando a voz, disse que não. Queria saber se eu tinha alguma responsabilidade pela campanha nocturna realizada na cidade de Bragança que se traduziu na colocação de cartazes a dizer "Vende-se" nas fachadas do Tribunal, dos CTT, da CGD, e de outras instituições públicas. Eu sem sequer saber o que se passava, disse-lhe que não. Ela insistiu, querendo confirmar a minha ignorância do facto. Eu para atalhar a comunicação disse-lhe que iria procurar informações e que depois a informaria...
Terceiro:
Já no final do dia sou informado, via TV, que o nosso Primeiro Ministro vai-nos taxar o 14º mês de 2011 em 50% para compensar os desvios da execução orçamental e encaixar cerca de 800 milhões de euros. A agenda escondida do PSD começa a revelar-se e, tal como já se antevia, serão os mesmos portugueses a pagar a factura, ao mesmo tempo que os mesmos empresários, bancos e grandes empresas, são isentadas de contribuirem neste esforço nacional... que bom para eles.