Chegados a mais um final de ano, e já lá vão várias dezenas, é tempo de balanços, reflexões e planeamentos para o novo ano que está prestes a iniciar. Este último dia de um qualquer ano era, provavelmente ainda será, dia de rituais limpezas e abluções, nas quais pessoas, animais e lugares/espaços eram purificados e libertados de todas as energias acumuladas ao longo do velho ano que terminava e se preparavam, renascidos e com novo ânimo, para receber e aceitar tudo o que o novo ano lhes reservava.
Isolado nestes últimos dias do ano no silêncio e tranquilidade da aldeia, o tempo passou-se entre leituras e jogos de Play Station. Sem internet e sem informação actual, chegamos ao final deste ano apenas com a agitação das crianças e com as tarefas domésticas obrigatórias. Claro que se pensa no futuro, claro que se reflectiu sobre o passado. O que há-de vir, não sei, não sabemos, mas há-de vir e nós, esperemos, cá estaremos. Tal como os antigos, apesar das novas ritualizações e abluções, estamos preparados para novo ano, com a simples expectativa de manter a alegria de viver. O resto lá virá.
---------"Viajar, ou mesmo viver, sem tirar notas é uma irresponsabilidade..." Franz Kafka (1911)--------- Ouvir, ler e escrever. Falar, contar e descrever. O prazer de viver. Assim partilho minha visão do mundo. [blogue escrito, propositadamente, sem abrigo e contra, declaradamente, o novo Acordo Ortográfico]
31 dezembro 2015
18 dezembro 2015
elixir da juventude
Esta necessidade que a sociedade moderna tem de se manter jovem toda a vida é completamente contra natura. (Alexandre Castro Caldas, in SOL, citado pela Revista LER nº 140)
Aproveitando esta citação retirada da revista LER, roubo o título à letra de Sérgio Godinho para falar da mais que perceptível vontade que a sociedade actual manifesta em permanecer jovem, ou melhor, dos padrões de juventude ou de rejuvenescimento que a sociedade impõe aos indivíduos. Nada contra a juventude ou contra o facto das pessoas gostarem de se sentir jovens, mas não percebo a necessidade de isso acontecer. É-se jovem aos vinte, aos vinte e cinco e até se é jovem aos trinta anos, mas a partir dessa idade, é-se plenamente adulto, o corpo e a mente adequam-se ao natural e inevitável envelhecimento. Claro que se é mais velho aos cinquenta ou sessenta e, por isso, também mais ridículo é quando nessas idades alguém se comporta, se veste ou se manifesta como se nem pêlo na benta tivesse. Não adianta lutar contra o passar do tempo, contra o envelhecimento. Ele acontece quer gostemos ou quer não gostemos. Não existem elixires para uma eterna juventude. Tudo aquilo que nos é vendido e imposto pelo marketing e publicidade não é mais do que enganador cosmético para adiar o inadiável. A nossa vergonha não são os cabelos brancos que se impõem, as rugas que vão cavando o rosto e arredores, ou as carnes que cedem à magnética força da gravidade, mas sim a negação desse testemunho do tempo que passa e as práticas milionárias, invasivas, agressivas e muitas vezes contra-producentes, para mascarar o que a natureza impôs.
A teoria moderna, reflexo do capitalismo vigente nas últimas décadas, de que os indivíduos devem-se socorrer de todos instrumentos disponibilizados, pela ciência e pela tecnologia, para se sentirem bem consigo mesmos, não é mais do que um discurso muito eficaz para o condicionamento psicológico e que desculpabiliza e naturaliza os consumos, os investimentos em terapias e tratamentos. Vejam como se transformaram em ordinárias e usuais as intervenções cirúrgicas cuja única motivação é a aparência!: Aumentar, subir, alinhar os seios, modelar pernas e nádegas, corrigir e endireitar narizes, lábios e bochechas, etc., etc.. Recauchutamentos com os quais passamos a viver alegre e pacificamente.
A teoria moderna, reflexo do capitalismo vigente nas últimas décadas, de que os indivíduos devem-se socorrer de todos instrumentos disponibilizados, pela ciência e pela tecnologia, para se sentirem bem consigo mesmos, não é mais do que um discurso muito eficaz para o condicionamento psicológico e que desculpabiliza e naturaliza os consumos, os investimentos em terapias e tratamentos. Vejam como se transformaram em ordinárias e usuais as intervenções cirúrgicas cuja única motivação é a aparência!: Aumentar, subir, alinhar os seios, modelar pernas e nádegas, corrigir e endireitar narizes, lábios e bochechas, etc., etc.. Recauchutamentos com os quais passamos a viver alegre e pacificamente.
Eu gostei muito de ser jovem e trago comigo recordações magníficas desse tempo, mas acabou. Felizmente pude e posso experimentar outras idades que trazem experiências outras, trazem gostos, prazeres e belezas diversificadas. Quando muito poderei sentir alguma nostalgia por pessoas, lugares e momentos que vivi e conheci. O resto é tempo. E como gosto de o sentir passar, às vezes veloz demais, é certo, mas sempre tentando aproveitar cada pedacinho seu.
17 dezembro 2015
baú da memória XI
Foi no longínquo ano de 1991 que este momento aconteceu. Em final de primeiro período, o nosso grupo resolveu (digo resolveu, porque já não me lembro de quem foi a ideia, nem porque houve esta iniciativa) organizar um sarau cultural, ao qual deu o nome de ERECTOMANIAS - acrónimo de espectacular reportório encenado com todos os malucos. Aintão ninguém ia acreditar sebisse*.
A recordação dessa manhã de 17 de Dezembro de 1991 é muito boa e aquilo que se fez nesse último dia de aulas, trouxe-nos relativa fama e prestígio na comunidade escolar, assim como a reprovação no ano lectivo para alguns de nós.
Do programa vastíssimo e de enorme qualidade, praticamente todo improvisado, houve momentos muito bons e que jamais esquecerei. Um deles foi o Natal do Joãozinho, aproveitando o facto de termos efectivamente um Joãozinho no grupo, dedicamos-lhe este momento.
Ficam três registos desse espectáculo, que implicou toda a turma e mais alguns amigos e amigas que connosco estavam regularmente.
(alinhamento do espectáculo in Xavier, Jaime e Vale, Luís (1995), Conferências da Varanda, Vila Nova de Gaia, edição dos autores)
(letra da música Natal do Joãozinho, com a data e nome dos intervenientes, acervo Luís Vale)
* In Xavier, Jaime e Vale, Luís (1995), Conferências da Varanda, Vila Nova de Gaia, edição dos autores.
16 dezembro 2015
ao espelho
Dia 15 de Dezembro foi dia dedicado a acompanhar Marisa Matias, candidata à presidência da República, pelos distritos de Bragança e Vila Real. De manhã visitamos o IPB - Instituto Politécnico de Bragança, onde fomos recebidos pelo seu presidente e todo o corpo directivo. De tarde, visitámos a UTAD em Vila Real, onde fomos recebidos e guiados pelas instalações pelo seu Vice-Reitor e fez-se uma sessão com os alunos da instituição. À noite, jantar-comício também em Vila Real.
Os momentos aqui registados, dizem respeito à recepção no IPB e ao jantar-comício em Vila Rela. Fotografias de Paulete Matos, retiradas do EsquerdaNet.
13 dezembro 2015
adiar sine die, mas até quando?
"Sempre que Marine Le Pen obtém uma vitória suscita uma torrente de exorcismos verbais com ressonâncias antifascistas. É um logro."
A citação é de Jorge Almeida Fernandes que hoje no jornal Público, ainda sem saber os resultados desta segunda volta das eleições regionais em França, faz uma análise sobre a estratégia de Marine Le Pen e as razões que a possibilitaram. Pois bem, à hora que escrevo, já se conhecem algumas estimativas e projecções que afinal a Frente Nacional (FN) não conseguiu ganhar em nenhuma das regiões em que tinha vencido na primeira volta. Dizem-nos os comentadores que esta clara derrota se deveu a dois principais factores: A descida acentuada da abstenção e a desistência dos socialistas a favor dos republicanos de Nicolas Sarkosy nas três regiões em que a FN estava na eminência de vencer.
Independentemente dos resultados desta eleição, há um facto incontornável. A FN não representa, hoje, apenas o protesto, o marginal e o desviante. É uma realidade social e política em França e só com uma forte e larga participação democrática poderá, em cada momento, ser derrotada. Numa sociedade cultural, económica e religiosamente estratificada, como não há outra na nossa Europa, as mensagens populistas, proteccionistas e radicais da FN encontram chão muito fértil. Não adiantará muito continuar a agitar-lhes as parangonas da xenofobia, do anti-semitismo e do fascismo-nazismo, pois inteligentes como também são, adequaram convenientemente o seu programa, o seu ideário e os seus discursos às realidades sociais perceptíveis e experimentadas em França.
Fico satisfeito com este resultado, mas não tranquilo, pois sei que este é só mais um momento adiado sine die e que num futuro próximo, poderemos encontrar a FN no poder. Então aí, não sei, será tudo muito diferente e outro(a) galo(a) cantará.
mediascape: terrível emergência
Um dos momentos da semana que agora acaba, do mês que acaba o ano, do ano que medeia uma década e da década que inaugura a urgência dos cuidados a ter com esta nossa casa, foi ontem, dia 12, vivido em França com o acordo, finalmente, alcançado na Cimeira do Clima. Foram vários dias de reuniões políticas, técnicas e jurídicas para se conseguir que todos os países participantes assinassem a declaração final.
Fui acompanhando os trabalhos, na medida em que os media e a internet me transmitiam informações. Dou como certo a boa vontade e o esforço de todos os participantes, mas também sei que nas mesas das conversações estavam presentes muitos interesses privados, muitas corporações e muitos grupos de pressão, o que ainda reforça mais o feito alcançado. Contudo, convém dizer que ainda nada está conseguido. Este acordo é um manifesto de boas intenções que remetem para um futuro relativamente próximo ou distante a resolução efectiva dos graves problemas climáticos que agora experimentamos.
Ainda assim, importa enfatizar o feito de Paris. São momentos como este que nos permitem imaginar um futuro possível para as novas gerações.
Foi com esta imagem do twitter e publicada por alguém que estava na sala de imprensa do evento em Paris, que eu tomei conhecimento do acordo. Não dei pulos, nem berrei, mas devia, devíamos todos. Fiquei entusiasmado e emocionado por ver a espontaneidade e alegria destas pessoas. Que bom.
WE HAVE A #ParisAgreement pic.twitter.com/Xh7HSPWXSD
— Miranda Johnson (@MSLJeconomist) 12 dezembro 2015
inquietação vs ignorância
Nem de propósito!
Acabei de encontrar no twitter esta fotografia tirada hoje no estádio do Sporting. O comentário à fotografia apenas reforçava a sua mensagem, a importância da vitória conseguida e o facto de permanecerem como líderes no campeonato nacional. Para mim, no entanto, serve-me para ilustrar algo que me tem atormentado a tiróide nos últimos tempos...
Falo da utilização indiscriminada, verbal e escrita, da palavra "muita", enquanto quantificativo ou mesmo qualificativo. Em todo o lado, rádio, televisão, jornais, internet, nas ruas e afins, ouvimos expressões como:
Jogou muita bem!,A gaja é muita boa!,O comentador é muita bom!, Continuamos muita fortes!, etc. etc.
Confesso que me confunde. Eu considero errada a conjugação do feminino de muito nestas frases e outras que tais. Penso até que se tratou, inicialmente, de um regionalismo, um tique do calão sulista e que, entretanto, foi-se alastrando pelo país. Custa-me ouvir jornalistas, políticos, animadores de rádio e tv, a falar assim. Já indaguei, já questionei pessoas entendidas e todas elas me confirmam a minha suspeita. Está errada essa utilização. Instituiu-se verbalmente e foi ganhando espaço no léxico popular e corrente.
Muito bem. Espero que não seja mais do que uma moda, tal como tantas outras que têm aparecido ( estou a lembrar-me de uma recente, que andava, e ainda anda, na boca de muitos portugueses - ...então é assim...), e que em breve, naturalmente, caia em desuso.
Já há algum tempo eu queria esclarecer esta dúvida que me inquietava, pois receava ser mais uma manifestação da minha farta ignorância.
efeitos da socialização
Conversa com o meu filho, depois deste andar de bicicleta...
- Então, já te cansaste?
- Não, mas aleijei-me...
- Caíste?
- Não, mandei um tralho!
- Então, já te cansaste?
- Não, mas aleijei-me...
- Caíste?
- Não, mandei um tralho!
11 dezembro 2015
prenúncios
Se estivéssemos noutro qualquer país, ou a falar de uma qualquer outra realidade, tenderia a dizer que não acreditava nos resultados destas sondagens, mas como estamos em Portugal e a experiência recente nos diz que as empresas especializadas neste tipo de estudo, normalmente, acertam ou andam muito perto da verdade, eu diria que é com enorme tristeza que constato a vitória inequívoca de Marcelo Rebelo de Sousa, logo na primeira volta das eleições presidenciais, que se realizará no próximo dia 24 de Janeiro.
Como podem verificar nesta sondagem publicada pelo DN, Marcelo Rebelo de Sousa atinge um score de 62% e derrota todas as oposições. Claro que ainda falta algum tempo e estes números sofrerão algumas alterações, mas não deixa de ser impressionante tamanha votação. Está pré-anunciado o vencedor...
Lamento não haver espaço para uma segunda volta, onde, julgo, poderia haver um equilíbrio maior entre essas duas candidaturas finalistas. Assim, só me resta desejar que a abstenção seja pequena e que todos os eleitores apoiantes dos restantes candidatos vão votar.
downtown
Gosto particularmente de caminhar pelas ruas da cidade nos dias frios. Nesta manhã fresca e solarenga de Dezembro, vim até à baixa do Porto e passeei-me pelas suas ruas principais. Sendo um dia de semana, a agitação quotidiana predomina, mas percebe-se no ar e no rosto das pessoas que passam um stress suplementar de vésperas de Natal. Vir até à baixa da cidade nestes dias é estar disponível para essa agitação, é estar disponível para a confusão do trânsito e para a dificuldade do estacionamento. Desagrada-me o abandono de alguns edifícios, o comércio com as portas fechadas ou falido e os pobres que, a cada esquina, irregelados, pedem esmola; agrada-me a sensação reconfortante de entrar num café e perceber a diferença térmica entre o desconforto exterior e o conforto interior; agrada-me cruzar-me com as pessoas na rua e perceber, nos seus modos, nas suas roupas e nos seus trejeitos, o frio que lhes atravessa o corpo e a alma. Gosto de aqui vir, gosto de aqui estar.
Nota: Ao meu lado, numa mesa contígua, igualmente abrigadas do frio da rua, quatro jovens raparigas passam o seu tempo jogando àquele jogo, cujo nome desconheço, mas que se joga, dizendo ou escrevendo nomes de países, cidades, animais, cores, etc., consoante uma letra do abecedário.
10 dezembro 2015
machina horribilis
Começo pelo manifesto do meu total apoio e concordância com uma tributação justa e equitativa, abrangente e eficaz por parte do Estado. Defendo que todos devem contribuir e o combate fiscal deve ser intransigente e implacável para com os faltosos e para com os criminosos.
Aquilo que se passa com o actual sistema de tributação de IRS é incompreensível e, mais do que isso, impossível. A ferramenta E-Factura é algo inenarrável. Acho muito bem que a máquina fiscal seja eficiente e solicite aos contribuintes todas as informações possíveis, mas transformar cada cidadão contribuinte num especialista em fiscalidade e num eficiente contabilista não só é difícil, como é estúpido. Não haja dúvida que este novo sistema, que era suposto simplificar processos e desafogar o aparelho fiscal, só vem, pelo contrário, afogar ainda mais os serviços, como complicar muito a vida das pessoas. Para trabalhar com o E-Factura é preciso, no mínimo, ser um entendido em contabilidade, ou então, fazer uma especialização, pois a quantidade de informação, de facturas, de NIF's e de outros dados a trabalhar é enorme para um comum mortal: registar facturas, ter que saber taxas de iva, enquadrar actividades e números de facturas desencontrados, etc.
O objectivo último será, por um lado, por os cidadãos ao serviço do Estado e, assim, ir-se demitindo das suas obrigações e, ao mesmo tempo, aliviar os seus recursos humanos; por outro lado, por incompetência ou ignorância, será enorme a perda e desencontro de informação, logo, serão milhares de euros que o Estado não devolverá em reembolsos de IRS. Assim não.
05 dezembro 2015
fios, fios, fios...
Aproveitando esta bonito cartoon, roubado do blogue Entre as Brumas da Memória, e não sendo eu pertencente a esta nova geração wifi, mas antes à geração amarrada por inúmeros cordões umbilicais, declaro a enorme alegria que é para mim poder viver neste tempo em que os fios tendem a desaparecer. Sem querer exagerar, as redes wifi foram a maior e melhor invenção para sistemas nervosos como o meu. Irrita-me profundamente, ao ponto de perder o norte e o calote, lidar com fios. Tudo tem, ou tinha, fios e ainda por cima, exercem uns sobre os outros um forte poder magnético que os leva a baralharem-se ou emaranharem-se. Terrível.
A minha paranóia com os fios faz-me sempre recordar uma música de David Byrne - Girls on my mind, cuja letra diz:
People say that I am crazy / People say that I am strange / But I don't care about what people say / They can't see inside my brain.
E cantarolar... I've got girls, girls, girls, girls, girls, girls in my mind. - substituindo girls por wires (fios).
Enfim, cada macaco no seu galho, mas a música até é fixe...
de lugar a não-lugar
Visitei pela primeira vez o novo espaço da livraria Almedina no Arrábida Shopping e fiquei triste, porque não só perdi um lugar onde gostava de ir e estar, como se perdeu mais uma livraria, para dar lugar a um espaço aberto, descaracterizado, anódino, forrado de prateleiras, sem recantos e sem cafetaria, onde por acaso o que se vende são livros. Detesto estes espaços, pois não são convidativos para a estadia, dão-nos a sensação que estamos sempre a estorvar, não permitem experimentar os livros e são de consumo imediato, ou seja, entrar, comprar e sair, lembrando as zonas comerciais dos aeroportos. Também, não sendo o mais importante, não haver um espaço como uma cafetaria, onde demoradamente podemos conhecer, ler e reler, apreciar e até trabalhar, é um atributo que continua a atrair-me. Lamento que a lei do mercado force o desaparecimento destes lugares e que a lógica actual seja a sua descaracterização e conversão em não-lugares.
03 dezembro 2015
tempo, o imperturbável e cruel elemento da nossa vida
Eles são dias de nomeada, de alguma forma especiais nas nossas vidas. Momentos apropriados para mentes inquietas meditarem, reflectirem e sofrerem com o peso do tempo que lhes transforma o corpo e a mente. Sem esquizofrenias (julgo eu) , os dias de aniversários, fazem-me reviver todos os anos que já conto, todos os momentos que já acumulei na memória e que terão sido turned points na minha vida, numa espécie de nostalgia pelo tempo já experimentado. Vida que se prolonga já na vida de novos seres, com o seu crescimento, com a construção das suas personalidades e com as suas emancipações. O que me espera o futuro? Que futuro? Esse tempo misterioso e que chega a cada momento, sem contemplações ou hesitações. O que me resta desse tempo é, enfim, a questão que me vai acompanhando no tempo.
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