11 dezembro 2015

downtown

Gosto particularmente de caminhar pelas ruas da cidade nos dias frios. Nesta manhã fresca e solarenga de Dezembro, vim até à baixa do Porto e passeei-me pelas suas ruas principais. Sendo um dia de semana, a agitação quotidiana predomina, mas percebe-se no ar e no rosto das pessoas que passam um stress suplementar de vésperas de Natal. Vir até à baixa da cidade nestes dias é estar disponível para essa agitação, é estar disponível para a confusão do trânsito e para a dificuldade do estacionamento. Desagrada-me o abandono de alguns edifícios, o comércio com as portas fechadas ou falido e os pobres que, a cada esquina, irregelados, pedem esmola; agrada-me a sensação reconfortante de entrar num café e perceber a diferença térmica entre o desconforto exterior e o conforto interior; agrada-me cruzar-me com as pessoas na rua e perceber, nos seus modos, nas suas roupas e nos seus trejeitos, o frio que lhes atravessa o corpo e a alma. Gosto de aqui vir, gosto de aqui estar.

Nota: Ao meu lado, numa mesa contígua, igualmente abrigadas do frio da rua, quatro jovens raparigas passam o seu tempo jogando àquele jogo, cujo nome desconheço, mas que se joga, dizendo ou escrevendo nomes de países, cidades, animais, cores, etc., consoante uma letra do abecedário.

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