11 março 2011

precariedade

Sente-se um enorme burburinho na sociedade portuguesa em relação às manifestações que se irão realizar amanhã em várias cidades portuguesas. Esta é a primeira manifestação organizada, estruturada e convocada a partir das redes sociais em Portugal e, talvez também por isso, está o país expectante em relação à capacidade e ao sucesso dessa mesma convocatória. Para além da particularidade das redes sociais, esta manifestação tem por fundamento a degradante condição social e económica em que as gerações mais jovens vivem e a sua participação será um acto de participação cidadã, de indignação contra essa condição e de censura às políticas que os governos impuseram e que, consequentemente, nos trouxeram para esta realidade. É, concerteza, por isso que os costumeiros arautos do situacionismo, do alto do seu conforto social e da sua estabilidade económica, não se conformam com este "atrevimento" dos mais novos. Por outro lado, agrada-me a ideia de se tratar de uma manifestação política, mas apartidária, apesar de alguns partidos terem já manifestado a sua intensão de se fazerem representar. Esperemos que assim se mantenha e se concretize. É bom saber que os jovens de hoje não correspondem aos estereótipos e reagem aos pré-conceitos nomeados pelas gerações mais velhas e, essas sim, acomodadas.
Também eu estou com elevadas expectativas em relação ao dia de amanhã. Lí o manifesto e concordo com as posições assumidas pela organização. Não estou à rasca, mas muito provavelmente por considerar que a minha condição nunca foi além dessa mesma precariedade, vou participar na manifestação de amanhã na cidade do Porto.

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