04 janeiro 2011

deriva europeia

No início de mais um ano que se prevê longo e difícil, perscrutando à minha volta, que é como quem diz, olhando para esta imensa europa, não posso deixar de referir aquilo que se percebe estar a acontecer: a deriva à direita que todos, ou quase todos, os estados europeus estão a realizar e que, nalguns casos, poderá levá-los até às reminiscências de fascismos e de totalitarismos. Para além dos já conhecidos e patéticos casos da Itália e da França, outros se preparam para trilhar o mesmo caminho - Holanda, Dinamarca, Inglaterra, Suécia e Hungria, apenas para referir alguns exemplos. Mesmo em Portugal já todos adivinham o que poderá ainda este ano ser um novo governo do PSD, mas também e se olharmos para a Comunicação Social, a tal "Português Suave", não poderemos deixar de reparar que toda ela é tendêncialmente de direita. Mais, tal como nos diz Eduardo Pitta no seu blogue, "A opinião publicada tornou-se um feudo da direita".
Ainda que a custo, assuma-se que a esquerda europeia, enquanto governo e poder, não assumiu as suas responsabilidades e nunca foi além do discurso fácil da integração e do multiculturalismo. Fazer crescer a Europa para limites inatangíveis e inimagináveis até há bem pouco tempo, terá sido uma ambição desmedida e ter acreditado que nesse espaço caberiam todos e mais alguns, terá sido uma quimera, que agora e só agora começamos a perspectivar e em sobressalto a desconstruir.
Ao contrário do que disseram e, pior, dizem muitas dessas esquerdas, as pessoas precisam, desejam e querem segurança para as suas vidas e relativizam, desdramatizando, a origem ou a fonte dessa segurança. Em verdade, preferem perder liberdades, a sua liberdade, assim como grande parte da sua cidadania, mas sentirem-se confortáveis e tranquilas, afastadas das sensações de eminente crime vádio e de latente violência social.
Atenção às tendências europeias, não são casualísticas nem são conjunturais e as esquerdas do que resta desta Europa serão sempre e grandemente responsabilizadas pela história. Veremos.

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