24 março 2011

epitáfio do tamanho de Portugal

Desconfiava que iria escrever estas palavras em breve. Não sabia o dia, é certo, mas desde o discurso de Cavaco Silva na tomada de posse deste seu segundo mandato na Presidência da República, que sentia que todos, incluindo o próprio e suas hostes, pretendiam por um ponto final nesta longa e martirizante agonia nacional. Curioso, Sócrates sai pelo seu próprio pé, tal como já fizera o socialista António Guterres. Parece ser este um "fado" socialista... Abrindo assim a porta da rua, Sócrates leva com consigo, e ainda bem, toda a comandita pária e acrítica, que se instalara há largos anos e que já se servia da coisa pública com direito e pertença, como se lhes estivesse destinado ad eternum tais direitos e regalias.
Neste virar de página, motiva-me escrever umas palavras acerca daquilo que considero ter sido a governação socialista, personificada neste personagem principal bipolar, que em boa verdade nunca conseguiu merecer a total confiança dos portugueses. Em seis anos de mandatos, com maioria e, depois, sem maioria, conseguiu desbaratar e desconstruir todo o património social, cultural e económico que, bem ou mal, tínhamos acumulado nas últimas três décadas. Não houve sector da sociedade portuguesa ou actividade económica com o qual o engenheiro Sócrates não conflituasse. No final de contas e fazendo um esforço de memória, de tudo aquilo que foi produzido e/ou introduzido na sociedade portuguesa sob a sua governação, sobrevive à minha sensibilidade toda a legislação relativa aos significativos avanços civilizacionais, e em particular, o acesso ao casamento de pessoas do mesmo sexo (género).
No fim de mais um ciclo, importará perguntar: Haverá algum português triste ou insatisfeito com este desfecho!? Haverá alguém neste país que voltará a acreditar no engenheiro Sócrates, ou mesmo no Partido Socialista!? Não sei, mas a sua (Sócrates) sobrevivência política dependerá, única e exclusivamente, da inteligência dos eleitores. Espero. Na sua lápide, o meu epitáfio político diria apenas que este foi o homem que decretou, e bem, a proibição de fumar em locais públicos fechados.

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